Fanfic: A Dama e o Guerreiro - AyA | Tema: AyA (adaptada)

A catedral era bela e solene. Na noite anterior, Anahí tinha ido até lá para se confessar e encontrara conforto nas palavras do representante de Deus que a perdoara de todos os seus pecados.

Agora, porém, enquanto caminhava pela longa nave, conduzida pelas mãos do próprio rei Felipe, a paz que conquistara tinha desaparecido e o pânico voltava a dominá-la. Queria muito poder se livrar das mãos do rei e fugir correndo dali.

Casamento não era algo que se assumia levianamente. Iria fazer promessas que deveria cumprir para o resto de sua vida, o que para ela, que fora educada sob os preceitos cristãos, era muito sério.

Naquela tarde, diferentemente da noite anterior, a catedral estava repleta de nobres e parecia ter ganhado vida. O incenso subia até a cúpula coberta de lindos afrescos como uma nuvem de fumaça. Monges cantavam num coro que fazia parecer como se anjos tivessem descido à Terra, o que, juntamente com as preces em latim, tocou-lhe o coração.

Enquanto caminhava, Anahí foi dominada por uma louca esperança de que Alfonso viesse e a tomasse dos braços do rei para logo em seguida fugir com ela em um belo cavalo branco.

Mas o bom senso a fez ver que não tinham para onde fugir, e a visão foi desaparecendo como a neblina o faz diante dos primeiros raios de sol que chegam com o romper da aurora. Anahí começou a rezar enquanto caminhava pelo longo corredor, não por seu casamento, mas para que Alfonso não viesse, pois, se ele ousasse fazê-lo, poderia ser morto pelos soldados do rei.

Por sorte, Alain havia lhe dito que os escoceses já deviam estar de volta na estrada que levava a Calais, uma vez que pretendiam zarpar para a Escócia o mais rápido possível. Graças a Deus que Alfonso Graham estava a caminho de sua terra natal, pois assim não corriam o risco de sucumbir ao sentimento que os consumia.

Pensando nisso, Anahí deu um passo à frente e quase tropeçou no pomposo calçado do rei, cheio de laços e fitas, antes de olhar para frente e seguir tristemente para o altar.

Eles chegaram quando a cerimônia já tinha começado.

Alfonso a viu caminhar pela nave, conduzida pelos braços do rei. Depois, assistiu quando Felipe a entregou ao homem que a esperava no altar.

Certamente, Anahí não podia levar aquele casamento até o fim. Ela não seria capaz... Caso se voltasse e o visse ali, desistiria de tudo e se renderia ao amor que haviam descoberto nos braços um do outro, pensou Alfonso, sentindo o coração bater descompassado dentro do peito, a ponto de precisar respirar em golfadas.

Mas Anahí não se voltou nem uma vez sequer.

O bispo de Paris começou a proferir as palavras em latim e a imensa catedral foi tomada pelo aroma de incenso. O noivo e a noiva ajoelharam-se diante do altar, e mais uma vez os monges começaram a cantar em um coro que parecia a voz de anjos celestiais, confirmando a santidade daquele ritual e da promessa que as duas pessoas que estavam ali faziam diante do Deus a quem honravam.

De onde estava, Alfonso viu Anahí inclinar levemente a cabeça em direção ao conde e, pouco depois, o bispo proferiu as palavras que os transformariam em marido e mulher para todo o sempre.

Em seguida, ouviu-a proferir seu juramento de fidelidade ao conde de Lacville e depois o bispo proclamar, em alto e bom som:

— Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, eu os declaro...

E foi neste instante que Alfonso saiu da catedral, acompanhado de perto por Christopher.

Lá fora, montou seu cavalo e saiu em disparada pelas ruas de Paris, sem ousar olhar para trás. A dor em seu peito era tanta que ele pensou que não poderia suportar. Contudo, ali batia um coração de guerreiro, e um coração de guerreiro podia ser despedaçado, mas nunca destruído.

O coração está em frangalhos, vamos chorar? ~CHORANDO MUITO~ kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

É meninas, ela se casou, e Alfonso partiu, será que ele ainda vai procurá-la? O que será que vai acontecer?

Amanhã eu vou postar mais capítulos, fiquem tranquilas.