Fanfic:  A Aposta - O jogo de sedução está prestes a começar. Adaptada | Tema: AyA

— Isso vai ser tão divertido! – Dul bate palminhas afetadas. – Entre no clima, sua chata! – ela bate no braço de Mai, que mantém a expressão fechada e preocupada.

— Vencerei essa aposta, Mai. Então, qual é o problema? – Anahí coloca o computador para dormir e gira a cadeira para encarar as amigas.

— O Poncho é um tipo irresistível, Anahí. Acha mesmo que será fácil? Ele vai usar todas as armas de sedução que conhece, o que não são poucas. – Mai balança a cabeça, certa de que a amiga está em apuros.

— Acha mesmo que eu posso me apaixonar pelo Poncho? Enlouqueceu? – Anahí se altera.

— Acho sim. Esse é um jogo perigoso e você está brincando com fogo. – Mai dispara.

— Pare com isso, Mai. Eu aposto todas as minhas fichas na Anahí. E, sinceramente, acho que essa será uma viagem hilária. – Dul solta uma sonora gargalhada.

— Depois não diga que não avisei, tá legal?

– Dulce se levanta, guardando o contrato dentro de uma pasta transparente.

— Não vai acontecer, Mai, eu juro. Depois do que passei com aquele cachorro do Bruno, estou imune. – Anahí entrelaça as mãos atrás da cabeça.

— Será mesmo? – a dúvida de Mai reverbera no ar.

Estamos no quartel general de Poncho, aquele

mesmo quarto zoado com cheiro de incenso e

garotos. Hoje Poncho acendeu um bastão de

pimenta e Gancho não para de espirrar.

As duas janelas estão escancaradas e uma

brisa fria sopra as cortinas, derrubando o

contrato no chão laminado.

Gancho está fuçando nas prateleiras feitas

com shapes de skate. Notaram alguma

semelhança com o quarto de Anahí? Sinistro.

Eu poderia dizer que se trata de uma mera

coincidência, mas não me parece correto, até

porque não acredito em acaso. Algo me diz

que esses dois combinam mais do que podem

imaginar.

Poncho se abaixa e recolhe o contrato,

colocando-o sobre a bancada. Um peso de

papel, no formato de guitarra, não deixa o

papel sair voando novamente.

— O que está procurando? – Poncho pergunta,

jogando-se na cama e pegando o violão ao

lado. Começa a dedilhar um som do Deep

Purple.

— Aquela sua caixa de alfinetes. – Gancho

faz uma pausa. – Ah, aqui está.

— Para que você quer isso?

Gancho não responde. Caminha até o

quadro de cortiça de Poncho, com vários post its

colados. Arranca todos e deixa a cortiça nua.

Em seguida, saca algo do bolso e alfineta no

quadro. Quando se afasta, Poncho dá um pulo na

cama.

— Onde conseguiu essa foto?

— O Bola me arrumou. – Gancho pega uma

cartela de adesivos sobre a bancada, descola

um alvo e fixa-o sobre o peito de Anahí, na

altura do coração. – Precisamos descobrir

tudo o que pudermos sobre ela. Esse é o

único caminho para o coração da gata.

Gancho se afasta alguns centímetros,

tombando a cabeça de lado. Deixa um sorriso

escapar ao analisar a foto. Foi tirada pelo

celular do Bola, no Halloween. Na imagem,

Nina empurra Hulk sobre um balde de

bebida. O cara, com quase dois metros de

altura, da largura de uma jamanta, está

congelado no ar, prestes a cair sobre pedras

de gelo. A expressão da garota é o retrato da

irritação desmedida. Ao se lembrar da cena

em detalhes, um arrepio sobe pelas costas de

Gancho e ele se vira para encarar Poncho, com

cara de pânico.

— Certo, essa é uma missão impossível.

— Agora que você sacou isso? – Poncho joga as

mãos para o ar. – É tudo culpa sua, só para

constar. – ele mira o indicador na direção de

Gancho.

— Man, eu não queria estar na sua pele. –

Gancho provoca.

— Vá se ferrar! Você me colocou nessa

enrascada e vai me tirar dela, Cabeçudo.

— Precisamos arrancar da Maite e da Dulce

qualquer coisa sobre a Anahí. Eu já vasculhei

a internet e a garota não está em nenhuma

rede social, nem no Facebook. Nunca vi uma

garota que não está no Face.

— Estamos falando de Anahí Portilla,

Gancho. Ela não é uma garota, é o diabo

encarnado.

— É, pode crer. – Gancho observa as

estrelas piscantes do lado de fora da janela.

Bem que uma ideia poderia cair do céu nesse

exato momento. – A Mai e a Dul nunca

contarão nada sobre a Anahí para nós.

— Cara, você é tão esperto para umas

coisas e tão burro para outras.

— Do que está falando? – Gancho eleva o

tom de voz.

— A Mai está caidinha por você, seu

otário. – Poncho desliza para fora da cama e

bate com a mão espalmada na testa de

Gancho. – Só você ainda não percebeu isso.

— Como é? – Gancho engasga, soltando um

espirro quando Poncho acende outro incenso. –

Porra, apaga isso!

— Esse é de camomila, para acalmar. – Poncho

joga o isqueiro sobre a bancada,

displicentemente. – O fato é que a Mai está

apaixonada por você e acho que ela contará

tudo o que queremos saber, se você largar de

ser um trouxa, obviamente.

— Tem certeza disso? Man, como eu não

percebi antes?

— É como eu disse: você é um otário.