Fanfic: A Dama e o Guerreiro - AyA | Tema: AyA (adaptada)

Anahí meneou a cabeça, incapaz de falar. Tinha revelado mais do que devia. Estava vulnerável e desprotegida. E Alain? Seu noivo não merecia isso. Não poderia desonrá-lo daquela maneira.

— Fale comigo, Anahí! — pediu Alfonso. — Termine o que começou.

— Ah, Alfonso, farei o que minha família espera de mim e honrarei meu compromisso com o conde de Lacville. — declarou um tanto hesitante. — Fui prometida a um bom homem e tentarei ser uma boa esposa para Alain. Mas ele tem três vezes minha idade e... e quero saber como é ser limada por alguém jovem como eu.

Foi a vez de Alfonso desviar os olhos dos dela.

— Então, milady, está sugerindo que eu seja uma espécie de experiência prévia em sua vida conjugai. Uma lembrança que guardará quando seu marido não puder aquecê-la nas leites frias de inverno? — revidou com amargura. — É a que chama honra?

— Sim, isso é honra para mim. — Anahí empertigou-se. — E você não pode me recriminar, pois sua honra consiste em montar um cavalo e sair lutando batalhas sangrentas para tentar conquistar a liberdade para a Escócia. Para mim, isso também não é honra, é loucura.

— Meu sonho de liberdade não é loucura!

— Nem tampouco meu desejo de honrar meu futuro marido o é.

— Então, o que, exatamente, você está me oferecendo, Anahí?

As íris azuis celestes procuraram os olhos verdes e ela ficou surpresa com a intensidade da paixão que divisou ali.

— Não estou oferecendo, estou pedindo. — falou com suavidade.

Alfonso a soltou e se afastou por um momento.

— Depois de tudo que fiz desde que a trouxe da praia, você ainda se deitaria comigo? — indagou, sem ousar encará-la.

Anahí também se levantou e o seguiu até junto à cômoda, porém ficou em silêncio durante tanto tempo que Alfonso foi até ela, segurou-a pelo ombro e forçou-a a encará-lo.

— Sim, me deitaria. — ela respondeu simplesmente. Os dedos longos e calejados por causas das muitas batalhas travadas acariciaram a pele acetinada das faces de Anahí.

— Neste caso, milady, se é o que está me pedindo, sinto-me no dever de atendê-la.

— Não zombe de mim, Alfonso. — murmurou Anahí, sentindo o coração bater descompassado dentro do peito com o sangue correr rápido por suas veias.

— Se eu tiver de zombar de alguém nessa história toda, será de mim mesmo, minha querida. — disse ele, antes de curvar-se e tomar posse dos lábios rosados e convidativos.

Por um instante, Anahí ficou imóvel, então, a língua experiente a forçou a abrir a boca para aprofundar o beijo. Anahí nunca imaginara o que um simples beijo seria capaz de fazer com suas emoções. Por certo, jamais lhe ocorrera que o contato de duas bocas pudesse acender uma chama de desejo e levá-la a se espalhar de seus lábios até os seios e o baixo-ventre.

A sensação era tão intensa que seus joelhos mal conseguiam sustentar o peso do corpo delgado. Estranhamente, tremia mais do que quando mergulhara nas águas geladas do mar irlandês, embora um intenso calor a consumisse por dentro.

Sim, a paixão estava crescendo e parecia engolfá-los em uma grande onda de desejo e sensualidade.

Provando ser um mestre na arte da sedução, Alfonso vasculhava o interior de sua boca, saboreando-a, encantando-a e provocando-a.

Sem poder se conter, Anahí o segurou pelos ombros e gemeu baixinho. De repente, sentiu que seus pés não tocavam mais o chão, pois ele a tinha erguido nos braços fortes outra vez.