Fanfic: Fire and Blood... AyA [FINALIZADA] | Tema: Anahí, Alfonso, AyA, Targaryen, Medieval
A princípio não fora fácil. O khalasar levantara o acampamento na manhã seguinte ao casamento, dirigindo-se para leste em direção a Vaes Dothrak, e no terceiro dia Annie pensou que ia morrer. Feridas provocadas pela sela abriram-se no seu traseiro, hediondas e sangrentas. As coxas ficaram em carne viva, as rédeas fizeram nascer bolhas nas mãos, e os músculos das pernas e das costas estavam de tal forma doloridos que quase não era capaz de se sentar. Quando caía o crepúsculo, as criadas tinhamde ajudá-la a desmontar.
Nem mesmo as noites traziam alívio. Khal Alfonso ignorava-a enquanto viajavam, tal como a ignorara durante o casamento, e passava o começo da noite bebendo com seus guerreiros e companheiros de sangue, competindo com seus melhores cavalos, vendo mulheres dançar e homens morrer. Annie não tinha lugar naquelas partes de sua vida. Era abandonada para jantar sozinha ou com Sor Jorah e o irmão, para depois chorar até adormecer. Mas todas as noites, em algum momento antes da alvorada, Alfonso vinha à sua tenda e a acordava na escuridão para montá-la tão implacavelmente como montava seu garanhão. Possuía-a sempre por trás, à moda dothraki, e Annie sentia-se grata por isso; dessa maneira, o senhor seu marido não podia ver as lágrimas que lhe molhavam o rosto, e podia usar a almofada para abafar seus gritos de dor. Quando acabava, ele fechava os olhos e começava a ressonar baixinho, e Annie se deitava ao seu lado, com o corpo dolorido e machucado, com dores demais para dormir.
Os dias seguiram-se a outros, e as noites seguiram-se a outras, até Annie compreender que não conseguia suportar aquilo nem mais um momento. Uma noite decidiu que preferia se matar em vez de continuar.. .
Mas, quando conseguiu adormecer nessa noite, voltou a sonhar o sonho do dragão. Daquela vez Viserys não estava nele. Só ela e o dragão. Suas escamas eram negras como a noite, mas luzidias de sangue. Annie sentiu que aquele sangue era dela. Os olhos do animal eram lagoas de magma derretido, e, quando abriu a boca, a chama surgiu, rugindo, num jato quente. Annie podia ouvi-lo cantar para ela. Abriu os braços ao fogo, acolheu-o, para que ele a engolisse inteira e a lavasse, temperasse e polisse até ficar limpa. Podia sentir sua carne secar, enegrece r e descamar-se, sentia o sangue ferver e transformar-se em vapor, mas não havia nenhuma dor. Sentia-se forte, nova e feroz.
E no dia seguinte, estranhamente, pareceu-lhe que não doía tanto. Foi como se os deuses a tivessem escutado e se tivessem apiedado. Até as criadas repararam na mudança.
– Khaleesi –disse Jhiqui –, que se passa? Está doente?
– Estava –ela respondeu, em pé junto aos ovos de dragão que Illyrio lhe oferecera quando se casara.
Tocou um deles, o maior dos três, fazendo correr a mão sobre a casca. Negro e escarlate, pensou, como o dragão no meu sonho, A pedra parecia estranhamente quente sob seus dedos... ou estaria ainda sonhando?
Retirou a mão, nervosamente.
Daquela hora em diante, cada dia foi mais fácil queo anterior. As pernas ficaram mais fortes; as bolha se arrebentaram e as mãos ganharam calos; as moles coxas enrijeceram, flexíveis como couro.
O khal ordenara à criada Irri que ensinasse Annie montar à moda dothraki, mas sua verdadeira professora era a potranca. A égua parecia conhecer-lhe os estados de alma, como se partilhassem uma mente única. A cada dia que passava, Annie sentia-semais segura sobre a sela. Os dothrakis eram um povo duro e sem sentimentalismos, e não tinham o costume de dar nomes aos animais; portanto, Annie pensava no animal apenas como a prata. Nunca amara tanto coisa alguma.
À medida que a viagem foi deixando de ser uma provação, Annie começou a reparar nas belezas da terra que a rodeava. Cavalgava à frente do khalasar com Alfonso e seus companheiros de sangue, e assim encontrava todas as regiões frescas e intactas. Atrás deles, a grande horda podia rasgar a terra e enlamear os rios e levantar nuvens de pó que dificultavam a respiração, mas os campos à sua frente estavam sempre viçosos e verdejantes.
Atravessaram as colinas onduladas de Norvos, deixando para trás fazendas de campos amurados e pequenas aldeias onde o povo observava ansioso, de cima de muros brancos de estuque. Atravessaram pelo vau três largos rios plácidos e um quarto que era rápido, estreito e traiçoeiro, acamparam ao lado de uma grande catarata azul e rodearam as ruínas tombadas de uma vasta cidade morta, onde se dizia que os fantasmas gemiam por entre enegrecidas colunas de mármore. Correram por estradas valirianas com mil anos de idade, retas como uma seta dothraki. Ao longo de meia lua, atravessaram aFloresta de Qohor, onde as folhas formavam uma abóbada dourada muito acima deles e os troncos das árvores eram tão largos como portões de uma cidade.
Havia grandes alces naqueles bosques, tigres malhados e lémures de pelo prateado e enormes olhos púrpuros, mas todos fugiram antes que o khalasar se aproximasse e Annie não chegou a vislumbrá-los.
Por essa altura, sua agonia era uma memória que se desvanecia. Ainda sentia-se dolorida depois de um longo dia de viagem, mas, de algum modo, a dor incorporava agora certa doçura, e ela subia de boa vontade para a sela todas as manhãs, ansiosa por saber que maravilhas a esperavam nas terras que se estendiam à frente. Começou a encontrar prazer até mesmo nas noites, e embora ainda gritasse quando Alfonso a possuía, nem sempre era de dor.
Autor(a): Alien AyA
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O verde a engoliu. O ar estava enriquecido com os odores da terra e das plantas, misturados com o cheiro do cavalo, do suor de Annie e do óleo em seu cabelo. Cheiros dothrakis. Pareciam pertencer àquele lugar. Annie respirou tudo aquilo, rindo. Teve uma súbita vontade de sentir o chão debaixo dos pés, de fechar os dedos sobre aquele espesso ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 50
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hadassa04 Postado em 02/07/2014 - 23:35:06
Minha bb essa fic foi tudo, parabéns pela escolha do livro, final simplesmente maravilhoso. Espero mais fic sua...
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alien Postado em 26/06/2014 - 07:19:41
julyanniaya as cronicas de gelo e fogo é uma historia só em que todos personagens querem o trono de ferro, o livro é separado por pontos de vista então você em um capitulo pode estar no Norte e no outro vendo o que está acontecendo no Sul, todas historias no final se entrelaçam, mas o George ainda não terminou de escrever todos os livros até agora são cinco gordinhos livros, falta ainda dois pelo que ele falou...
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julyanniaya Postado em 26/06/2014 - 02:31:01
Um livro conta várias hitórias diferentes? Eu pensei q cada livro fosse a continuação do outro.
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franmarmentini Postado em 25/06/2014 - 23:30:24
a fic* tem continuação...?? :(
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alien Postado em 25/06/2014 - 22:27:23
fran ''Ajoelhou, beijou Alfonso nos lábios e apertou a almofada contra o rosto.'' contra o rosto dele... aquele tipo de vida que ele iria viver pior do que a morte...
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franmarmentini Postado em 25/06/2014 - 22:25:36
;( tem continuação essa fic*? :(
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franmarmentini Postado em 25/06/2014 - 22:14:59
não consigo nem continuar lendo...any vai matar o poncho é isso mesmo.... não to entendendo mais nada... ;(
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franmarmentini Postado em 25/06/2014 - 21:56:39
any beijou o cavaleiro na boca :o
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franmarmentini Postado em 24/06/2014 - 15:09:25
ai amiga to mal...
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franmarmentini Postado em 24/06/2014 - 15:00:46
;(