Fanfic: A Aposta - O jogo de sedução está prestes a começar. Adaptada | Tema: AyA
Estamos agora à beira da piscina.
Candelabros presos nos galhos das árvores, criam uma atmosfera aconchegante e incrivelmente romântica. Uma grandiosa mesa foi posta lindamente, com trinta e seis lugares marcados.
O primeiro dia da viagem chega ao fim. A lua está alta no céu e a trilha sonora vem de um violão elétrico solitário e uma voz melodiosa de um cara que não deve ter mais do que vinte anos.
Any senta-se entre Maite e Dul. Come uma salada de alface com tomates e morangos. A garota só percebe estar com fome quando leva a primeira garfada à boca.
Poncho está do outro lado da mesa, a pouquíssimos centímetros de distância. Vez ou outra seus olhares se encontram, mas ele não parece ser o mesmo Poncho. O que está havendo?
— Lançou mão da nossa estratégia do dia?
– Gancho sussurra no ouvido do amigo.
— Fiz o que você disse. Não elogiei o biquíni nem o corpaço. Não foi nada fácil.
— E ela? – Gancho pergunta, um tanto afoito pela resposta.
— Não sei dizer. Acho que ela ficou, tipo…
— Decepcionada? – ele se apressa em arrematar.
— Essa é a palavra. Decepcionada.
— Bom, muito bom, meu camarada! – Gancho dá um tapa dolorido no ombro de Poncho. – Vamos levar essa estratégia adiante até o jogo de amanhã.
O jantar transcorre sem incidentes e até Bola está tranquilo. A única traquinagem do dia foi jogar na piscina todas as cuecas de Nando e Edgard, seus colegas de quarto. Mas o garoto foi pego, como sempre. E foi ele quem caiu na água, de roupa e tudo, para resgatar as tais cuecas.
— Certo, pessoal. Depois do jantar,
teremos torneios de poker e sinuca na sala
de jogos. Espero todos vocês por lá. – o monitor lança o convite.
Any dispensa a sobremesa. Há uma urgência em ficar a sós para pensar na vida.
Maite e Dul se entreolham, preocupadas.
Any jura que está tudo bem e segue para a praia, sozinha.
— O que acha que está rolando? – Dul debate com Maite, observando Anahí caminhar entre o passeio florido.
— Algo que eu já suspeitava. – Mai sustenta uma expressão endurecida.
— Acha que ela está, tipo, ela está…? – Dul se sobressalta com a possibilidade.
— Sim. Acho que ela está começando a se apaixonar.
— Não! Isso não pode acontecer! – Dul arregala os olhos, chacoalhando Maite pelos ombros. – Não podemos deixar!
— O problema nessa história toda é que eu acho que a Any ainda não percebeu o que está havendo.
Poncho, sem camisa como sempre, observa Mai e Dul de longe. Procura por Any entre os alunos do Prisma e não a encontra.
Gancho também não a viu.
— Ela deve ter ido para o quarto. – o pirata se apoia num taco de sinuca, aguardando a vez de jogar.
— Vou procurar por ela, beleza? – Poncho avisa.
— Man, lembre-se do que conversamos.
Mantenha a estratégia. – Gancho aponta o taco para o nariz do amigo.
— Beleza, Cabeçudo.
O garoto demora um bocado para localizar Any. Quando a vê, sozinha, sentada na areia da praia, algo de muito ruim toma conta de seu peito. É um sentimento estranho, quase de infelicidade. Poncho ignora a sensação e se encaminha para o local onde ela está.
Any não percebe a aproximação. O uivo da brisa é alto e contínuo. Seus cabelos estão
presos por um elástico colorido, esvoaçando com o vento. Veste um short preto e uma bata branca, caída na lateral do ombro, revelando parte do colo e das costas. O olhar se perde em algum lugar do oceano.
Vazio. Any nunca havia sentido o vazio antes.
Nem quando seu primeiro namorado partiu sem dizer um tchau. Nem quando Bruno a enganou. Até o dia de hoje, ela não havia se deparado com essa sensação.
Mas o vazio está ali e incomoda. Sufoca-a de forma intermitente. Um desespero toma conta de Any, uma ânsia que ela não sabe de onde vem. Algo importante está faltando, algo essencial que preencha o vazio.
Poncho senta-se ao seu lado, sem dizer palavra. Any não se vira para ver quem é e nem precisa. Já reconhece o cheiro dele a distância.
Abraçada aos joelhos, Any permanece calada por um longo tempo. Além do ruído da brisa do mar, pode ouvir a respiração cadenciada de Poncho ao seu lado. Ela não tem nada para dizer, está com preguiça até de
pensar. Mas, por incrível que pareça, o silêncio não incomoda. Ele é bem-vindo para ambas as partes envolvidas.
Após um tempo que não sei determinar, Poncho corta o silêncio com sua voz rouca e um tanto preocupada:
— O que está havendo?
— Hum? – Any está perdida em seu vazio interior, apenas existindo.
— O que está acontecendo com você? Nunca a vi assim. – Poncho refaz a pergunta.
— Não está acontecendo nada. – Any abraça as pernas com mais força.
— Você está triste. – ele conclui.
— É só… deve ser TPM.
— TPM? Isso é um pleonasmo. – Poncho ri da própria piada, mas ao perceber que Any nem se move, fica sério novamente. – Desculpe.
— Você tem razão. Não precisa se desculpar.
Ok, parem tudo. Estrelas: parem de piscar.
Mundo: pare de girar. Tempo: pare de correr agora mesmo!
— Está concordando comigo? Está doente?
Com febre? – Poncho leva a mão à testa de Any.
Antes de tocá-la, ela gira a cabeça para encará-lo. O garoto recua, instintivamente, temendo um tapa, um soco, um cuspe, ou qualquer coisa que envolva violência física.
Nada disso acontece.
— O que está fazendo aqui, Poncho? Tem um torneio de poker rolando lá dentro. Por que não vai até lá? – o tom de Any é um poço sem fundo.
— Escute, quer dar uma volta? – Poncho faz uma pausa para pensar. – Acabo de me dar conta de que não sei nada sobre você.
Estudamos juntos há quanto tempo? Seis meses? – Any confirma com a cabeça. – Pois, então, só sei que você curte Creedence, odeia pessoas que usem cuecas e é uma CDF.
— Poncho, me poupe dos seus jogos essa noite, tá legal? Eu realmente não estou no clima, não estou a fim de me esforçar para humilhá-lo.
— Pensei que era natural, que não precisasse se esforçar para me humilhar. –
Poncho pega um punhado de areia, observando– a escapar por entre os dedos.
— Só essa noite, está bem? Prometo que amanhã voltarei a odiá-lo com todas as minhas forças.
Poncho deixa o restante da areia se esvair.
Bate uma mão na outra e se levanta num pulo. Encara Any antes de lhe estender a mão.
— Uma volta na praia, sem jogos, sem aposta. – Poncho aguarda, na mesma posição.
— Por que está fazendo isso? – ela hesita.
— Venha.
Contrariando todos os avisos mentais que gritam “perigo extremo”, Any aceita a mão de Poncho. Enquanto levanta, livra-se da areia no short e nas pernas, seguindo-o até a beira do mar.
Autor(a): Nana
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A água vem e vai, molhando os pés de Any e Poncho. Ela carrega os chinelos com uma das mãos e a outra está no bolso. Os dois caminham preguiçosamente, apenas ouvindo suas respirações. O ruído da brisa finalmente dá uma trégua. Any estranha suas sensações. Ao invés de se sentir tensa c ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 164
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carlaroqueaya Postado em 29/05/2015 - 20:11:47
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camile_ponny Postado em 31/10/2014 - 21:22:07
Perfeita! Amei! Já to na segunda! E eu sei fiquei atrasada aqui mas recuperei ( bem atrasada,mas recuperei kk) parabéns fic perfeita! :D <3
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franmarmentini Postado em 09/10/2014 - 16:01:53
to chorrando rios aki lendo o poncho falando com os pais :)
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franmarmentini Postado em 09/10/2014 - 15:34:09
:)
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fersantos08 Postado em 09/10/2014 - 11:27:38
Que lindo!! Posta maaaaaais, Continua *-*
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nandacolucci Postado em 07/10/2014 - 08:46:46
continuaaaa ,3
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thaynafrancine Postado em 07/10/2014 - 02:07:04
Ai que lindo :')
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talitabnasc Postado em 06/10/2014 - 20:15:24
Own Poncho cada vez mais fofo, essa conversa com os pais, inundou meu coração....muito lindinho
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fersantos08 Postado em 06/10/2014 - 10:10:43
Posta maaaaais, posta maissss amando
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thaynafrancine Postado em 04/10/2014 - 17:36:40
Ebaaaaaa Segunda Temporada 😄