Fanfic: Chantagem do desejo - Adaptada Anahi & Alfonso | Tema: AyA hot e romance

Mas a indulgência de Alfonso a incomodava. Antes que as lágrimas pudessem fluir, disse-lhe que ia se deitar e dirigiu-se para o compartimento onde havia um leito. Sentando-se num dos lados da cama, lutou para conter os soluços. A porta abriu-se trinta segundos depois.

Alfonso sentou-se a seu lado e a puxou para si.

— Não é tão importante assim.

— Todos tiveram tantos problemas e despesas ten­tando manter a privacidade de nosso casamento e eu estraguei tudo — soluçou Anahí. — Eu não devia tê-la convidado.

— Você pensou que ela fosse sua amiga.

— É isso que dói.

— Eu sei.

— Por que você não está furioso comigo?

— Gosto de sua sensibilidade — confidenciou ele. — Se você fosse dura como eu, não seria a mesma pessoa, minha querida.

Ela engoliu em seco.

— Por que está sendo tão bom comigo?

— Não fui bom na noite passada?

Ela soltou uma risada sufocada e aninhou-se nos braços fortes. Amor estava invadindo-a por completo e transformando-se em desejo. Quando se aconche­gou ao corpo sólido, as pontas dos seios roçaram con­tra o peito largo. Alfonso pegou um travesseiro e acomodou-lhe a cabeça.

— Você está exausta. Durma um pouco.

— Onde esteve na noite passada? -— sussurrou ela.

— Embriagando-me.

— Oh... — Anahí não podia imaginar aquilo. E, sa­bendo o quanto ele gostava de estar no controle da si­tuação, sentia culpa por tê-lo induzido a beber.

— Era o mínimo que eu podia fazer — anunciou Alfonso da porta. — Você estava certa sobre a chantagem. Foi cruel. Foi errado. E não me descul­pei. Eu não estava preparado para cortejá-la, então fiz o que achei que... resolveria nossa relação.

Alfonso queria resolver a relação deles? Sim, ela entendia isso. Ele era muito impaciente, teimoso e dominador, particularmente em qualquer campo que acreditasse saber mais.

— O que faremos em seguida? — sussurrou Anahí.

— A lua-de-mel.

Alfonso possuía uma ilha particular. Voaram num helicóptero, o qual ele mesmo pilotou. Durante o vôo, mostrou-lhe uma casa branca, estabelecida num terreno arborizado acima de uma linda praia, e voou ao redor da ilha para que ela visse o vilarejo. Quando ater­rissaram no porto, uma balsa estava atracada e um pes­cador acenava de um brilhante barco azul.

— Passaremos o resto da semana aqui, e depois, se você quiser, iremos a Ibiza no fim de semana.

Na casa, cadeiras de vime com almofadas colori­das decoravam a imensa varanda debaixo de arcos de pedra que davam para o mar. A gigantesca piscina compartilhava a mesma vista incrível.

Decorada em branco com tons de azul que propor­cionavam uma claridade esplendorosa na luz do dia, o interior da casa era puro encantamento. Móveis e antiguidades rústicos decoravam a sala. E, além do charme característico e da simplicidade, havia banheiros lu­xuosos e uma cozinha que enlouqueceria um chef.

— Adorei... Realmente adorei.

Alfonso depositou a bagagem no chão do fabu­loso quarto de casal.

— Este sempre foi um lugar especial para mim.

Ele teria levado Belinda para a ilha? Provavelmen­te, pensou Anahí, censurando-se por sentir inveja de uma mulher morta.

Eles jantaram à luz de velas na varanda, e ela to­mou um cálice de champanhe. Usou o anel de esme­ralda e diamante e o exibiu o mais que pôde. Notou que Alfonso não a estava tocando e não pusera a bagagem deles no mesmo quarto. De repente, sentiu medo. Se a distância entre os dois ficasse grande de mais, poderia perdê-lo para sempre, pensou.

— Por que você não quer falar sobre Belinda? — perguntou ela abruptamente durante o jantar.

Alfonso franziu o cenho e o silêncio foi mortal. Ele levantou-se.

— Por que eu falaria sobre ela? Ansiosa, Anahí forçou um sorriso.

— Você viveu com ela pela melhor parte de uma década.

Alfonso soltou uma risada irônica.

— E talvez eu prefira esquecer isso. Ela o olhou, intrigada.

— Não entendo.

Sem responder, Alfonso caminhou na direção da praia.

Depois de um momento de paralisação, Anahí le­vantou-se e foi atrás dele, livrando-se dos sapatos de salto-alto para sentir a areia macia sob os pés. Era uma noite clara e a lua cheia esparzia muita luz.

— Você não pode me culpar por ser curiosa. Não me contou nada sobre ela na Irlanda e, quando per­guntei, disse-me que eu não tinha o direito de saber nada sobre o seu casamento!

— Vamos recapitular — murmurou Alfonso. — Na Irlanda, eu não tinha razão para falar sobre ela. Sabia que você ficaria chateada se soubesse que eu havia sido casado, portanto, evitei o assunto. Não falo sobre Belinda porque não quero.

— Mas, quando amamos uma pessoa e a perde­mos, é mais saudável falar sobre o assunto.

— Não foi bem assim entre mim e Belinda Peregrín. — Alfonso enfiou as mãos nos bolsos da calça e olhou para o mar, o lindo perfil iluminado pelo luar.