Fanfic: A Dama e o Guerreiro - AyA | Tema: AyA (adaptada)

Capítulo XI

O rei francês estava preparado para ser generoso, especialmente depois do pesado tributo que o pirata Longueville pagara para obter o perdão, entregando várias arcas de tesouro confiscadas em alto-mar à corte. Assim, após ter recebido Wallace e a comitiva de escoceses com deferências especiais, Felipe acabara doando grande quantidade de alimentos e armas a Wallace e seus homens e também se comprometera a ajudá-los enquanto pudesse fazê-lo pelas costas de Eduardo I.

Dois dias depois de terem chegado a Paris, os homens de Wallace carregavam tudo o que haviam recebido do monarca francês para levar de volta ao navio que ficara no porto de Calais. Alimentos e grãos, na verdade, eram bens preciosos àquela altura, pois com quase todos os campos destruídos pela guerra, ficava cada vez mais difícil garantir o sustento daqueles que os seguiam nas batalhas.

Christopher colocou mais um saco de grãos na carroça e virou-se imediatamente para Alfonso quando ouviu o repicar dos sinos da enorme catedral.

— Por que estão tocando os sinos hoje? — Alfonso quis saber, encarando o primo nórdico com um brilho desconfiado no olhar.

Não se dignando a responder, Christopher afastou-se dele e fingiu pegar um outro saco da pilha que ainda restava para ser carregada.

No entanto, Alfonso não se deu por satisfeito e o seguiu.

Dulce, que estivera contando os barris de vinho, olhou de um para outro e suspirou com pesar.

— Por que não diz a ele? Afinal Alfonso já sabia que o casamento iria mesmo acontecer o mais rápido possível.

Christopher a retalhou com o olhar.

— Não preciso fazê-lo agora, mulher, porque você já disse tudo o que meu primo precisava ouvir.

Dulce deu de ombros diante do tom de reprimenda e voltou a se concentrar em sua tarefa.

Alfonso pegou outro saco e jogou-o sobre a carga de mantimentos com mais força do que seria considerado normal. Wallace também estava ali perto, dando instruções a Lars, o namorado que Birdie arrumara enquanto estivera prisioneira dos escoceses e que agora seria o condutor da carroça puxada por dois animais vigorosos.

Alfonso não hesitou em seguir até o líder escocês e perguntar o que queria saber.

— Então o casamento será hoje? — indagou, prendendo a respiração enquanto aguardava por uma resposta.

— Sim, o conde Lacville desposará lady Anahí hoje, na grande catedral de Notre Dame de Paris. — Wallace confirmou, fitando-o atentamente.

— Vocês sabiam disso, mas não me disseram nada de propósito.

— Sim, a bem da verdade, fomos convidados para assistir à cerimônia. — Wallace admitiu em tom de pesar. — Mas achei que você não gostaria de ir.

— Não, ao contrário. Preciso estar lá! — Alfonso exclamou.

Por um momento, lutou contra o inevitável. No fundo, não acreditava que Anahí tivesse coragem de levar aquele casamento adiante. Não com o que sentiam um pelo outro. Como ela podia? Tinha vontade de gritar de raiva! Inglesa teimosa! Por algumas pedras empilhadas e um pedaço de terra, estava disposta a trair...