Fanfic: Adorável Mentirosa - AyA

—   Aqui é Kate Hudson (viajei legal), da agência Elite, de Londres. Sinto informar que a babá que contra­taram, a srta. Mabel Flowers, está com dificulda­des de chegar até vocês. Greve dos aeroviários.

Anahi arregalou os olhos, não acreditando na própria sorte.

—   Estávamos nos perguntando onde ela poderia estar — disse ao mesmo tempo em que olhava angustiada para a porta, com receio de que Alfonso aparecesse.

—   Sei que a queriam o mais rápido possível, mas está difícil. O melhor que posso fazer é man­dá-la de trem, mas isso só será possível na segunda-feira da semana que vem. Lamento.

—   É uma pena.

—   Se quiser cancelar nosso contrato e contratar alguma babá das redondezas, compreenderemos.

—   Oh, não, deixe como está.

Aquilo daria a Anahi uma semana para escrever sua matéria. Não que pretendesse ficar tanto tem­po, pois provavelmente estaria fora daquela casa na manhã seguinte, com informações suficientes para alegrar Pedro.

— Bem, é muita gentileza sua — a mulher falou, aliviada.

Colocava o fone no gancho, quando Alfonso apareceu.

—  O que está fazendo? — ele indagou, franzindo a testa.

—  O telefone tocou e, como disse que eu seria sua secretária, atendi.

—  Prefiro que não atenda.

Alfonso entrou no escritório, e Anahi sentou-se na cadeira.

— Desculpe, eu só estava querendo ajudar — ela murmurou.

Ele acomodou-se na cadeira giratória e fitou-a bem dentro dos olhos.

—  Quem era?

—  Não sei dizer ao certo quem era — declarou.

—  Não sabe? Era do hospital?

Agora Anahi compreendia o modo rude de Alfonso. Ele estava preocupado com Angelique Boyer e devia estar aguardando notícias.

—  Oh, não — ela negou, voltando a relaxar. — Na verdade, pensei que era um repórter. Ele fez umas perguntas estranhas, queria saber se a filha de Angelique Boyer estava aqui e se você era o pai da menina.

—  O que falou?

—  Nada. O que eu deveria falar?

—    Deveria ter dito que não era para ele se meter em minha vida e que, se publicasse uma única palavra que fosse mentira, eu o arruinaria para o resto da vida.

Alfonso Herrera não era uma pessoa que alguém gostaria de desafiar. Era melhor Anahi sair da­quela casa o mais rápido possível.

— Desculpe — ele pediu, sorrindo. — Eu não devia descontar minha raiva em você.

— Desculpe. Eu não devia ter atendido o telefone. O sorriso dele fez com que Anahi sentisse uma estranha sensação.

— Isso não importa — Alfonso declarou. — Onde estávamos?

Ao recordar que as referências de Mabel Flo­wers estavam sobre a mesa, Cathy ficou ainda mais apreensiva.

— Na verdade, o senhor ia me servir um pouco de café — ela falou.

Alfonso despejou café em duas xícaras, entre­gando uma a Anahi, que fingiu não ter segurado a pequena vasilha, fazendo com que o objeto caísse sobre a mesa e despejasse o conteúdo sobre as referências.

— Oh, não... — ela murmurou. — Desculpe.