Fanfic: A Dama e o Guerreiro - AyA | Tema: AyA (adaptada)

Perplexo, Alfonso baixou o rosto para encará-la. Lentamente, segurou-lhe o queixo e tomou-a cativa de seu olhar.

— Graças a Deus você está aqui! — Anahí exclamou. Não faz idéia do quanto essas pessoas são perigosas.

— Mais do que os “malditos escoceses”? — Alfonso indagou, repelindo as palavras que ela própria costumava usar.

Anahí deu um passo atrás ao notar o tom zombeteiro que fora usado. Suas faces tingiram-se de um tom intenso vermelho ao perceber o quão efusiva fora ao saudá-lo.

— Veio para me tirar daqui? — perguntou.

— Sim, admito que desprezo os rebeldes escoceses que atacam meu povo e também que achei melhor morrer do que ser entregue a vocês quando tomaram o navio pirata, mas... Bem, Alain irá recompensá-lo se veio aqui para me ajudar. Fará isso, não? Alfonso deu um passo no interior do quarto e fechou a porta atrás de si.

— Esta é uma situação muito delicada, ou melhor, muito perigosa. Veja, milady, não somos franceses, tampouco somos nobres importantes, e portanto não temos o menor prestígio com esses renegados que a capturaram.

— Mas certamente existe algo que possa ver. Quem sabe, alguém em Paris e...

— Ah, sim. Paris. Isso levaria muito tempo. E imagino que a senhora já tenha percebido que tipo de lugar é este. — Fez uma pausa significativa. — Uma casa de diversão para marujos e viajantes. Quem sabe até piratas e outros tipos de foras-da-lei.

— Está querendo dizer, assassinos e ladrões?

— Bem, sim.

— Mas Alfonso, se veio até aqui...

— Vim assim que soube que tinha sido feita prisioneira desta gente — assegurou-lhe num tom solene. — Fiquei perplexo com a notícia. Como isso aconteceu? E justamente quando estava tão perto de encontrar seu amado noivo? Poracaso caiu da amurada do navio?

Anahí não sabia se ele estava preocupado ou se estivesse zombando dela. Certamente, a segunda alternativa era mar, provável, ainda assim, preferiu não arriscar e disse:

— Sim, estava observando o horizonte e caí no mar. Não pode imaginar como fiquei assustada!

Ele assentiu meneando a cabeça, à medida que passava a caminhar para a porta.

— Alfonso? Aonde vai?

— Como?

— Para onde está indo? Não pode virar as costas e m deixar aqui!

— Milady, foi a senhora mesma que criou esta situação.

Uma onda de medo e raiva inundou o peito de Anahí.

— Ah, sim? Fui eu que ataquei meu próprio navio? Ele arqueou as sobrancelhas num trejeito irônico.

— Não, milady. Mas também não fui eu o primeiro a fazê-lo. Culpe o pirata, se quiser. De qualquer forma, nossa intenção era entregá-la à corte francesa e, portanto, a seu noivo. Agora...

— Alfonso Graham, não ouse me deixar aqui!

— Lady Anahí, prometo que farei o possível para negociar sua libertação. — Ele hesitou. — Mas, como a senhora mesma diz, somos um bando de renegados. Como poderemos ler algum poder de persuasão sobre essa gente? — Fez uma pequena careta e prosseguiu: — Temo que terei de pedir sua permissão para procurar algo de valor entre seus pertences que ficaram no navio, pois assim teríamos algo para oferecer a eles.

Um longo suspiro escapou dos lábios rosados. — Não encontrará nada — confessou ela. — Eu estava trazendo minhas moedas de ouro e prata e também o pingente que herdei de minha mãe. O mascarado tomou-me tudo.

— Ah, curioso, carregava todos os seus pertences quando caiu no mar? — ironizou ele e virou-se para continuar seu caminho até a porta.

Desesperada, Anahí cruzou a distância que os separava e o segurou pelo braço.

— Deve haver algo que você possa fazer! — insistiu.

— Ah, milady... Tentarei tudo o que estiver a meu alcance. Deus sabe que não gostaria de deixá-la nas mãos daquele mascarado pervertido. O homem é perigoso demais, além, é claro, de padecer de um caso severo de lepra.

— Ele não tem lepra! — Anahí falou sem pensar.

— Como pode saber? — Alfonso franziu o cenho.