Fanfic: A Dama e o Guerreiro - AyA | Tema: AyA (adaptada)

Por essa razão, seus primos estavam muito empenhados em arrumar-lhe casamento. Afinal, um marido rico poderia não só trazer novas divisas para Clarin como também permitiria que Anahí gerasse um herdeiro e pudesse usar sua herança.

Assim, os primos haviam estudado muitos contratos de casamento em nome de Anahí. Dentre esses, estavam ofertas feitas por nobres de toda a Europa. O Castelo de Clarin era uma belíssima propriedade, mas infelizmente tinha sido muito afetado pela guerra com os escoceses e agora seria preciso gastar uma fortuna para que voltasse ao esplendor de outrora.

Contudo, para o desespero de Anahí, parecia que cada pretendente rico que surgia era pior, e de caráter mais duvidoso, do que os que havia rejeitado anteriormente. Robin de Lancaster, por exemplo, não era muito mais alto do que um garoto de dez anos de idade. Ele, porém, era um homem educado e gentil.

Já Tibald, lorde de Hexin, até que possuía uma aparência elegante, mas segundo constava, tinha o estranho hábito de afogar gatinhos indefesos no fosso do castelo. O que não faria com uma esposa de gênio forte como ela?

Um dos últimos a cortejá-la fora o conde Etienne Gireaux, um nobre francês que se mostrava ansioso para conhecer a herdeira de Clarin.

Mas ele era tão ruim, ou pior, que seus predecessores.

O conde chegou e partiu quase no mesmo dia, Na manhã após ter declinado a proposta de casamento que ele lhe fizera, quando Anahí começava a sentir-se em paz consigo mesma, seu primo Jack exigiu-lhe a presença no salão nobre do castelo.

— Não há desculpa para continuarmos adiando isso! — Jack dissera com ar impaciente, parando pouco atrás da cadeira que ela ocupava. Com um suspiro exasperado, agarrou o espaldar de madeira entalhada e curvou-se para falar bem junto a seu ouvido: — Anahí, você foi muito rude ontem à noite, e o conde Gireaux descende de uma das famílias mais ricas e importantes da Normandia. E quase como se todos a seu redor estivessem pisando em cascas de ovos. Você perdeu seu pai, foi obrigada a defender seu lar e seu povo de invasores bárbaros, mas isso aconteceu há alguns anos. Já não é mais uma pobre menina indefesa e ingênua, há muito se tomou mulher e não pode se comportar assim. Na verdade, já correm rumores de que deve haver algo de errado com a herdeira do Castelo de Clarin, pois mesmo após tanto tempo não consegue se casar. Uns dizem que é louca, outros que é coxa, ou mesmo que...

— Que é tão feia que nenhum homem da corte iria aceitá-la como esposa — completou Rodrigo, seu outro primo, sentado na enorme cadeira que ficava ao lado da lareira de pedras.

Rodrigo era dois anos mais jovem do que Jack e também era o membro da família que tinha o senso de humor mais afiado. Como o irmão, ele havia lutado bravamente pelo rei. Contudo, suas atitudes em relação a Anahí diferiam muito das de Jack.

Rodrigo não a pressionava para se casar, enquanto Jack tinha um irritante senso de responsabilidade para com o falecido tio e vivia tentando convencê-la de que precisava de um marido o mais depressa possível.

Anahí queria muito que Jack percebesse que nem mesmo seu pai levaria aquele assunto de casamento tão a sério ou a forçaria a casar-se com um daqueles pretendentes horríveis que tinham se apresentado até então.

— Ora, Jack, o conde pode ser imensamente rico e respeitado — Anahí começou a dizer calmamente, olhando para as próprias mãos, pouco antes de erguer-se e encarar o primo de igual para igual. — Mas ele tem um cheiro horrível e... e...

— Não possui nenhuma qualidade admirável? — Rodrigo sugeriu em tom de gracejo.

Jack o retalhou com o olhar.

— Por favor, irmão, seus comentários não estão nos ajudando em nada.

Rodrigo riu e gesticulou em direção a Anahí.

— Ora, vamos, Jack, se Anahí se recusa a casar-se e, portanto, a gerar um herdeiro, você herdará o Castelo de Clarin e toda as terras ao redor dele. Portanto, seria mais sábio deixá-la fazer o que quer.

Os olhos escuros de Jack de Clarin brilharam de forma ameaçadora.

-------------------

Comentários?