Fanfic: Adorável Mentirosa - AyA

Depois de colocar Patty no berço, Any tomara banho e vestira uma saia preta e uma blusa bran­ca de jérsei. Aquelas duas peças eram as únicas que não estavam completamente amassadas, de­pois do modo como ela enfiara as roupas na mala.

Pensou se aquela saia não estava muito curta. De repente, a idéia de que Alfonso estivesse achan­do que ela tentava seduzi-lo fez com que suas faces se aquecessem, ruborizadas.

— Quer me deixar terminar o jantar sozinha? — indagou, tensa.

— Tudo bem.

Para alívio de Any, Alfonso levantou-se, mas não saiu da cozinha de imediato. Abriu o armário e pegou dois copos.

— Talvez eu deva arrumar a mesa — ele sugeriu. —Vou aceitar sua sugestão de jantarmos na sala de jantar.

Any observou-o sair da cozinha. Bastou que ele desaparecesse, para que se ouvisse o ronco de um automóvel. Rapidamente, ela abriu a porta dos fundos. O rapaz da entrega devia tê-la achado louca, pois ela pegou a encomenda, pagou e recuou apressada, batendo a porta.

—   É uma boa cozinheira — Alfonso elogiou, en­quanto Cathy servia-lhe uma segunda porção.

—   Obrigada.

Estavam sentados à bela mesa de mogno. Alfonso acendera as velas do candelabro, e a luz suave dava ao ambiente um clima de intimidade. Era como se fossem namorados.

Any fitou-o. Aquele pensamento era ridículo. Perguntou-se se ele a via como uma presunçosa, por ela ter sugerido que comessem na sala de jantar.

—   Não precisava ter acendido as velas — declarou.

—   Teve o trabalho de preparar esta deliciosa comida. — Alfonso observou-a com um amplo sor­riso nos lábios. — Também sugeriu que comês­semos aqui, então, decidi fazer as coisas em grande estilo.

—   Claro, mas quando sugeri que jantássemos aqui, eu não... — Any hesitou, sem saber ao certo o que dizer. — Bem, não imaginei que...

Parou, pois estava piorando a situação. Os olha­res deles se encontraram. Ela ficou arrepiada.

—   O que quero dizer é que estou me sentindo pouco à vontade, porque esta tarde...

—   Porque nos beijamos?

Any movimentou a cabeça afirmativamente.

—   Sei que não significou nada — disse. — Sei que foi pura diversão, mas quero que saiba... — Encolheu os ombros. — Estou sendo clara?

—   Não — Alfonso respondeu, rindo, depois inclinou-se para a frente e colocou mais vinho no copo dela. — Como pode afirmar que o beijo não significou nada?

—   Não provoque. Isso não é nada engraçado, muito menos cavalheiresco.

—   Não sei se quero ser cavalheiresco. Você é uma mulher muito atraente. Perturba o equilíbrio hormonal masculino.

Any sentiu um calafrio. Percebeu, de súbito, que Alfonso era um mestre na arte de seduzir. Tentando dissipar a aura sensual que ele estava criando com aquelas palavras.

—   Não mencionou algo a respeito de não fazer amizade com os empregados? — perguntou.

—   Mencionei, mas talvez tenha dito só para me manter longe de você. Tem namorado?

—   Não, nenhum relacionamento sério. Não des­de... Faz muito tempo.

Ia dizer "desde Anuar", mas não desejava introduzir seu ex-noivo na conversa. Recordou que chara que o tinha visto no meio da multidão de repórteres.

—   Desde que seu noivado terminou? — Pearce sugeriu. — Quanto tempo faz que terminaram?

—   Dois anos.