Fanfics Brasil - Rotina e confronto Natural Disaster

Fanfic: Natural Disaster | Tema: Fanfic com personagens originais1


Capítulo: Rotina e confronto

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           O resto do dia estava cheio, havia ensaio da banda de Derick, e, como tinham um show marcado no próximo final de semana, teriam de passar o dia todo tocando as músicas e revendo o setlist. A banda se chamava The Rebel Machine e suas músicas falavam apenas sobre política, drogas e mulheres, o que refletia exatamente o estilo de vida e a visão de mundo de seus integrantes. Eles tocavam em festas e em bares toda semana, já haviam conquistado um nome de peso no cenário underground e uma parte considerável do público jovem sabia cantar suas músicas de cor.
            Derick era o vocalista e um dos guitarristas da banda. Seu avô materno o havia ensinado a tocar piano desde os 4 anos e isso fizera com que ele tivesse afinidade com a música desde muito novo. Era um músico excelente, nunca havia feito curso, mas, como gostava de ler, aprendeu muita teoria musical através de livros. Tinha um ouvido excepcional e era também muito virtuoso. Fazer música era mais uma das milhões de coisas para as quais Derick tinha um talento acima do normal.
            Peter, irmão mais novo de Derick era o baterista da banda. Tinha apenas 15 anos, mas assim como Derick, parecia ter mais idade. Peter era um pouco mais baixo do que seu irmão e os dois eram muito parecidos. Ele também tinha cabelos negros, olhos castanho-escuros e uma pele bem clara, porém um rosto mais infantil do que o de seu irmão. Não era excepcional, mas também era habilidoso, Derick o havia ensinado a tocar bateria e ele via o irmão mais velho como seu maior exemplo e inspiração. Andava grudado no irmão que o protegia. Peter, a exemplo de Derick também era popular, porém não fazia uso de droga alguma visto que seu irmão superprotetor o impedia constantemente.
            O baixista da banda era Giulio, amigo de infância, um dos melhores amigos de Derick. Giulio era outro garoto-problema, também vivia em festas banhadas a drogas e já havia tido muitas passagens pela polícia por depredar o patrimônio público, pichação, porte de drogas e agressão. O pai de Derick, apesar de não gostar muito de Giulio, sempre se encarregava de retirá-lo da delegacia. Ele tinha 20 anos e vendia drogas para sustentar seu vício, não queria nada com a vida exceto cheirar, transar e tocar guitarra. Tinha o corpo definido, cabelos loiros e cacheados como os de um anjo e olhos cor de mel. Seria lindo, caso fosse saudável, mas as drogas fizeram com que sua beleza fosse reduzida em 70%. 
            O outro guitarrista da banda era Murilo. Diferente dos outros três, ele era um rapaz de 19 anos e comportamento moderado. Gostava de ir a festas também, porém era ajuizado e bebia pouco. Era o “amigo sóbrio” que levava todos eles vomitando, os deixava em casa ou pelo menos em algum lugar seguro. Possuía cabelos castanhos médios e lisos e olhos azuis. Era muito bonito de rosto, e tinha um corpo normal, não era gordo nem magro. Conhecera os outros três enquanto andava de skate e derrubara Giulio, que teria o cortado com uma garrafa de cerveja quebrada, se não fosse pela intervenção de Derick e Peter. Dessa situação peculiar surgiu uma grande amizade entre os quatro.      


            O dia passou voando e Derick tocou com uma agressividade que nunca havia tocado antes, seu rosto estava rígido e mais rude do que de costume, não esboçou um sorriso em momento algum, rejeitou os cigarros que o ofereceram e, quando trouxeram cerveja não tomou um gole sequer. Ao fim do ensaio, foi para casa com seu irmão e os dois se sentaram na beira da piscina.
            Casa sendo muito simplista. Na verdade, Derick e Peter moravam em uma mansão clássica de 6 quartos em um dos bairros mais caros da cidade. Na frente da havia um jardim médio com um chafariz no centro e uma entrada de cada lado para a garagem localizada atrás da casa. A piscina era grande e com uma cascata artificial.
Os garotos gostavam de sentar à beira da piscina para conversar e Derick adorava dormir naquele chão de pedra, a noite fazia frio, mas ele não se importava.
            Ambos estavam cansados e em silêncio, sem dizer uma palavra sequer sobre o ensaio ou qualquer outra coisa. “Quem ela pensa que é pra falar daquele jeito comigo? O que eu fiz? Eu não fiz nada, ela se acha melhor do que todos... Ela acha que pode apontar o dedo na minha cara e dizer que sou um vagabundo e que não seria nada se tivesse vindo de onde ela veio... De onde ela veio? Não sei de onde essa louca veio, mas esse lugar deve ser abençoado porque ela é muito gostosa.” – Derick estava devaneando sobre o que acontecera em seu encontro com Catherine e acabou soltando um leve sorriso.
- E ai mano, que que deu em você hoje? Tá tudo bem!? Não conseguiu pegar aquela Atena com corpo de Afrodite não? – Disse Peter rindo para descontrair o ambiente.
- Quem disse que eu queria alguma coisa com ela?
- Você sempre quer alguma coisa com as garotas bonitas. – Peter rebateu e os dois riram. – Se não quisesse, não seria você! – Derick assentiu.
- Mas ela é diferente. Ela é linda demais, nem parece de verdade, mas é doida...Louca de pedra cara. Ela me esculachou. – Falou olhando para baixo, como se estivesse realmente triste.
            Peter arregalou os olhos e nem sabia direito o que falar para seu irmão, isso era um fato inédito, Derick nunca havia levado um fora de alguma garota.
- Eu nunca vi você fazer tanto esforço assim para pegar alguém, eu tinha certeza de que ia rolar. Vocês ficaram o fim de semana todo conversando, por que ela te esculachou?- Derick contou toda a história do encontro para o irmão, que ouviu tudo com atenção.


– Essa menina consegue ser mais problemática do que a gente, mano! – Peter riu descontroladamente sem perceber a expressão séria e apreensiva no rosto de Derick. – Tem muitas outras por aí, lindas, talvez até mais do que ela. No fundo eu até acho bom que não tenha dado certo, você tava gastando tempo demais com ela e não se deve gastar tanto tempo só com uma, existem várias outras pra aproveitarmos. Achei até que tava apaixonadinho, imagina só, meu brother fazendo as maiores burrice do mundo: se apaixonar, namorar e ser fiel!
 - Apaixonado!? – Derick gargalhou. – Sim, e muito. – Peter o olhou assustado. –Apaixonado por aquelas coxas e aqueles peitões que ela tem!
 - Também! – O irmão mais novo respondeu aliviado. – Mas não tenho tanta certeza de que seria só isso, você nem tinha a visto pessoalmente e rejeitou várias festas para ficar conversando no telefone!
- Você diz “só isso” porque não viu de perto, meu irmão... Mas me apaixonar de verdade é algo que nunca vai acontecer, primeiro porque o amor não existe. – Peter concordou e fez que sim com a cabeça. – A gente só inventa que existe pra levar pra cama. O resto é história pra criança e pros virgens idiotas.
            Os dois riram e Derick conseguiu relaxar um pouco. Infelizmente, enganar a si mesmo é uma tática provisória e pouco eficaz. A tranquilidade da mente dele se limitou apenas àquela conversa, mais tarde, quando foi para o quarto deitar e estava sozinho com seus pensamentos, continuou com as palavras de Catherine na cabeça e isso o aterrorizava. Queria se convencer de que tudo aquilo que ela dissera era mentira. Mas como? No fundo ele não parava de pensar que ela estava certa e se sentia um idiota por isso.
            Estava revoltado e sentiu falta das vezes que se entendeu com Catherine. No dia anterior, quando ainda não havia a conhecido pessoalmente, tudo parecia mais leve, mais fácil. Por que ela reagiu com tanta agressividade? Derick tentava, mas não conseguia entender. Decidiu então que no dia seguinte falaria com ela e tentaria recomeçar, teriam uma conversa franca e ele esqueceria todas as ofensas que ela o fizera.
            Acabou pegando no sono ali mesmo na beira da piscina, deitado no azulejo de pedra, até que seu pai chegou com sua mãe e sua irmã caçula, a pequena Bárbara. 
            O pai de Derick, Ralf, era um homem sério que crescera na vida após muito esforço. Nascera numa cidade no interior e era de classe média, porém sempre sonhara em se tornar influente e rico. Era alto, cabelos em parte negros e em parte grisalhos, bonito e muito elegante. Se mudara para a capital para fazer a faculdade de Direito e após conhecer Lilian e seu pai tê-la discriminado por ela ser uma jovem humilde, rompeu com o pai.
             Começou uma luta persistente para se tornar um homem poderoso travando uma guerra contra seu pai, desejava superá-lo e fazê-lo pedir perdão por toda humilhação que sua amada havia sofrido. Conseguiu, expandiu seus negócios e chegou no topo, local onde ninguém poderia mais criticá-lo. Seu pai, anos depois, teve de engolir o orgulho e se desculpar com Lilian. Mesmo assim, Ralf a cada dia tornava-se mais ambicioso, desejando mais e mais poder.
            Era um homem agradável e flexível, exceto com seus filhos. Cobrava em níveis extremos, desejava que os filhos fossem os melhores em tudo. Amava profundamente sua esposa, mas constantemente brigavam por conta disso, ela não tolerava e achava que Ralf só tornava o comportamento desregulado de Derick cada vez pior com tanta pressão.  Se por um lado ele era rígido, por outro exibia as conquistas de seus filhos para todos, os colocando em pedestais. No entanto, para ele, ter uma bandinha de rock não era uma conquista, e sim motivo de vergonha. Pessoas sérias não perdiam tempo com um hobbie tão estúpido como aquele.  
            Lilian também havia cursado direito, e apesar das discordâncias, admirava seu marido mais do que qualquer outra pessoa no mundo e desde o instante em que o conhecera, sabia que seria um homem poderoso. Sempre fora muito bonita, cabelos castanhos até os ombros, olhos verdes, alta, sempre bem arrumada, radiante e extremamente simpática. Sua família era o que mais prezava na vida, vivia em uma guerra incessante contra os vícios de Derick, mas parecia não haver jeito. Conversas, punições, tratamentos caros, tudo parecia ineficaz.  
- Levanta moleque! O que foi que você tomou dessa vez? – Disse Ralf sem paciência enquanto o puxava, tentando levantá-lo.
- Não faz assim com ele! Você não vai resolver as coisas desse jeito! – Lilian impediu que o marido acordasse o filho daquele jeito rude. – Vá dormir, vá pro quarto, deixa que eu cuido dele. – O marido obedeceu, muito a contragosto.
            A mulher foi carinhosa, falou com o filho com ternura e o acordou com calma. Ele se levantou e logo foi abraçado por sua irmã, que sorria e parecia muito feliz em vê-lo. Bárbara era a criança mais sorridente do mundo, era amigável e extrovertida. Tinha apenas 6 anos, amava os dois irmãos e, mesmo sendo muito nova, sabia quando Derick não estava bem e tentava animá-lo.
- Mãe, eu não to bêbado, eu só peguei no sono mesmo.
- Eu sei filho, vai pro seu quarto dormir que já tá tarde. – Ela esboçou um sorriso e tranquilizou o filho.
- Derick, amanhã eu vou pedir para a vovó me levar na sua faculdade, posso? – Bárbara pediu com os olhos sorrindo.
- É claro que pode linda, eu vou te esperar e depois a gente vai comer aquele sanduíche enorme e se encher de refrigerante e batata-frita!
- Mas a vovó não vai deixar, seu bobo!
- Ela não vai saber, eu vou falar pra ela que vou te levar pra almoçar em casa ué! – Os dois riram. – A mamãe não vai contar,né mãe? – Lilian fez que sim com a cabeça, adorava ver os filhos felizes e unidos.
- Então tá combinado Derick! – Bárbara, ficou muito feliz, foi para o quarto com sua mãe e queria dormir para que o dia seguinte chegasse mais rápido.
            O garoto então resolveu pegar um cobertor no quarto e dormir ali fora mesmo, na rede. Acendeu a luminária da parede e deitou, permaneceu pensando em Catherine e, para tentar esquecer esse pensamento, começou a ler um livro. O tempo passou, eram quase 3 da manhã, estava sem sono e sabia que se tomasse algum remédio para dormir, perderia a hora para a faculdade. Percebeu que seu celular estava cheio de mensagens de Emma, perguntando por que ele não fora à festa e querendo encontrá-lo. Ignorou todas as mensagens, não estava com clima para festas e muito menos para falar com Emma.
            Resolveu então, ignorando a hora, mandar uma mensagem para Catherine dizendo que queria conversar com ela e esclarecer o mal-entendido. Ela respondeu imediatamente a mensagem:
“Você consegue ser inconveniente de uma forma ímpar mesmo. Não percebe que está na hora de dormir? Ah, claro que não, provavelmente está na festa da sua amiga e com certeza está bêbado.” – Catherine B.
“Não, não estou bêbado e nem estou em festa nenhuma. Juro. Eu quero conversar com você, sei que te deixei com uma péssima impressão. Queria recomeçar, a gente tinha se dado muito bem, será que isso não pode ser levado em consideração?” – Derick G. Becker
“Ok, mas não às 3 da manhã. Mais tarde conversamos, vê se vai dormir garoto e me deixa descansar.” - Catherine B.
            Ao ver que Catherine havia reconsiderado e pretendia conversar com ele amigavelmente, se sentiu mais calmo e finalmente conseguiu pegar no sono.



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Autor(a): thaislifesucks

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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