Fanfic: A Dama e o Guerreiro - AyA | Tema: AyA (adaptada)

— Ótimo, isto significa que não fará mais tentativas perigosas de fugir de nossa companhia.

— Tem toda razão, não farei.

— As acomodações podem não ser tão luxuosas quanto as que está acostumada, mas esta casa é o melhor que podemos lhe oferecer.

Anahí sorriu, o que tomou as feições delicadas ainda mais irresistíveis.

— Sir William, o senhor está com medo do que eu possa dizer ao rei?

— Milady, a única coisa de que tenho medo é que quando meus inimigos me capturarem e me matarem eu não possa afirmar que vivi meus dias com honra, dignidade e liberdade. Mas quanto ao que vai dizer ao rei, isso é algo que só diz, respeito à senhora e a mais ninguém.

O sorriso de Anahí alargou-se e ela ergueu a guampa num brinde.

— Ao senhor, sir Wallace, e que seus inimigos lamentem muito se um dia lhe fizerem algum mal tão pernicioso.

— Por quê? Por acaso a senhora lamentará? — ele perguntou, arqueando as sobrancelhas.

— Na verdade, sim, sir Wallace. — Os olhos verde-esmeralda moveram-se ao redor da mesa e pousaram em Alfonso.

Ele ficou surpreso ao ver a sinceridade estampada naquele olhar. Ainda assim, retribuiu o sorriso, desejando secretamente nunca precisar se afastar dela.

— Que bom revê-la, milady! — soou a voz de Dulce, que acabava de se aproximar de Anahí, abraçando-a como se fossem velhas amigas.

— Ah, Dulce, a princesa de prata! — exclamou ela, levantando-se e seguindo com a mulher nórdica para o outro lado da sala. — Então você também tomou parte deste conluio que Alfonso armou para mim?

— Não exatamente, mas confesso que fui eu que sugeri que você poderia tentar pular do navio outra vez. Ao saber que tinha alcançado Calais a nado, apavorei-me. Fiquei feliz quando recebemos notícias dizendo que estava aqui com Jacques e o resto de nossos amigos. — Jacques, na verdade, era o homenzinho de baixa estatura que se vestia com roupas elegantes. — Sim, é verdade que Alfonso lhe pregou uma peça, mas isso é compreensível, considerando-se que você poderia correr sério risco por causa do que fez.

— Dulce, lady Anahí, por favor, suplico-lhe que voltem à mesa e aproveitem o jantar — pediu Hélène, que era uma espécie de governanta da casa, enquanto Anne-Marie era a responsável pelas refeições. — Vocês precisam provar o peixe que Anne preparou, está divino, e nosso vizinho é um dos mais doces e inebriantes do reino.

—Quanto a isso, não tenho dúvida — Anahí murmurou, sorrindo de volta para as duas mulheres que a acompanhavam e sentando-se para saborear a farta refeição ao lado dos escoceses que um dia acreditara serem seus maiores inimigos. O mais estranho era que fora justamente no meio daqueles inimigos que havia encontrado o amor, pensou, olhando de soslaio para Alfonso e dando um longo suspiro antes de se concentrar no prato que estava diante de si.