Fanfic:  A Aposta - O jogo de sedução está prestes a começar. Adaptada | Tema: AyA

As amigas estão dançando lado a lado, embaladas pelo ritmo frenético da batida eletrônica. O olhar de Nina se perde lá no teto, acompanhando um peixinho amarelo se esgueirar entre as folhagens. Como ele é

fofinho.

— O que aconteceu lá atrás? – Mai pergunta, aos gritos.

— Um babaca queria me beijar. – Any grita em resposta, sem tirar os olhos do peixinho.

— E o Poncho chegou para salvar você? – a amiga surta.

— Menos, Mai. Menos. – Any revira os olhos, sacudindo a cabeça e voltando a atenção para o peixe que agora xereta uma pedra lodosa.

Gancho chega sem aviso, tomando uma das mãos de Maite, puxando-a para dançar

com ele. Só então Any percebe que do seu lado direito, Chris e Dul estão dançando juntos, tão colados que ela não sabe precisar onde começa um e termina o outro.

— Oi, Any. – Poncho chega por trás. Seu sussurro aos ouvidos é quente e deixa rastros, arrepiando-a.

— Tchau, Poncho. – Any dispara, sem parar de dançar e sem olhar para trás.

— Como tchau? Acabei de chegar. – Poncho acompanha Any com o corpo, para lá e para cá, tomando o cuidado de não tocá-la.
Ela prende a respiração por alguns segundos antes de dar o aviso:

— Não se aproxime mais ou vou soltar o

pitbull do meu irmão em cima de você.

— Quem é o seu irmão?

— Bem ali. – ela aponta na direção de Chris

e Dul.

— Hum, acho que seu irmão está ocupado demais. – o nariz de Poncho toca o pescoço de Any, inalando-a profundamente. – Cara, que perfume está usando?

— Poncho, se manda. – Any volta seu olhar para o aquário sob o teto. E o que acaba de ver é o peixinho amarelinho fofinho sendo devorado por um peixe com o quíntuplo do tamanho. A natureza pode ser muito cruel.

— Me diga o nome do perfume e eu me mando. – Poncho, ainda às costas de Any, encosta os lábios nos cabelos dela, prendendo-a pela cintura. Any bufa, irritada. Sofrendo pelo peixe amarelo, gira nos calcanhares para encarar Poncho. Aquele sorriso debochado está firme em seus lábios rosados e bem desenhados.

— Tire as patas de mim, a aposta só começa amanhã. – ela cerra os punhos e soca os braços de Poncho. Ele a solta, mas não recua.

— Só quero saber o nome do perfume. – ele tomba a cabeça de lado, exalando seu charme característico.

— Hipnose. Está satisfeito? – os braços de Any tombam ao lado do corpo, vencidos. Ser uma muralha o tempo inteiro cansa, é muita energia despendida.

O risinho debochado de Any dá lugar a um sorriso lateral, desses em que apenas um dos cantos do lábio se erguem. Aproxima-se, vagarosamente, seus olhos dentro dos de Any, os narizes quase se tocando.

A garota não se move, não ainda.

Poncho mira aquela boca volumosa e por um momento, Any sente vontade de fechar os olhos, as pálpebras custam a obedecer ao simples comando para permanecerem abertas.

A barba por fazer de Poncho pinica a pele levemente e seus lábios roçam à orelha direita dela. Any estremece com a aproximação, mas não age impulsivamente.

Aguarda. Sente o calor de Poncho envolvendo-a, inala

seu inebriante perfume, seus corpos próximos demais. Ele a inspira novamente e deixa um gemido escapar da garganta. Num sussurro melodioso, quente e destemido, Poncho anuncia:

— Conseguiu o seu intento, Any. Estou completamente hipnotizado por você.

Punhos cerrados.

Sangue fervendo.

Dentes trincados.

Respiração alterada.

Uma joelhada nas bolas.

E, com passos para lá de decididos, Any caminha de volta para a ala VIP.