Fanfic: A Dama e o Guerreiro - AyA | Tema: AyA (adaptada)

No fundo de seu coração, Anahí sabia que Alain não poderia ajudá-la pessoalmente, porque não tinha mais idade para enfrentar uma batalha, mas por certo mandaria uma dúzia de homens para resgatá-la assim que soubesse que estava ali.

Todavia, quando o animal finalmente parou, ela não ouviu nenhum sinal de atividade ao redor. No instante em que o estranho mascarado desmontou e a colocou sobre o ombro outra vez, Anahí tremia tanto que não conseguia nem mesmo raciocinar. Podia sentir cada passo que ele dava, e tinha tanta dificuldade para respirar que rezou para que tirassem o capuz de sua cabeça antes que morresse sufocada.

Em poucos minutos, suas preces foram atendidas. Ele entraram em uma casa ou construção qualquer, pois Anahí pôde ouvir o som das botas de pele batendo contra o assoalho rústico. Havia escadas também, pois, pela inclinação de seus corpos, percebeu que estavam subindo vários degraus. Então, de súbito, foi jogada sobre o que parecia ser um colchão de penas bem macio.

Assim que se viu livre das garras do inimigo, Anahí aproveitou para remover o capuz e encarou o rosto mascarado de seu opressor. Não dava para ver absolutamente nada por trás da máscara, nem mesmo a cor dos olhos. O medo a dominou em ondas que lhe varriam o bom-senso e a confiança para longe. E, ainda pior era o fato de que não fazia a menor idéia de onde poderia estar.

O mascarado estava parado aos pés da cama de madeira escura, observando-a com grande atenção.

Anahí teve medo, muito medo. Aliás, a bem da verdade, estava apavorada. Afinal, percebeu que o vestido que usava estava molhado, rasgado, expondo-lhe grande parte do corpo e deixando sua pele jovem e os seios redondos à mostra. Morrer era uma coisa, mas a julgar pelo comportamento daqueles homens, a morte poderia ser longa e penosa. Céus, quantos deles haveria ali? Sim, porque mesmo se Alain conseguisse finalmente resgatá-la, que bem lhe faria recuperar uma noiva se ela tivesse sido exaustivamente abusada e maltratada pelo pior tipo de fora-da-lei que existia?

Consternada, Anahí mordeu o lábio inferior ao compreender a gravidade da situação em que se encontrava.

— Por favor, senhor. — ousou pedir. — Meu noivo o recompensará regiamente se me entregar sã e salva. Pense nisso, poderá conseguir muito dinheiro se me levar ao conde de Lacville. — Calou-se, pois seu raptor fez menção de deixar o aposento.

Ele ainda se virou em sua direção, mas acabou dando de ombros pouco antes de sair e fechar a porta atrás de si.

Um grande alívio a inundou. Sim, aquilo significava que o mascarado não iria violentá-la, pelo menos não por enquanto. Mas não havia dúvida de que acabaria voltando ali para conseguir o que queria. Era só uma questão de tempo.

Anahí examinou o aposento em que se encontrava e, apesar de simples, percebeu que era limpo e tinha tudo de que precisava: uma pequena lareira, uma cama, uma cadeira confortável e a cômoda sobre a qual havia um jarro de água e um castiçal com uma vela. Do lado oposto à porta também havia uma janela dupla, para a qual ela correu rapidamente. Para sua surpresa, a janela abriu em sua primeira tentativa. Ela olhou para fora e sentiu o coração disparar. Tivera esperança de avistar uma rua ou mesmo outras casas vizinhas, mas tudo o que viu foi um imenso campo que se estendia a perder de vista.

Aparentemente, a casa ficava em uma colina, bem distante da cidade de Calais. Ainda assim...

Anahí olhou para baixo. A janela era alta e havia uma boa distância dali até o chão, mas se conseguisse escapar do quarto teria a vantagem de não haver nenhuma muralha ou cerca circundando a construção. Se conseguisse fugir, provavelmente poderia correr para bem longe dali. Tinha certeza de que a cidade não devia ficar tão distante assim, talvez no sopé da colina, onde também deveria estar o mar e a praia onde o mascarado a capturara.

Enquanto olhava pela janela e considerava quais seriam suas chances de fuga, Anahí sentiu o coração dar um salto dentro do peito, pois ouviu a tranca da porta sendo retirada. Fechou rapidamente as folhas duplas e voltou para o centro do quarto.

O visitante era, na verdade, uma mulher. Ela devia ter pouco mais de trinta anos e, a julgar pelos traços harmoniosos, devia ter sido muito bonita uma dia. Havia, porém, um brilho tão amargurado em seus olhos que lhe roubava muito daquela promessa de beleza que se via em suas feições.

Os cabelos da recém-chegada eram castanhos, com alguns fios grisalhos junto às têmporas, e caíam livremente por sobre a túnica simples, desprovida de qualquer adereço, que ela vestia. Com o cenho franzido, a estranha aproximou-se e inspecionou Anahí de alto a baixo.

— Você deve vir comigo. — ordenou, num tom ríspido.

— Para onde? — quis saber ela, desconfiada.

— Tomar um banho.

Por uma fração de segundo, Anahí olhou para o que restara do traje que vestia. Sem dúvida, precisava de um banho. Estava molhada, rasgada e, como se não bastasse, a água salgada e fria estava começando a exercer um efeito pernicioso sobre sua pele fina e macia. Mas, por alguma estranha razão, não confiava naquela mulher.

— Não, obrigada. Prefiro ficar bem aqui. — respondeu.

— Prefere ficar molhada e tremer de frio a tomar um banho quente? — indagou a desconhecida, parecendo não acreditar no que ouvia.

— Na verdade, prefiro ouvir alguém me dizer que serei levada até meu noivo o mais breve possível, ou então que Alain está vindo me buscar. Portanto, vou esperar.

A mulher deu um sorriso zombeteiro.

— Neste caso, acho que ficará esperando até seus cabelos estarem todos grisalhos.

amanda14: :D

kalita: Anahí é suicida, tô falando KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK bom, isso você vai ter que descobrir. Será? Estou tentando compensar! KK

franmarmentini: Você nem imagina como será a reação dela KKKKKKKKKKKKKKK talvez, ele nem a salve G_G