Fanfic: A Dama e o Guerreiro - AyA | Tema: AyA (adaptada)

Franziu o cenho tentando descobrir o que era, e só depois de alguns instantes percebeu que não tinha ouvido o som da tranca sendo colocada do lado de fora da porta.

Diante de tal percepção, deslizou os pés para fora da cama e sentou-se. Vestindo uma longa camisola de cambraia branca, atravessou o quarto e foi até a porta, empurrando-a levemente.

Ainda que a pesada porta de madeira tivesse cedido diante de sua primeira tentativa, Anahí ficou parada onde estava, consternada ao perceber que o fato de a porta não ter sido trancada pouco mudaria sua situação. Afinal, estava em um navio em alto-mar e nem mesmo sabia se continuavam no mar irlandês ou se já estavam atravessando o canal inglês. Pelo que percebia, seus raptores pareciam estar seguindo uma rota preestabelecida.

Se escapasse da cabine, o que poderia fazer? Tentar um novo mergulho no mar? Não. Graças aos céus, a razão lhe voltara. Não queria morrer.

Um longo suspiro escapou dos lábios rosados quando compreendeu que, embora a porta estivesse aberta, continuava prisioneira dos escoceses. Certamente, Alfonso Graham sabia disso e fora por essa razão que decidira não usar a pesada tranca que mantinha a porta fechada desde o dia em que a resgatara das águas congelantes do mar irlandês.

Mas talvez pudesse sair escondida e conhecer um pouco mais seu cativeiro, ou mesmo ouvir uma conversa que desse uma indicação do que aconteceria quando chegassem à França. Com esta idéia em mente, saiu para o corredor, tentando manter-se à sombra para não ser vista.

No final do longo corredor, descobriu uma escada que levava a um piso inferior e outra que conduzia ao convés superior, onde ficavam as velas e os mastros. Com cuidado, Anahí subiu os degraus, espiando antes de se aventurar a seguir pelo convés descoberto.

Tudo parecia muito calmo, embora houvesse homens conduzindo a embarcação através da escuridão da noite.

A certa altura, escondeu-se atrás de um bote de madeira quando dois marujos passaram bem perto, e pôde escutar o que conversavam. Falavam de William Wallace, mas não conseguia entender o que diziam. Foi só naquele instante que Anahí se deu conta de que havia uma cabine um nível acima do piso do convés. Sem pestanejar, correu até as escadas para tentar descobrir o que estava acontecendo ali.

Havia pequenas vigias nas quatro faces da cabine e ela esforçou-se para espiar no interior do espaço retangular. Era evidente que aquele era o local em que os líderes escoceses e o capitão do navio se reuniam, pois além de o pequeno espaço garantir-lhes certa privacidade, também oferecia uma boa visão do mar e de tudo o que estava acontecendo ao redor deles.

Espiando pela vigia da esquerda, Anahí avistou um candelabro sobre a mesa tosca de madeira e alguns homens sentados em tomo dela, como se estivessem discutindo um assunto deveras importante. Não tardou a reconhecer que um deles era o pirata francês, Longueville, o outro era o capitão nórdico, Christopher, e o terceiro, um homem alto e forte, de cabelos castanho-avermelhados e barba, parecia-lhe vagamente familiar, embora não tivesse certeza de onde o conhecia.

De súbito, um nome ecoou em sua mente: Wallace! Sim, estava a poucos metros de William Wallace em carne e osso. Um tremor de indignação a percorreu e ela cerrou os dentes.

kalita: Infelizmente não era Alfonso hahaha

Provavelmente hoje eu postarei mais capítulos porque no fim de semana acho que não virei por aqui. Então, se preparem!