Fanfic: A Dama e o Guerreiro - AyA | Tema: AyA (adaptada)

— Ah, que bom ver que está voltando ao mundo dos vivos, milady.
Anahí pestanejou e a fitou por entre as longas pestanas.
— Está tudo bem, querida. Você está se recuperando e em breve ficará boa.
A jovem não respondeu, e só então Dulce percebeu que ainda estava falando no idioma nórdico.
— Que bom que está conosco outra vez. — Dulce mudou rapidamente para o francês. — Como se sente?
— Com sede.
Dulce sorriu e colocou um pouco de água numa guampa, um copo feito de chifre de cervo.
Anahí sorveu o líquido rapidamente a princípio, e depois mais lentamente, pois Dulce pediu que o fizesse devagar.
— Obrigada. — agradeceu ao terminar, devolvendo-lhe a guampa, para logo em seguida voltar a afundar nos travesseiros. Franzindo o cenho, olhou em torno de si com perplexidade, depois fitou o rosto da mulher que a ajudara. — Quem é você? — perguntou, erguendo-se se apoiando em um cotovelo. — Onde está minha criada pessoal, a jovem chamada Birdie? Ela está bem?
— Relaxe, milady. Sua criada pessoal está bem, mas está a bordo do navio pirata.
— Sozinha? Em um navio pirata? — Anahí deu um longo suspiro. — Santo Deus! Não posso acreditar que tenha feito tal pergunta quando eu mesma estou sozinha em um navio escocês.
— Apenas parcialmente escocês, milady — Dulce lembrou-a. — Na verdade, este é um navio nórdico.
— Claro, claro, mas e quanto a Birdie?
— Ela está confinada, nada mais.
— Como pode estar tão certa disso?
Havia tanta ansiedade na voz dela que Dulce teve vontade de assegurar-lhe de que tudo estava bem, mas sabia que não poderia fazê-lo.
— Birdie está bem, milady. Só foram separadas porque os homens não a julgam confiável.
— Confiável? E por que eu deveria ser confiável quando sou prisioneira de escoceses? — Anahí indagou, estreitando os olhos.
Mais uma vez Dulce sorriu. Já tinha ouvido falar muito sobre aquela jovem de cabelos loiros e olhos azuis. Ela era legendária. Tinha liderado um pequeno exército na batalha de Falkirk e fora uma das responsáveis pela vitória dos ingleses.
No entanto, na verdade, agora não parecia mais uma guerreira forte e poderosa, mas sim uma delicada e frágil ninfa do mar, com os longos cabelos dourados espalhados sobre a alvura do travesseiro e os enormes olhos azuis brilhando de indignação. Naquele momento, a despeito do tom desafiador na voz melodiosa, Anahí de Clarin estava destituída de todas as suas qualidades de guerreira e parecia apenas um jovem bela e vulnerável que precisava de cuidados e atenção.
— Agora vou deixá-la descansar, pois há pouco... —Dulce disse e começou a se afastar, mas Anahí a segurou pela mão, exibindo um brilho de medo nos olhos azuis.
— Espere! — ela pediu. — Por favor, fique e converse comigo.
— Devo preveni-la de que não há muito que eu possa fazer para ajudá-la, milady.
Anahí meneou levemente a cabeça.
— Sei que não, mas gostaria que me dissesse quem é você e o que faz neste navio. Por acaso é a esposa do capitão?
Dulce hesitou um pouco antes de responder:
— Não, milady. Vivo com Christopher, mas não sou a esposa dele. Christopher é neto de um jaw, um grande chefe nórdico, portanto não pode se casar com uma mulher sem linhagem.
— Quer dizer que ele ainda pode ter uma esposa?
— Sim, mas até agora Christopher tem recusado todas as candidatas que apareceram.
— Então ele a ama, minha cara. — Anahí concluiu com um sorriso que a fez parecer ainda mais bonita do que antes.
Dulce corou diante das palavras da jovem lady de Clarin. Afinal, elas lhe eram familiares e, em seu modo de ver, verdadeiras também.

kalita: Nos próximos capítulos você saberá, não morra de curiosidade u_u KKKKKKKKKKKK 

franmarmentini: Se eles vão se dar bem logo é bem difícil de te responder mas posso te dizer que Poncho não fará ela sofrer, acho mais provável que ela mesma se faça sofrer do que ele KKKKKKKKKKKKKKK