Fanfic: A Dama e o Guerreiro - AyA | Tema: AyA (adaptada)

— Quando o senhor renunciou a seu cargo como guardião e os barões se uniram em Pebbles, foi um membro de meu clã que sugeriu que suas terras fossem confiscadas como represália por o senhor ter deixado a Escócia sem permissão da assembléia de nobres, não? Sir David Graham, para ser mais preciso.
Mais uma vez Wallace pareceu divertir-se com o comentário.
— Ora, vamos, Alfonso, os Graham formam um clã numeroso. Não o julgo responsável pelo ato de todos que carregam o mesmo nome. É muito difícil acusai` alguém nesses tempos de guerra. Cada um faz suas próprias alianças, tentando defender-se como pode. Estou certo de que Bruce e Comyn, por exemplo, já rezaram muitas vezes pedindo pela morte de Eduardo. O rei inglês está velho e seus filhos preferem os jogos e as damas a ter de se embrenhar em longas batalhas. Talvez esperar seja nossa grande arma também.
— Desculpe-me, sir. Mas a meu ver o rei está vivendo tempo demais.
— Bem, estamos a caminho para encontrar um outro rei, o rei francês. Um que, como você mesmo diz, nos receberá de bom grado e ficará ainda mais feliz quando souber sobre Longueville. — Ficou em silêncio por um momento, e estudou Alfonso com atenção: — Um pirata... e uma dama inglesa. Muito interessante para uma única viagem, não? Embora eu tenha ouvido dizer que lady Anahí de Clarin está doente.
Alfonso emitiu um som exasperado.
— Ela já está bem melhor. Dulce disse que nossa prisioneira viverá. Mas a culpada de tudo isso foi a própria lady Anahí, que insistiu em dar um mergulho nas águas geladas do mar irlandês.
Wallace riu e bateu com a mão espalmada sobre o joelho.
— Ela arriscou-se contra todas as possibilidades. Essa mulher é admirável!
— Não a deixe ouvi-lo, senhor. Ela o vê com o mesmo horror a que vemos Eduardo I. Na verdade, acho que lady Anahí acredita que o senhor tenha chifres e uma longa cauda como o próprio demônio.
—Muitos ingleses pensam assim. Dizem até que costumo ir aos campos de batalha usando a pele de inimigos que matei. Bem, posso ser culpado de muitos pecados, mas não cometi um terço dos crimes e atrocidades que atribuem a mim. Sei que muitos homens praticam atos grotescos alegando estar sob meu comando e que o inimigo, às vezes, queima vilas inteiras dizendo ser a mando do Exército escocês, pois assim consegue que o povo nos odeie e não nos dê apoio. Mas você, meu jovem Alfonso, sabe que nunca matamos inocentes. Diga a lady Anahí para se lembrar de Berwick, onde os homens do rei mataram até mesmo mulheres grávidas no meio da rua.
— Dizer a ela?! — Alfonso exclamou. — Senhor, mal conseguimos nos falar. Acho que lady Anahí é uma peça importante para o senhor conseguir algumas coisas de que precisamos. Pensei que fosse levá-la consigo e...
— Você a pescou do mar, meu caro. Agora ela é problema seu.
— Estamos em uma missão muito importante. Além do mais, depois de tudo, talvez o senhor não devesse deixá-la a meus cuidados.
Wallace o fitou com curiosidade.
— E por que não?
— Porque já nos encontramos antes. — Alfonso contou, erguendo o chifre em que bebia sua cerveja e levando-o aos lábios.
— Em Falkirk?
— Sim. Ela quase me matou.
Wallace olhou demoradamente para Alfonso, então deu uma gargalhada ao mesmo tempo que lhe batia de leve no ombro.

Hm, depois eu continuo u_u bjs