Fanfic: Adorável Mentirosa - AyA

—   Portillo... Anahi Portillo — respondeu. Pearce franziu a testa.

— O nome que a agência informou era... Eu esperava Mabel... Ou algo assim — disse.

Seguiu-se um breve silêncio.

—  Mabel é meu nome de batismo, mas nunca o uso — Anahi mentiu. — Não gosto dele, você gosta?

—    Francamente, prefiro não dar minha opinião. O que me interessa é que seja tão qualificada quanto me informaram.

Anahi comentou consigo mesma que era qualifi­cada para escrever uma história que mostraria ao público o verdadeiro Alfonso Herrera. Se ficasse mais algum tempo naquela casa, conseguiria informações suficientes para alegrar o rabugento Pedro.

—   Oh, sou muito bem qualificada — afirmou. Patty puxou-lhe uma mecha de cabelos.

—     Ui! — Anahi exclamou, abrindo um sorriso. Olhou para Alfonso e percebeu como ele olhava carinhosamente para a criança.

— Por que não se comportou assim comigo ou com Henri? — ele indagou. — Por que só parou
de chorar no colo dessa mulher?

A criança balbuciou e fitou-o como se compreen­desse cada palavra.

— Talvez eu lembre a mãe dela — Anahi su­geriu, sorrindo. — Temos a mesma cor de cabelos.
Será isso?

Alfonso fitou-a com frieza. Não fez nenhum es­forço para responder. Se queria intimidá-la, não estava conseguindo, pois ela estava convicta de que só sairia daquela casa com boas informações.

— Eu... eu sei que não sou tão estonteante quan­to Angelique Boyer — disse. — Patty é parecida com ela, não acha? — Ajeitou a criança no colo. — Ou acha que se parece mais com o senhor?

Tentou perceber algo na expressão dele, mas era difícil dizer o que se passava na mente de Alfonso. Ele apenas encolheu os ombros e respon­deu laconicamente:

— Se é o que diz, srta. Portillo...

— Mas o que o senhor acha? — ela insistiu, franzindo a testa.

Ele ergueu uma sobrancelha, com ar irritado.

— Acho que não tenho tempo para ficar discutindo essa bobagem com uma empregada — declarou.

Anahi chegou a conclusão de que Alfonso Herrera não apenas mantinha-se afastado da imprensa, mas também de todas as pessoas, dependendo da classe social delas, claro. Ele era um esnobe, um arrogante que erguera barreiras sociais, um ho­mem que não queria ser importunado pelos em­pregados. Anahi ficou furiosa.

— Seu quarto é ali — Alfonso falou, apontando para uma porta que ligava o aposento do bebê a
outro. — Posso pedir a Henri que pegue sua ba­gagem no carro?

Aquela pergunta fez com que Anahi se conscientizasse da situação. Certamente que a babá moraria na casa, e Alfonso suspeitaria de alguma coisa, se descobrisse que ela não trazia nenhuma bagagem.

— Oh, não... Posso trazê-la sozinha, obrigada — ela falou.

Pensou em quanto tempo ainda continuaria com aquela farsa, antes de a verdadeira babá chegar.

— Tudo bem — Alfonso concordou, então olhou para o relógio de pulso. — Cuide de Patty, depois
vá se encontrar comigo em meu escritório em... dez minutos. Desça a escada, primeira porta à direita.

Assim que ele saiu, Anahi sentou-se numa ca­deira, pois suas pernas estavam trêmulas. Não gostava do que estava acontecendo e se recrimi­nava por ter chegado tão longe.

Não era uma pessoa fria e calculista. Nunca fingira ser outra pessoa para conseguir uma ma­téria, mas aquilo parecia irresistível. Além do mais, sua curiosidade ficara aguçada.

Olhou para o bebê, que observou-a com seus enormes olhos azuis e de repente riu.

— Pode rir à vontade — Anahi murmurou.

Pensou em desistir de tudo, contando a verdade, pois enganar um homem como Alfonso Herrera era arrumar encrenca. Mas já estava dentro da casa, onde nenhum outro repórter tinha conseguido en­trar. Colocou Patty no berço, abriu a bolsa e pegou a máquina fotográfica.