Fanfic: Entre o amor e a amizade (Adaptada) AyA [Finalizada] | Tema: Romance, AyA, Anahí e Poncho

Eu estava apoiado na moto esperando por Annie quando ela entrou na garagem. Levantei-me quando a vi sair do carro, e ela me encarou sem sorrir. O silêncio foi embaraçoso, umedeci os lábios num gesto nervoso. Ela estava furiosa comigo. O que eu poderia dizer?

— Sinto muito.

— E você acha que dizer isso faz com que tudo fique bem?

— Eu não sei o que mais posso dizer. E, se acontecesse de novo, eu provavelmente agiria da mesma forma. O sujeito mereceu...

— E quanto a mim, Poncho? Eu mereci? Como pôde fazer isso comigo? Como pôde começar uma briga no evento mais importante da minha carreira? Deus, eu fiquei mortificada!

— Eu disse que sinto muito...

— Você sente muito. Ótimo! Eu trabalhei duro para chegar onde estou, para você arruinar tudo em uma única noite com seu comportamento estúpido e vulgar! — Ela se pôs a andar de um lado para outro, incapaz de conter a raiva. — Deixei para trás a vida que levava em Nova Jersey, naquele conjunto habitacional miserável com os insetos e os ratos e os vizinhos que gritavam e atiravam coisas nos outros a noite toda. Saí de lá, Poncho, e para onde vim, as pessoas não andam por aí esmurrando o nariz das outras no meio de uma festa!

Permaneci em silêncio. Ela estava certa. Tinha todas as razões do mundo para estar furiosa comigo.

— Você teve sorte por Fields não dar queixa. Isso teria ficado ótimo nos jornais de amanhã: Amante da produtora de Harcourt é detido.

— Você não quer saber por que bati nele?

Anahi narrando:

— Não! — gritei, e obriguei-me a baixar a voz. — Não, não quero. O motivo é irrelevante. O fato é que não há lugar para violência de nenhum tipo, por nenhuma razão, em um lugar como aquele. Pointe não é um bar de motociclistas! Brigar não é uma forma de comunicação aceitável entre meus amigos e parceiros de negócios! Se você não pode conviver com isso, talvez deva mesmo ir para a Flórida. Talvez consiga se comunicar melhor com os golfinhos.

Assim que as palavras saíram de minha boca, desejei retirá-las.

— Tem razão — Poncho sussurrou. — Não combino com este ambiente. Não posso mudar mais do que já mudei, e ainda assim não há lugar para mim no seu mundo. Você deveria ter me deixado para trás com os ratos e as baratas. — Ele encarou-me com os olhos enevoados pela tristeza. — Ou talvez você já tenha feito isso e ainda não percebeu.

Ele saltou para o banco da moto e girou a chave.

— Alfonso, espere! — Gritei, mas ele não me ouviu sobre o ronco do motor.

Eu corri atrás dele, mas antes que pudesse alcançá-lo, Poncho partiu, deixando para trás o cheiro de borracha queimada e o eco das palavras duras e raivosas.

Passava das três horas da manhã quando Poncho retornou. Eu o esperava no sofá. Levantei-me quando ele entrou no apartamento.

— Alfonso, eu sinto muito... — comecei, aflita. — Não quis dizer aquilo.

Alfonso narrando:

Fitei-a. As palavras pareciam presas na garganta, mas eu tinha de pronunciá-las. Havia tomado minha decisão e não voltaria atrás.

— Acho que está na hora de eu ir embora. — Meus olhos se encheram de lágrimas, e eu pisquei para afastá-las. Não queria que Annie me visse chorar.

— Não...

Desviei o rosto. Annie não escondia as próprias lágrimas, e vê-la chorar estava além de minhas forças. Tinha de sair dali o mais depressa possível.

— Rodrigo estava certo — murmurei. Annie estaria melhor sem mim. — Liguei para Graham Parks e aceitei o trabalho na Flórida. Você tinha razão o tempo todo — menti. — Eu realmente queria isso.

Permaneci em silêncio, e eu me senti péssimo ao ver a dor causada pelas minhas palavras. Mas se eu ficasse, a magoaria ainda mais no futuro. Precisava me apegar a esse pensamento.

Quando, por fim, ela assentiu, a silenciosa aceitação doeu em meu peito.

— Quando? — Annie perguntou baixinho.

— Esta noite.

Fui para o quarto e tirei o smoking. Pendurei-o no armário de Annie, ao lado das calças e camisas que ela havia comprado para mim. Para onde ia, não precisaria de um smoking e não queria usar aquelas outras roupas.

Vesti a velha calça jeans e uma camiseta limpa. Coloquei o restante das peças na mochila, tentando não pensar, nem sentir. Peguei a jaqueta de couro e levei as minhas coisas para a sala. Por fim, apanhei a maleta com a câmera.

— Fique esta noite, Alfonso.

A voz de Annie era tão baixa que eu mal pude ouvir. Ela permanecia sentada no sofá, com o rosto pálido e os olhos cheios de mágoa.

Eu queria ficar. Deus, era tudo que eu queria! Porém, teria de ser para sempre, e não por apenas uma noite. Não teria condições de dormir na cama ali e de fazer amor com ela sem me entregar.

— Acho que não é uma boa ideia.

Era obviamente a resposta que ela esperava.

— Tenho de ir.

Com a câmera numa das mãos, a jaqueta na outra e a mochila pendurada no meu ombro, sai do apartamento e fechei a porta.

Anahi narrando:

Eu não fui trabalhar nos quatro dias seguintes. Mergulhei na faxina do meu apartamento até que não restasse um só grão de poeira. Assisti aos seriados na televisão e reli os meus livros favoritos. Acordei tarde e dormi depois do almoço.

Organizei os livros em ordem alfabética, não gostei do resultado e arrumei-os de acordo com tamanho e cor.

Poncho se fora...

Na quinta-feira, tinha um encontro com Simon Harcourt e Rodrigo Ruíz que não podia ser adiado. Depois de muitos dias sem usar nada que não fosse pijama, escolhi o vestido azul florido, dediquei um tempo extra para a maquiagem e prendi os cabelos, da forma como Poncho gostava.

Era estranho sair do apartamento após quatro dias de isolamento. O sol era escaldante e o ar parecia uma fornalha, quente e seco em meus pulmões. E era somente primavera. O verão, provavelmente, seria um inferno.

Poncho estava certo, pensei ao ligar o ar-condicionado do carro. Fazia sentido viajar ao redor do país, mudando-se de acordo com o tempo. O Arizona era bom em janeiro, mas em julho a história era outra.

Enquanto dirigia para o trabalho, imaginei para onde ele iria depois que o contrato com Graham Parks terminasse. Pela milésima vez desde que ele partiu, receei jamais vê-lo novamente.

Eu lutei contra o impulso de tomar um avião para Miami e ir atrás dele. Como ele reagiria se eu aparecesse por lá? Já teria encontrado outra amante? Mesmo que não tivesse, nada seria diferente, pensei. Mais cedo ou mais tarde, teria de me deparar com o inevitável, pois a verdade era que Poncho finalmente admitiu que amava mais a liberdade do que eu. Tinha de me acostumar com aquela ideia. Nada o traria de volta.

Estacionei na vaga da Vídeo Enterprise reservada para mim e parei na recepção para falar com Laura. De acordo com o cronograma, Frank Williamson estaria no estúdio A, gravando um vídeo musical. Dirigi-me para lá. Os membros da banda falavam com Frank diante de uma tela azul e o restante do estúdio estava às escuras. Havia uma câmera posicionada perto dela nas sombras. Eu me aproximei.

— Gary, você diria a Frank, por favor, que eu...

Somente então percebi que não era Gary quem estava por trás da câmera. Era Poncho. Chocada, encaramos durante vários segundos antes de ele desviar o rosto.

—O que está fazendo aqui? — sussurrei, mal conseguindo respirar.

— Prometi a Frank que o ajudaria com esse vídeo — explicou sem fitar-me. — O trabalho em Key West começa somente na próxima semana.

Era óbvio que ele não ficou por minha causa, conclui, lutando contra a decepção.

— Você poderia dizer a Frank que preciso falar com ele? — De alguma forma eu consegui controlar a voz.

— Claro. — Ele me olhou por um breve instante, antes de virar o rosto de novo. — Você está bem? — perguntou suavemente.

Deparar-me com aqueles olhos foi como mergulhar num abismo sem fim. Percebi naquele momento que nunca mais me recuperaria. Amarei aquele homem pelo resto da minha vida, mesmo que não fosse correspondida. Virei-me antes que ele visse as minhas lágrimas.

Não estava bem, e nunca mais estaria.

— Sim.

Alfonso narrando:

Observei-a sair. Ela estava com uma aparência boa, um pouco cansada, talvez. Dissera estar bem. Provavelmente, já se esquecera de mim. Se isso era o que eu queria, por que me sentia tão mal?

Quem esta triste com o rompimento do Los A levanta a mão \o/ \o/ \o/.Amores,agora so amanha para outro capitulo!!Tenham um otimo feriado!!Beijinhos,Bella.