Fanfics Brasil - 2 A Dama e o Guerreiro - AyA

Fanfic: A Dama e o Guerreiro - AyA | Tema: AyA (adaptada)


Capítulo: 2

257 visualizações Denunciar


— Sai já daqui, rapaz! — a voz do velho MacCaffery o trouxe de volta à realidade e Alfonso virou-se bem a tempo de ver um cavaleiro, trazendo as armas e o brasão da Casa de York, aproximar-se para atacá-lo.


No entanto, Alfonso Graham era um hábil guerreiro e foi mais rápido que o inimigo. Com um movimento ágil, ergueu a espada e acertou o inglês diretamente na altura da garganta, levando-o ao chão. Mas não houve tempo para comemoração. Antes que pudesse se sentir aliviado, avistou outro guerreiro inimigo vindo em sua direção.


Naquele instante, Alfonso teve a certeza de que aquela era uma batalha perdida. Ainda assim, nunca aceitaria isso passivamente! Nunca! Faria como o velho MacCaffery que, apesar do ferimento profundo, estava em pé, lutando contra seus inimigos da melhor maneira possível Além do mais, poderia perder a batalha, mas não a guerra.


E foi pensando nisso que Alfonso lutou naquela manhã. Então, a certa altura ouviu alguém chamar seu nome e ao voltar-se viu que seu primo John Graham estava no chão, gravemente ferido. Alguns de seus homens tentavam protegê-lo de um grupo de guerreiros ingleses, mas era óbvio que John mal conseguia respirar.


— Vá até lá que lhe dou cobertura! — MacCaffery gritou, porém o ferimento no quadril o estava fazendo esvair-se em sangue e, por certo, não agüentaria por muito mais tempo.


Por um instante, Alfonso hesitou. Contudo, John era um de seus parentes mais queridos e não poderia deixá-lo à mercê do inimigo. Assim, de um salto, correu até o local onde o bravo guerreiro jazia protegido por alguns fiéis escudeiros.


— John... Pelo amor de Deus! O que houve com você?


— indagou, curvando-se sobre o corpo do primo e notando que, como pressentia, ele tinha sido ferido no pescoço e não havia muito mais a ser feito.


— Alfonso, fuja! — John Graham aconselhou-o num fio de voz. — Leve meus fiéis escudeiros e vá para bem longe. Alguns homens já conduziram sir Wallace a um local seguro e agora quero que vocês também façam o mesmo. Vá enquanto há tempo!


— Não o deixarei aqui para morrer, primo! — insistiu Alfonso. — Vou carregá-lo até o bosque e lá nos protegeremos.


— Alfonso, não se engane. Sou um homem morto e você não precisará de um cadáver para atrasá-lo e dificultar ainda mais sua fuga. É hora de pensar na Escócia, rapaz!


— John, não...


— Pela Escócia, guerreiro! Vá! Esta batalha pode estar perdida, mas não a guerra. Enquanto houver esperança e homens dispostos a lutar pela liberdade de nosso povo, ainda há uma chance para a Escócia. É por isso que todos nós lutamos e é por isso que alguns também morreram. Vá, homem de Deus!


Alfonso ainda olhou pesaroso para um dos guerreiros mais corajosos que já conhecera e embora seu coração estivesse contraído de dor, a razão lhe dizia que não havia mais nada que pudesse fazer. Na guerra era preciso pensar com a cabeça, nunca com o coração, pois, do contrário, outras mortes desnecessárias viriam. Ainda assim, o coração do guerreiro sangrava de dor quando ele decidiu fazer o que era preciso.


Levantando-se rapidamente, Alfonso olhou em torno de si a tempo de ver que o velho MacCaffery também havia sucumbido à gravidade de seus ferimentos. Bem, pelo menos ele morrera como queria: como um homem livre que nunca se rendera à ânsia de poder dos ingleses.


Invadido por uma mescla de ódio e impotência, Alfonso correu até Aquiles e o montou. Antes, porém, ainda lutou contra alguns cavaleiros ingleses e os jogou por terra, como se quisesse vingar a morte de muitos de seus companheiros e amigos.


Devia estar louco quando imaginara que havia uma certa magia na guerra; havia sim, uma total exposição das fraquezas e loucuras humanas, aquelas que levavam os homens a matar seus próprios semelhantes e a cometer os atos mais insanos e inexplicáveis da face da Terra.


— Ah, primo, prometo que não descansarei enquanto a Escócia não for um país totalmente livre, onde as pessoas possam viver em paz e com honradez! — falou solenemente, parando ao lado do corpo de John Graham e erguendo sua espada para selar as palavras que acabava de proferir.


O som do galope do cavalo parecia mesclar-se às batidas aceleradas de seu coração. Mas Alfonso não tinha tempo para pensar nisso. Precisava juntar-se a seu primo Arryn e aos outros escudeiros que deviam estar cavalgando algumas horas a sua frente. Se os alcançasse, seguiriam juntos para um santuário no alto das montanhas onde, certamente, ficariam em segurança até que os ingleses fossem embora.


Estava cavalgando fazia quase uma hora quando um barulho vindo do meio das árvores do bosque chamou-lhe a atenção. Ele se virou a tempo de ver um vulto surgir no lado oposto da trilha que seguia.


Quem seria? Amigo ou inimigo?, perguntou-se incerto. Desconfiado, desmontou e desembainhou a espada a fim de descobrir quem o estaria vigiando.


Então, antes que tivesse a chance de dar mais um passo, um guerreiro trajando a túnica bordada com o emblema da Casa de York o atacou.


Mais uma vez, Alfonso lutou bravamente. Sabia que sua vida estava em jogo. Nessas horas, era matar ou morrer, e ele foi obrigado a escolher a segunda opção.


Durante vários minutos, que lhe pareceram uma verdadeira eternidade, Alfonso e o defensor do rei inglês digladiaram-se mortalmente. A certa altura, aproveitando-se do cansaço do inimigo, Alfonso o encurralou contra o tronco de uma árvore e desferiu um golpe mortal.


Uma estranha mescla de alívio e pesar invadiu-lhe o peito, e ele esboçou um suspiro triste. Estava se preparando para ir à procura de Aquiles quando pressentiu que havia mais alguém o espionando. Olhou em torno de si, mas nada viu. Dois segundos depois, divisou uma figura longilínea, envolta num manto preto, sair de trás de um grosso tronco de carvalho.


Amigo ou inimigo?, perguntou-se outra vez, mas não teve tempo para pensar muito, pois logo foi atacado com força e agressividade. Embora cansado por causa da luta anterior, Alfonso conseguiu jogar o inimigo ao chão.


— Espere! — gritou o encapuzado, com uma voz que lhe denunciava não só a juventude como também o fato de tratar-se de uma mulher. — Tenha misericórdia...


Perplexo, Alfonso a fitou com olhos arregalados. Céus, quem era ela? Como poderia estar lutando pelo Exército inglês?


O manto preto caiu dos ombros femininos e a guerreira desconhecida rapidamente tirou o elmo que lhe protegia a cabeça, revelando uma longa cascata de cabelos loiros.


Céus, ela era ainda mais jovem do que ele próprio! Sob a luz bruxuleante daquele recanto perdido no meio do bosque, os cabelos loiros exibiam um brilho intenso. As feições eram perfeitas e delicadas, como se tivessem sido esculpidas pelo mais perfeccionista e talentoso dos artistas. Os olhos eram grandes e brilhantes, semelhantes a dois diamantes, e a boca tão vermelha quanto uma rosa aveludada que desabrocha na primavera.


Alfonso estava hipnotizado pela beleza e coragem daquela mulher. Por mais que quisesse, não conseguia fazer o menor movimento. Assim, ficou imóvel a observá-la, como se mal pudesse acreditar no que seus olhos lhe mostravam.


Esse foi seu grande erro, porque quando percebeu o que estava acontecendo já era tarde demais. Um outro guerreiro inimigo aproximou-se dele pelas costas e tentou atacá-lo com a espada.


Ágil como sempre, Alfonso ainda desviou do primeiro e do segundo golpe, mas no terceiro, tirou-lhe a espada das mãos e o deixou desarmado.


 


O coração deu um salto dentro do peito e ele deduziu que sua hora tinha finalmente chegado. Em uma prece silenciosa, pediu ao céu que lhe desse uma morte rápida. Contudo, em vez disso, o que sentiu foi uma forte pancada na cabeça. Antes de cair sem sentidos no chão, ainda olhou para trás e fitou os imensos olhos azuis da jovem de longos cabelos loiros que o atingira com o cabo de sua espada.


Tudo em que conseguiu pensar antes de desfalecer foi que, embora ela parecesse um anjo, era tão traiçoeira quanto o próprio demônio. Sim, um demônio de saias e que ainda por cima lutava ao lado do Exército inglês!


— Alfonso! Alfonso! — a voz de seu primo Arryn Graham o trouxe de volta à realidade. — Acorde! Vou colocá-lo em seu cavalo. Precisamos sair daqui antes que os ingleses nos alcancem.


Ainda atordoado, Alfonso reuniu todas as suas forças e deixou-se conduzir até a sela de Aquiles. A dor que sentia era imensa, mas a raiva que o assolava era ainda maior. Como podia ter sido tão tolo e pueril ao confiar em uma mulher? Será que o tempo que passara lutando pela Escócia não tinha sido suficiente para ensiná-lo que não se pode confiar no inimigo de forma alguma?


— Alfonso, agüente firme que vamos conseguir, meu primo! — Arryn Graham disse ao vê-lo empalidecer e se apoiar na crina macia do fogoso animal que montava.


Sim, custasse o que custasse, ele conseguiria sair vivo daquela cilada armada pelo destino, ou melhor, por uma mulher traiçoeira, prometeu a si mesmo. Verdade que sua cabeça doía como se tivesse recebido várias marteladas seguidas e que mal era capaz de manter o equilíbrio sobre a sela de Aquiles, porém, estava decidido a sobreviver, por si mesmo, pela Escócia, pelo propósito de vida que traçara e... para se vingar da feiticeira de olhos azuis que o deixara completamente sem ação.


Sim, um dia a encontraria e poderia dar-lhe o troco pelo que lhe fizera. Os anos poderiam correr soltos no interminável túnel do tempo, mas Alfonso Graham jamais esqueceria a figura esguia e ágil, o rosto de feições perfeitas, os olhos azuis celestes, as madeixas acobreadas e, muito menos, o que ela lhe fizera.


Agora tinha duas boas razões para viver: lutar pela liberdade de sua querida Escócia e também encontrar aquela mulher que lhe desferira o maior de todos os golpes que um homem pode sofrer na vida. Afinal, mais do que sua cabeça, a jovem de cabelos loiros havia atingido também seu coração... E com o coração de um guerreiro ninguém deveria brincar...



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): traumayahd

Este autor(a) escreve mais 2 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Capítulo I     Véspera do novo século, 1301, 1302   — Maldição! É um navio pirata! — o capitão Abraham exclamou, franzindo o cenho enrugado e esfregando nervosamente as mãos. — Eles estão navegando a toda velocidade que os ventos permitem. Precisamos ser mais rápidos d ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 73



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • franmarmentini♥ Postado em 30/04/2016 - 16:23:07

    CADE VC ????????????????????????

  • franmarmentini♥ Postado em 10/09/2015 - 16:14:25

    OLÁAAAAAAAA AMORE ESTOU POSTANDO UMA FIC* TE ESPERO LÁ BJUS http://fanfics.com.br/fanfic/49177/em-nome-do-amor-anahi-e-alfonso

  • kalita Postado em 03/10/2014 - 22:16:04

    E lá vamos nós para mais um mês sem posts.

  • kalita Postado em 08/09/2014 - 22:18:22

    Mais um mês se passou e vc não voltou!!!! :(((((((((((((((((((((((((((

  • kalita Postado em 09/08/2014 - 11:43:09

    Cadê tu, cê ta legal??

  • kalita Postado em 09/08/2014 - 11:42:02

    volta posta pleaseeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee

  • kalita Postado em 09/08/2014 - 11:41:18

    eiiii 2 meses já e vc não vem postar aquiii ;/

  • jeanne_portilla Postado em 23/07/2014 - 23:39:39

    Posta porfavorrrrrrrr

  • jeanne_portilla Postado em 23/07/2014 - 23:39:02

    Nova leitora Posta mais porfavorrrrr

  • kalita Postado em 05/07/2014 - 23:29:29

    Volta loooogo!


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais