Fanfic: Chantagem do desejo - Adaptada Anahi & Alfonso | Tema: AyA hot e romance

— Minha mãe costumava citá-la como modelo para mim — confidenciou Eugena com expressão lastimável. — É claro que Belinda era muito mais ve­lha do que eu. Era uma mulher maravilhosa e vivia fazendo caridade. Era também totalmente devotada a Alfonso...

— Ele casou-se com ela e transformou-se num workaholic — observou Damon.

— Todo mundo sabe que eles tinham um casamento perfeito!                                                             

Eugena dirigiu ao irmão um olhar de reprovação.Anahí engoliu em seco e mediu as palavras.

— Pelias e Calliope nunca mencionam Belinda.

— Todos ficaram arrasados quando ela morreu. O fato de ela nunca ter tido um filho foi muito trágico. — Então, como se percebendo o que estava dizendo, Eugena corou, constrangida. — Desculpe-me, Anahí. Não tive a intenção...

— Não, claro que não. — Anahí sorriu, mas havia uma sensação desagradável em seu interior.

Bem, havia perguntado e recebido uma resposta, pensou, vagando distraída por entre a exposição. Tudo que podia pensar agora era que Belinda fora uma mulher maravilhosa, e Alfonso tinha sido feliz ao lado da esposa. Pela primeira vez, foi forçada a con­frontar o demônio de seu próprio ciúme. Estava en­vergonhada daqueles sentimentos, porém, por mais que quisesse, não era capaz de reprimi-los.

Mesmo assim, sentia-se perturbada por saber que aquele ciúme amargo e o orgulho ferido a haviam im­pedido de refletir sobre a proposta de casamento dele. Por outro lado, estava realmente tão desespera­da para considerar casar-se com um homem que dis­sera abertamente que sexo era tudo que tinha a lhe oferecer?

Alfonso amara a esposa. Estivera de luto por Belinda quando conheceu Anahí, e a usara como uma atadura para a ferida... facilmente descartável, uma vez que se sentiu pronto para recomeçar a vida. Em comparação a Belinda, ela não passara de uma parceira para um sexo casual e prazeroso, e somente o nasci­mento de Toby e Connor dera a Anahí um passaporte de volta à vida de Alfonso. Entendeu que aquelas verdades doloridas haviam ferido sua auto-estima e a fizera negar o fato de que estava perdidamente apai­xonada pelo pai dos gêmeos. Mas também entendeu que precisava superar suas emoções sobre a esposa falecida e o casamento perfeito dele.

Quando a galeria já estava prestes a fechar, Anahí fingiu um bocejo e recusou o convite para uma festa. Damon ofereceu-se para levá-la em casa.

— Há um carro esperando por mim...

— Acompanho-a até lá fora. Então, você não está livre, afinal de contas?

— Não sei o que você quer dizer com isso.

— Seus filhos não estão aqui, mas você está sain­do apressada numa limusine com motorista. É uma declaração de posse de Herrera — murmurou o jovem grego.

— Não necessariamente — replicou Anahí sem graça quando chegaram à rua escura. — Geralmente, levo os garotos a todo lugar, e Alfonso insiste que eu use o carro.

— De qualquer forma, não se preocupe com a atra­ção fatal de sua babá — disse ele. — Se ela estiver disponível, pretendo mantê-la totalmente ocupada!

Anahí admirou-se do interesse do rapaz por Maribel e, naquele exato momento, um flash de luz quase a cegou, fazendo-a piscar. O fotógrafo fugiu e Damion a empurrou para dentro da limusine.

— Estou surpreso que Herrera não lhe tenha dado um guarda-costas também.

— Ele deu. Mas eu o dispensei esta noite — la­mentou Anahí com um suspiro.

Na manhã seguinte, depois de uma noite maldormida, ela levantou-se para alimentar e vestir Toby e Connor, então voltou para a cama quando Maribel chegou. Não haviam passado mais do que quinze mi­nutos quando uma batida urgente a acordou de novo e a porta abriu-se com um rangido.

— O sr. Herrera está aqui, perguntando por você...

Anahí saltou da cama, olhou-se no espelho, e quase soltou um grito de desespero. Seus cabelos pareciam um ninho de abelhas. Por que ele teria ido visitá-la numa hora tão imprópria do dia? Um olhar rápido para o despertador disse-lhe que já se passara metade da manhã, porque ela havia dormido mais tempo do que gostaria. Numa pressa frenética, escovou os den­tes, lavou o rosto, vestiu uma roupa qualquer e saiu do quarto em direção à sala de visitas.

Mas Alfonso não estava lá. Estava no berçário, com os gêmeos e Maribel. Anahí permaneceu à porta sem ser notada, penteando os cachos ruivos com os dedos. Gostaria de ter tido tempo para colocar algu­ma maquilagem e sapatos. Alfonso estava fazen­do perguntas e Maribel respondia com risinhos e olhares estudados, comuns às mulheres quando na presença de um homem muito sexy.

— Alfonso.

Ele virou-se e focalizou os incisivos olhos doura­dos nela.

Não havia um sorriso no rosto bonito. Enquanto ele a acompanhava à sala de visitas, Anahí refletiu se sua interrupção fora bem-vinda.

— Você acha Maribel atraente? — perguntou sem mais nem menos.

Um silêncio mortal se instalou e nada a persuadiu a encará-lo.

— Deixe-me ver se entendo! — começou ele, ira­do pela pergunta. — Você está me questionando se quero assediar a babá?

Anahí corou violentamente.

— Não quis dizer isso...

— E claro que quis. A resposta é não. Jamais me envolvi com meu staffe dispenso-os quando tentam qualquer tipo de envolvimento que não seja profis­sional. Você foi a exceção... a única empregada que terminou em minha cama.

— E, considerando o resultado dessa exceção, te­nho certeza de que é um risco que você não escolhe­ria correr de novo.

Alfonso examinou-a com intensidade. Com a atração sexual que Anahí exercia sobre ele, pergun­tou-se o que fazer com o que ela dissera. Não havia gostado do modo como ela o fizera se sentir antes, e realmente não gostava de sua atitude agora.

Mas sabia que repetiria o mesmo comportamento.

Com os delicados pés descalços e as unhas pintadas sobre o tapete, Anahí parecia absurdamente jovem e inocente... até fitá-lo com aqueles olhos feiticeiros, os quais exerciam o mais pecaminoso efeito sobre a sua libido.

— Você esteve com Damon Bourikas na noite passada. Explique.

Ela ergueu o queixo em tom de desafio.

— Perdão?

— Ele não serve como companhia para você.

— Sou adulta. Não posso acreditar que esteja me dizendo isso.

— Eu não a quero ligada a ele.

— Ninguém vai me dizer com quem escolho me relacionar.

O semblante de Alfonso era calmo quando res­pondeu:

— Eu vou... e se você não me ouvir, Bourikas cer­tamente ouvirá. Porque sou muito influente para que ele ignore.