Fanfic: A Dama e o Guerreiro - AyA | Tema: AyA (adaptada)

— Nunca o esquecerei, Alfonso Graham.

Ele a abraçou apertado.

— E eu nunca deixarei que me esqueça, Anahí. — ele prometeu, tomando-a nos braços e amando-a com paixão.

Então, quando as primeiras luzes da aurora penetraram no quarto, ela implorou-lhe que partisse.

— Vá, por favor, Alfonso! — Viu-o pegar o traje escocês e vesti-lo rapidamente. — Alfonso! — chamou, ao vê-lo começar a seguir para a sacada.

Ele voltou, ajoelhou-se ao lado da cama e segurou-lhe a mão entre as suas, beijando-a.

— Sim, minha amada.

— Por favor, não tente me seguir. Depois de me casar voltarei para Clarin com Alain e será muito perigoso para um escocês tentar cavalgar por aquelas paragens.

— O risco é grande, mas meu amor por você é ainda maior, Anahí.

Ela o abraçou mais uma vez e, tremendo, murmurou:

— Mas vou me casar com Alain!

Alfonso nada disse, apenas beijou-a de leve nos lábios. Disfarçando uma lágrima, Anahí fechou os olhos e, quando voltou a abri-los, ele não estava mais ali.

O restante do trajeto até Paris pareceu frio e longo demais para Anahí. Alfonso passou quase todo o tempo com Christopher e Wallace, enquanto Dulce a acompanhava contando muitas histórias sobre a Escócia e as terras nórdicas.

Breslieu fazia seu papel e, de vez em quando, aproximava-se dela para saber se estava precisando de alguma coisa ou se sentia-se confortável.

Mas Anahí estava exausta, física e emocionalmente, e só esperava sentir-se melhor quando chegassem à cidade, pois ali todos se separariam e não precisaria mais olhar para Alfonso perguntando-se como seria sua vida quando não estivessem mais juntos. Se tinha de sofrer, então melhor que fosse logo, pois não suportava mais fitá-lo e saber que dentro em breve nunca mais se falariam.

Por fim, após o que lhe pareceu uma eternidade, suas preces foram atendidas, pois chegaram aos arredores de Paris e, quando já estavam perto do palácio do rei Felipe, uma outra comitiva se aproximou deles. Anahí ficou surpresa ao dar-se conta de que Alain de Lacville estava entre os homens e cavaleiros que os saudavam.

Alain cavalgava muito bem e, apesar da idade, mantinha-se ereto e imponente sobre a sela do animal. As feições aristocráticas revelavam que um dia ele fora um homem muito atraente. Os olhos eram escuros e sagazes, mas os cabelos exibiam o tom prateado que alardeava o peso dos anos. O conde estava usando a túnica com o brasão dos Lacville e a seu lado seguia um escudeiro carregando o brasão da família. Primeiro, Alain saudou Breslieu, depois Wallace, Alfonso e Christopher, que estavam à frente da comitiva, e em seguida estendeu um sorriso cordial a todos que viajavam com eles. Foi só depois disso que puxou as rédeas do animal e conduziu-o até Anahí, fazendo-lhe uma reverência galante, pouco antes de dizer:

— Minha doce e querida lady Anahí, seja bem-vinda à França. De agora em diante estará sob minha proteção, e cuidarei para que nada de mal lhe aconteça.

— Obrigada, milorde. — Anahí murmurou, forjando um sorriso. Sentia como se seu coração estivesse prestes a sair pela boca. Alain iria se casar com ela para ajudá-la a manter Clarin na família e para honrar as dívidas que haviam contraído por causa da guerra interminável, e sua paga fora traí-lo desde Calais até ali.

Anahí sentiu o coração comprimir-se no peito e respirou fundo para aplacar um pouco daquela dor. Amava Alain, ele era um bom e velho amigo de seu pai e, com toda certeza, só queria protegê-la.

O problema era que não o amava da mesma maneira que amava Alfonso Graham, e aquele amor impossível iria persegui-la pelo resto de seus dias.

— Foi uma longa jornada para você, minha querida Anahí — Alain de Lacville voltou a falar com doçura. — Venha, o rei vai nos hospedar e também fará questão de conduzi-la ao altar. Conversou comigo sobre tudo o que lhe aconteceu a caminho da França e decidimos que será melhor nos casarmos o quanto antes.

Anahí virou-se imediatamente para o lugar onde Alfonso estava, mas seus olhos não puderam encontrá-lo, por causa do burburinho provocado peia reunião das duas importantes comitivas.

— O que houve, Anahí? Algum problema? Precisa de algo ou alguém para ajudá-la?

— Não, problema algum. Ficarei bem, milorde — falou, duvidando de si mesma enquanto proferia tais palavras.

— Espero que sim, minha criança, pois não me perdoaria se algum mal lhe acontecesse. Agora, vamos. O rei Felipe nos espera e logo você poderá descansar e se preparar para o casamento.

E foi exatamente o que Anahí fez, acompanhou seu futuro marido sem nem mesmo olhar para trás ou se despedir do guerreiro escocês que lhe ensinara que o amor é muito maior do que a guerra, embora naquele instante não pudessem vencer nem um nem outro; afinal, a guerra ainda duraria alguns anos, e o amor... Bem, o amor ficaria guardado em seu peito e alma para sempre.