Fanfic: A Dama e o Guerreiro - AyA | Tema: AyA (adaptada)

Anahí sentiu as lágrimas minarem-lhe dos olhos e só percebeu que o tempo passara quando sentiu uma mão pousar sobre seu ombro.

Era Breslieu.

— Perdoe-me, milady. O rei certamente apreciará sua devoção, mas é hora de seguirmos viagem. Pretendemos chegar em segurança a Paris e entregá-la ao conde de Lacvilie ainda amanhã.

Eles alcançaram Beauvais ao anoitecer, e logo que cruzaram o pesado portão do castelo, Anahí descobriu que aquela parada tinha sido previamente planejada.

Sem sombra de dúvida, ela recebera um dos melhores aposentos do castelo de conde Clavant que, naquele exato momento, encontrava-se na corte, a serviço do rei, mas deixara os criados instruídos para recebê-los com toda a pompa a que tinham direito.

Depois de um jantar maravilhoso, regado a vinho e acompanhado de queijo da melhor qualidade, Anahí retirou-se para seu quarto onde as duas aias francesas, mademoiselles Genot e Braille, já haviam preparado um banho com ervas perfumadas, incluindo a lavanda de que ela tanto gostava.

Enquanto a água tépida acariciava-lhe o corpo, ela pensou em Alfonso e nas noites de amor que passara em seus braços. Esta noite, contudo, seu belo guerreiro não ousaria visitá-la, pois, se o fizesse, poderia colocar a vida de todos em perigo. Afinal, se fossem descobertos, o conde Breslieu poderia desafiá-lo para um duelo em nome da honra dos franceses, e sir Wallace, por certo, iria defender Alfonso, causando um tumulto tão grande que seria capaz de comprometer não só a vida de dois homens, mas também de todos os escoceses que estavam no reino da França, além de impedir a Escócia de receber a ajuda do rei Felipe naquela batalha.

Um suspiro escapou dos lábios rosados de Anahí ao dar-se conta da gravidade da situação. Talvez por isso ela tivesse deixado que as duas mulheres a penteassem e vestissem como se fosse uma criança, antes de acomodar-se na imensa cama de dossel coberta por um cortinado branco, puxado e preso aos pés da cama por imensos laçarotes de cetim. Aquele era um refinamento a que poucos podiam se dar ao luxo, mas Anahí não estava impressionada, pois tudo em que conseguia pensar era que seu peito e seu corpo doíam de saudade de Alfonso.

Mas desta vez ele não viria, não poderia vir...

Depois que as aias saíram, Anahí estava tão irrequieta que resolveu levantar-se e caminhar de um lado para outro. Ouviu, então, um barulho e olhou para a janela, a tempo de descobrir que havia uma sacada ali.

Deu um passo à frente e qual não foi a sua surpresa ao deparar-se com uma corda presa a amurada e, na ponta desta, descobriu Alfonso escalando as pedras milenares usadas na construção do castelo.