Fanfic: A Dama e o Guerreiro - AyA | Tema: AyA (adaptada)

Era triste pensar que teriam apenas mais uma noite juntos e que depois... depois viveria das lembranças das horas inesquecíveis que passara nos braços de seu bravo guerreiro. Só isso poderia mantê-la viva, as lembranças que carregaria consigo em seu coração, corpo e alma.

A noite estava tão calma e quieta que se podia ouvir até o leve crepitar das chamas que dançavam na lareira de pedra, numa mescla hipnotizante de tons dourados e vermelhos.

Anahí sentia o coração bater descompassado no peito, e cada vez que inspirava sentia o ar frio de inverno entrar por suas narinas, fazendo-a estremecer.

Silenciosamente, rezou para que aquela noite lhe trouxessemum pouco do calor dos braços musculosos que aprendera a amar com ardor. Estremecia só em pensar como era maravilhoso senti-lo acariciando sua pele, beijando seus seios e depois tomando posse de seu corpo a ponto de levá-la a gemer de paixão.

Com o peito arfando, ela sentou-se na cama e esperou. Enquanto esperava sentia-se um pouco como uma traidora de seu povo, pois havia jantado, rido e dançado na companhia de William Wallace e seus seguidores, Como pudera lazer isso com as pessoas que haviam trazido morte e destruição a Clarin e à Inglaterra? Tanto sangue havia sido derramado por causa daquela luta entre os rebeldes escoceses c o rei Eduardo, um monarca que até então ela acreditara i ser honrado e honesto.

Fechou os olhos e tentou lembrar-se do horror que presenciara em Clarin, mas ao fazê-lo tudo em que conseguiu pensar foi no brilho intenso que surgia nas íris azuis de Alfonso quando ele estava prestes a amá-la. Com o coração batendo ainda mais rápido, Anahí suspirou e abriu os olhos outra vez.

Continuou a esperar até que, finalmente, a porta se abriu. Na escuridão da noite, iluminado apenas pela dança das chamas que crepitavam na lareira, Alfonso entrou.

No mesmo instante, Anahí sentou-se na cama e voltou-se para a figura máscula que parou no centro do quarto, fitando-a de maneira embevecida. Sem dúvida, ele saberia que o estivera esperando, pois tudo o que lhe cobria o corpo eram os longos cabelos avermelhados que desciam em uma suave cascata até a altura dos seios redondos e firmes.

Teria levantado para encontrá-lo, mas Alfonso foi mais rápido e correu até ela, tomando-a nos braços e beijando-a com urgência enquanto as mãos sensuais se fechavam em tomo dos seios rosados e seus corpos se moviam com uma paixão avassaladora.

Anahí nunca soube como ele conseguiu se desvencilhar tão rápido das roupas que vestia, mas, afinal, que importância tinha, se naquele instante Alfonso a amava com toda a intensidade e pungência com que um homem é capaz de amar uma mulher?

Tudo em que conseguia pensar era que queria que aquele momento durasse para sempre, que não houvesse uma guerra os separando, um noivo esperando por ela, enfim, nenhum problema que pudesse impedi-los de ser felizes juntos.

Mas havia, e teriam de aprender a viver com essa realidade, por mais difícil que fosse.

Alfonso acordou com os primeiros raios de sol infiltrando-se pela janela.

Anahí ainda dormia feito um anjo.

As brasas crepitavam na lareira, e um novo dia raiava no horizonte trazendo consigo os mais variados matizes de laranja e vermelho. Ainda assim, ele não queria se levantar. As pernas longas e bem-torneadas enroscavam-se nas suas e as longas madeixas de cabelos avermelhados se espalhavam por sobre seu peito.

Estava tão inebriado que não ousava se mexer para não quebrar o encanto do momento. Preferia ficar imóvel e inalar o aroma de lavanda que emanava dela, ao mesmo tempo que apreciava a delicadeza das formas femininas moldadas ao seu corpo.

Então, de súbito, uma vigorosa batida na porta o trouxe de volta à realidade, obrigando-o a sair daquele momento de contemplação.

— Já amanheceu — soou a voz rouca, com leve sotaque nórdico, de Christopher, que tinha ficado em vigília para ele.

Alfonso suspirou. Era chegado o momento que mais temia. Teriam de se separar. Anahí ia se casar com o conde de Lacville. Sabia que ela nunca desistiria daquele compromisso, pois dera sua palavra aos primos e ao conde. Ele próprio, de certa forma, também estava comprometido com uma causa que não tinha o direito de abandonar. Embora muitas vezes ficasse tentado a desistir de seu sonho de liberdade para poder amá-la eternamente, seu senso de honra e justiça o impedia de fazê-lo.

Ainda que ao romper da aurora seus sentimentos parecessem assumir proporções imensuráveis, fazendo-o desejar tomá-la em seus braços para exigir que desistisse daquele casamento e de sua herança, o bom senso sempre acabava prevalecendo e não ousava trair seus ideais.

Curvando-se levemente, beijou-a no ombro e acariciou uma madeixa acobreada que se enroscava em seus dedos. Ao tocá-la, todo seu corpo parecia gritar de desejo, mas não tinham mais tempo para o amor, pois precisavam se preparar para encontrar a comitiva que o rei Felipe mandará para levá-los até a corte.

Por mais que seu coração de guerreiro estivesse partido, era hora de enfrentar a realidade. Lady Anahí de Clarin, era uma dama inglesa prometida ao conde de Lacville, e ele era Alfonso Ganham, um highlander que se empenhara em lutar ao lado de William Wallace pelo sonho de liberdade do povo escocês.

Leitoras, por hoje será apenas isso (acho), postei 10 capítulos, então está bem, não é? kkkkkk e não se desesperem, amanhã eu postarei, a menos que ocorra um emprevisto.

franmarmentini: Não é? Ela pagou o seu preço por não confiar em Alfonso, mas veja só no que deu. Afinal não foi de todo ruim, talvez se isso não ocorresse ela não sucumbiria ao amor que o bravo guerreiro Alfonso Graham lhe proporcionou kkkk