Fanfic: A Dama e o Guerreiro - AyA | Tema: AyA (adaptada)

— Neste caso. — respondeu, dando de ombros e fingindo uma indiferença que estava longe de sentir —, agradeço muito, senhor.

Alfonso continuou a fitá-la com um sorriso temo nos lábios.

— Eu é que tenho de lhe agradecer, milady, porque vou me lembrar desta noite até o último de meus dias.

— Não creio que o fará. — Anahí murmurou. — Afinal, certamente ainda conhecerá muitas damas que lhe darão igual ou maior prazer, até o dia em que conhecerá aquela que se tomará sua amada esposa. Duvido que, então, se lembre de mim, a inimiga inglesa que sucumbiu com facilidade a sua força e poder.

— Sucumbiu com facilidade? Eu não diria isso. E quanto a sermos inimigos, o somos apenas pelas circunstâncias, nada mais.

— Mas já quis se vingar de mim.

— Claro, você quase me matou.

— É verdade, mas foi no campo de batalha. — ela assentiu com voz suave. — Porém, com o que acaba de acontecer entre nós talvez tenha conseguido a maior de todas as vinganças.

Anahí nunca soube o que Alfonso teria respondido ao comentário, pois, naquele instante, ouviu-se uma sonora batida a porta.

— Alfonso? Você está vivo ou será que lady Anahí I  a que mal mente conseguiu derrotá-lo? — Era a voz de Christopher.

— Estou bem. — Alfonso respondeu depressa, à medida que a fitava nos olhos. — Ela não conseguiu fazer picadinhos de mim como podem estar pensando. — Então, com urna expressão sensual no rosto bonito, colocou-se em pé. De costas para Anahí, pegou as roupas empilhadas no chão e começou a vestir-se, deixando a cota de malha no canto do quarto. — Já vou descer, Christopher. — prometeu.

Incomodada, Anahí fez menção de levantar-se também. — Não, fique aqui e descanse, milady. — sugeriu ele, voltando a ser o guerreiro escocês de antes. — Teve um dia muito atribulado e uma boa noite de sono vai ajudá-la a se recompor. Também quero que pense que estas pessoas que nos acolheram são amigas e apóiam sir Wallace. Assim, jamais lhe fariam mal algum. — garantiu. — Espero que aceite nossa hospitalidade, porque é assim que a vemos, Anahí de Clarin, como uma hóspede que vamos conduzir ao rei francês, para que ele possa levá-la até seu amado noivo.

Trêmula, ela puxou a pele sobre o próprio corpo, só então dando-se conta de que continuava, nua diante dos sagazes olhos azuis de Alfonso.

— A meu ver, continuo sendo uma prisioneira se não posso ir a lugar algum sozinha.

— Não, minha cara, você não é prisioneira, é apenas uma hóspede, muito, muito especial. — E, dizendo isso, Alfonso deu-lhe as costas e deixou o quarto.

Anahí estremeceu, tomada pela nítida sensação de que a luz que iluminava sua existência havia se apagado e deixado uma profunda escuridão a seu redor...