Fanfic: A Aposta - O jogo de sedução está prestes a começar. Adaptada | Tema: AyA
Anahí está de malas prontas.
Ajeita a bainha de tule do vestido preto e
calça as sapatilhas coloridas com strass.
Maite e Dulce aguardam no andar de baixo,
na companhia de Christopher e sua turma
barulhenta.
A galera toda irá na inauguração do
Aquarium, uma boate na Vila Olímpia, em
que um dos sócios é amigo de Chris. Os
convites para a ala VIP foram disputados à
tapa e o irmão de Anahí conseguiu dez deles,
na faixa.
A garota borrifa o perfume nos pulsos e
também atrás das orelhas. Dá uma última
olhada no espelho antes de descer para
encontrar as amigas.
Os pais de Anahí foram ao cinema e a turma
de Chris está espalhada nos sofás e sobre a
bancada de mármore travertino da cozinha.
Várias latas de cerveja se empilham na pia e
sacos de amendoim e batatas fritas estão
abertos sobre as mesinhas de apoio.
Dulce e Chris conversam num canto, próximos
demais. Anahí os encara com curiosidade. Já
tinha percebido um clima, mas não faz ideia
do que esteja rolando entre esses dois.
— Pronta? – Mai dá um pulinho ao ver
Anahí. – Uau, Anahí, esse vestido é um arraso.
— O seu também. – Maite está usando
um vestido azul de alça única, na altura dos
joelhos, de um tecido bem estruturado. O
rabo de cavalo foi feito bem alto e algumas
mechas castanhas escapam, emoldurando
seu rosto.
— Todo mundo por aqui? Podemos ir? – Chris
recolhe os sacos de salgadinhos espalhados.
Anahí observa Dulce que permanece recostada
na parede, no outro canto da sala. A amiga
está deslumbrante num vestido estilo
indiano, com a cintura marcada por um cinto
de camurça. Um imenso colar prateado pende
de seu pescoço e nos pés, chinelos com
miçangas pretas. O cabelo avermelhado,
sustenta duas presilhas
laterais que prendem a franja. Nina nota que
Dul está usando o bracelete de níquel
envelhecido que compraram juntas, na feira
de antiguidades da praça Benedito Calixto,
na Vila Madalena.
— É impressão minha ou a Dul e o Chris
estão…? – Anahí se vira para Mai e não
termina a frase.
— É, eu também percebi um clima. –
Maite balança a cabeça em concordância.
— Hum. Acha que devemos perguntar?
— Deixe ela nos contar. – Mai tira um fio
de cabelo do vestido de Anahí. –Não ficaria
chateada?
— Por que eu ficaria chateada? – Anahí
franze o cenho, confusa.
— Sei lá, é seu irmão e sua amiga. – Mai
dá de ombros. – Não que isso seja grande
coisa, não é traição nem nada.
— Eu acharia muito legal, de verdade.
~~***~~
O quarteirão do Aquarium está tomado por
carros de todas as marcas e modelos. Com
isso, é óbvio que o trânsito está um caos.
Uma imensa fila se forma do lado de fora da
boate e a maioria das pessoas não faz nem
ideia de que sem um convite, nada feito.
As três amigas caminham juntas, de braços
dados, vencendo os dois quarteirões que
separam o único estacionamento com vagas
da entrada do Aquarium. Dul não toca no
assunto Chris. Anahí e Mai fingem não terem
visto nada.
Chris e sua turma vem logo atrás e como
todo bando de garotos, começam a se bater e
empurrar a caminho da danceteria. Nesse
interim, uma Pajero recheada de meninas
surtadas para ao lado dos garotos. Chris dá
trela e Dul fecha a cara no mesmo instante.
Anahí sente as unhas da amiga fincarem em
seu braço com força.
— Ei, não precisa arrancar a minha pele. –
Anahí estremece e Dul se sobressalta.
— O quê?
— O que está rolando entre você e meu
irmão? – droga, Anahí tinha prometido a si
mesma não perguntar.
— Nada. – Dul olha de esguelha para trás.
Seus olhos ficam opacos quando veem
Chris e sua turma se derretendo para cima das
meninas da Pajero.
— Por sua causa ou por causa dele? – Mai
se mete no assunto.
— Não está rolando nada, é sério. – Dul
suspira tristemente.
— Se um dia rolar, saiba que dou todo o
apoio. – Anahí sente o aperto de Dul afrouxar
de seu braço.
— Obrigada, Anny. Mas é como eu disse:
Não está rolando nada.
Finalmente chegam à entrada da boate e
Chris e os caras se livram das garotas
oferecidas, para alívio de Dul. Pepino saca os
convites do bolso e entrega ao segurança. O
engravatado confere a autenticidade dos
mesmos e libera a entrada, carimbando os
pulsos com uma tinta néon.
O Aquarium, como o próprio nome diz, é
um imenso aquário, repleto de plantas
aquáticas e animais marinhos diversificados.
A danceteria é circular e cercada por paredes
de vidro curvas, que tomam toda a extensão
do lugar.
Nina fica boquiaberta quando vê uma
imensa arraia flutuando sobre sua cabeça,
ainda não tinha percebido que o aquário
também se estende por todo o teto da boate.
As garotas seguem Chris por um corredor
largo, no ponto mais alto do Aquarium. É o
único acesso para a ala VIP que não está
congestionado. A outra opção seria pelo meio
da pista de dança que, no momento, está
abarrotada de cabeças saltitantes.
A música techno rola solta em meio aos
efeitos especiais que vem de todos os cantos
imagináveis. Uma névoa colorida sobe pelo
chão, abraçando as pessoas até a cintura.
A ala VIP está bem mais tranquila, com
seus sofás imensos, mesas largas, um bar
privativo e garçons circulando com bandejas
repletas de bebidas coloridas. Anahí aproxima se
do parapeito de aço e dá uma sacada no
lugar. O Aquarium é simplesmente
fenomenal.
— Animada para a viagem de formatura? –
Chris precisa falar alto para se fazer ouvir.
— Acho que será legal. – Anahí responde, ao
pé do ouvido do irmão.
— Está finalmente deixando a adolescência
para trás, Anahí. É agora que a ralação
começa e a vida adulta vai massacrar você de
todas as formas.
— Ah, obrigada pelo incentivo! – Anahí dá
um tapa no ombro de Chris.
— Já sabe o que fazer caso algum
engraçadinho resolva se meter a besta nessa
viagem? – Chris pergunta, vincando a testa.
— Joelhada nas bolas, soco no nariz e… o
que mais mesmo?
— Acerte no pomo de adão.
— Ok, fique tranquilo, ninguém vai se
meter a besta comigo.
— Ei, Anahí, vamos para a pista? – Maite
chama. Anny percebe que Chris e Dul trocam
olhares demorados e uma urgência em
ajudar inflama a garota.
— Vamos, Chris? – Anny convida, deixando a
bolsa sobre um dos sofás.
— Vamos para a pista, galeraaaaa?! – Chris
grita e Anny revira os olhos, tapando os
ouvidos.
~~***~~
Chegar à pista é uma maratona suada,
apertada e acotovelante. Com alguns
empurrões, os amigos de Chris conseguem
abrir espaço para dançar.
O olhar de Anny é atraído para cima a todo
o momento, o colorido do aquário sobre sua
cabeça é inebriante.
Gente bonita e suada pula ao som do DJ.
Anny corre os olhos pela pista, observando
rostos descontraídos e maquiagens
escorrendo. Não é do tipo que curte baladas
como essa, mas adora uma novidade. Ela não
perderia essa inauguração por nada.
Quatro músicas depois e a garganta
queima, ressequida. Voltar à ala VIP está
fora de cogitação. O bar mais próximo fica a
uns seis metros de onde estão. Grita nos
ouvidos de Maite e Dulce, doida por
qualquer coisa líquida. As amigas concordam,
seguindo na frente.
— Onde vão? – Chris pergunta.
— Pegar água. Quer? – ela oferece, por
sobre o ombro.
— Não, valeu. Já sabe, hein… pomo de
adão. – Chris recomenda.
— Pode deixar. – Anny ri e segue para o
bar.
Passar entre pessoas pulantes e bêbadas
não é tarefa das mais fáceis. Anny desvia, tira
o pé do caminho, é empurrada e empurra
também. O lugar está claustrofóbico e a boca
de Anny está tão seca que nem a língua é
capaz de umedecer os lábios.
Uma mão toca em seu ombro e a puxa para
trás.
— Ei, pensei que sereias não existissem. –
um garoto sardento e até bem bonitinho
exclama. Mas a cantada é tão demodê que
Anny dispara a rir.
— Sereias costumam afogar garotos como
você, sabia? – ela rebate.
— Faria isso comigo, sereia? Qual o seu
nome, hein?
— Se eu disser o meu nome, terei que te
matar. – Anny tenta se desvencilhar, mas o
garoto sardento aperta seu braço com força.
– Será que dá para me soltar?
— Pague o pedágio que eu solto. É só um
beijo, você vai gostar.
Quando o garoto sardento aproxima-se
perigosamente, uma mão forte surge em
cena, agarrando Anahí pela cintura.
Ok, congelemos o momento para uma
análise mais profunda.
São Paulo é uma cidade gigantesca e as
chances de encontrar alguém conhecido
numa balada são nulas, correto? Engano seu.
Apesar de Sampa ser uma megalópole, as
baladas são sempre as mesmas, divididas em
bairros, classes sociais e estilos. As chances
de encontrar alguém conhecido numa
inauguração desse porte são imensas. Nem
vou entrar nos méritos do destino em ação,
porque sei lá, tem isso também.
Descongelemos o momento em 3, 2, 1…
— Dá o fora, mané! – Poncho empurra o
sardento.
— Não me disse que estava acompanhada,
sereia. – o garoto fecha a cara e solta Anny.
— E não estou! – o tom dela é agressivo,
metralha Poncho com um olhar irado.
— Nesse caso, dê o fora você, manezão! –
o sardento vira homem, pega o braço de Anny
e a puxa para si.
O sangue de Poncho sobe nas alturas e ele
empurra novamente o sardento, com mais
força dessa vez. Anny nota que Gancho se
aproxima. O sardento quer briga e Poncho
parece querer o mesmo. Ela está entre eles e
resolve apaziguar os ânimos.
— Pare com isso, Poncho! – Nina precisa gritar
ao pé do ouvido do garoto, o que se mostra
uma péssima ideia. O aroma dele é uma
mistura de mistério e sedução que faz suas
pernas bambearem.
— Dê o fora, eu já falei! – Poncho fecha o
punho no colarinho do sardento.
— Ei, ei, ei! – Gancho finalmente chega. –
Vamos deixar disso, beleza? – Gancho é da
turma do “deixa disso”, mas, quando
provocado, é da turma do “vamos matar todo
mundo”. – Leve a Anny daqui, Poncho!
— Não vou com você a lugar algum! – Anny
tenta se livrar de Poncho, mas o garoto é mais
forte. E da forma como ele a está abraçando
no momento, nem joelhada, nem soco, nem
pomo de adão surtirão efeito.
Anny procura as amigas no meio da muvuca
e as encontra. O bar fica um nível acima e
ambas estão acompanhando o que está
acontecendo na pista de dança, atônitas. Dul
levanta as duas mãos para o teto, não
entendendo nadinha do que está rolando.
— Ande logo, sem reclamar. – Poncho passa
Anny à frente, prendendo-a como se fosse um
escudo protetor, obrigando-a a andar em
direção ao bar.
— Me solte, Poncho!
— Quietinha, Anny, ou não ganha sorvete.
– Poncho sussurra em seus ouvidos e ela sente o
hálito de Mentos de frutas do garoto. Mentos
de frutas é golpe baixo.
— Isso não vai ficar assim!
— Já disse, fique quietinha.
— Me larga! – ela grita e cerra os punhos.
— Pronto, sã e salva. – Poncho finalmente
afrouxa e Anny gira sobre as sapatilhas,
pronta para socá-lo. Mas algo a detém. Os
olhos dele, tão dourados quanto o sol. Tão
brilhantes como lavas de um vulcão em
erupção.
— Eu sei me defender sozinha! – ela
exclama, inflamada de ódio.
— Eu vi. – Poncho debocha.
— E aí, galera! – Gancho chega num pulo e
passa o braço sobre ombros de Poncho.
— Deu um jeito no sardento? – ele
pergunta, sem desviar os olhos de Anny
— O cara vai ficar sussa. – Gancho elucida,
soprando a franja para cima.
— Oi, Gancho. – se Mai fosse uma
geleira, já estaria derretida no chão.
— Oi, Mai, oi, Dul. – Gancho
cumprimenta.
— Pegaram água? – Anny sustenta o olhar
de Poncho com sua famosa expressão “vou matar
você” impressa no rosto.
— Pegamos. – Dul responde. – Vamos
voltar para a pista?
— Fique longe de mim, Poncho, eu estou
falando sério. – quando Anny tromba no
ombro dele ao abrir passagem, o garoto
sussurra em seu ouvido:
— Alguém já disse que você fica linda de
preto?
Anny não se dá ao trabalho de responder.
Range os dentes e continua a caminhar, sem
olhar para trás.__
Povo não deu muito tempo de editar bonitinho e tals >< Mas amanhã as linhas vão estar melhor! Bjuus boa noite!
Autor(a): Nana
Este autor(a) escreve mais 10 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
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As amigas estão dançando lado a lado, embaladas pelo ritmo frenético da batida eletrônica. O olhar de Nina se perde lá no teto, acompanhando um peixinho amarelo se esgueirar entre as folhagens. Como ele é fofinho. — O que aconteceu lá atrás? – Mai pergunta, aos gritos. — Um babaca queria me beijar. & ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 164
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carlaroqueaya Postado em 29/05/2015 - 20:11:47
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camile_ponny Postado em 31/10/2014 - 21:22:07
Perfeita! Amei! Já to na segunda! E eu sei fiquei atrasada aqui mas recuperei ( bem atrasada,mas recuperei kk) parabéns fic perfeita! :D <3
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franmarmentini Postado em 09/10/2014 - 16:01:53
to chorrando rios aki lendo o poncho falando com os pais :)
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franmarmentini Postado em 09/10/2014 - 15:34:09
:)
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fersantos08 Postado em 09/10/2014 - 11:27:38
Que lindo!! Posta maaaaaais, Continua *-*
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nandacolucci Postado em 07/10/2014 - 08:46:46
continuaaaa ,3
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thaynafrancine Postado em 07/10/2014 - 02:07:04
Ai que lindo :')
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talitabnasc Postado em 06/10/2014 - 20:15:24
Own Poncho cada vez mais fofo, essa conversa com os pais, inundou meu coração....muito lindinho
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fersantos08 Postado em 06/10/2014 - 10:10:43
Posta maaaaais, posta maissss amando
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thaynafrancine Postado em 04/10/2014 - 17:36:40
Ebaaaaaa Segunda Temporada 😄