Fanfic: A Aposta - O jogo de sedução está prestes a começar. Adaptada | Tema: AyA
Anahí não consegue conversar com Alfonso quando voltam do passeio de lancha. Gancho os aguarda no píer, parecendo um tanto quanto desesperado. Antes que os dois amigos sumam de vista, Anahí puxa Alfonso pelo braço.
—Nossa conversa não terminou.
—Eu sei que não. Nós vamos retomar, eu prometo. – Alfonso está sendo disputado como num cabo de guerra, com Anahí puxando de um lado e Gancho do outro.-
—Depois vocês conversam. O que eu tenho para tratar com o Poncho é da mais alta prioridade. – Gancho puxa o amigo com mais força e Anahí o solta.-
—No luau conversamos, está bem? – Alfonso grita por sobre os ombros, sendo arrastado por Gancho.
—Você não vai escapar. – ela balbucia para si própria.
~~***~~
No quarto, longe de ouvidos indiscretos, Gancho anda de um lado para o outro, deixando Alfonso zonzo. O cara está tentando montar o quebra-cabeças sozinho, mas está difícil pacas.
—Se não me disser o que está havendo, como poderei ajudar, Cabeça?
—Man, tem treta nessa parada.
—Fala logo, brow! – Alfonso se irrita.
—Está rolando uma nova aposta no ar. E juro, meu camarada, nesse angu tem um caroção.
—Deus do céu, desembucha!
—O Bola lançou uma nova aposta hoje. É um desafio impossível, mas o cara jogou uma grana alta na roda, certo de que vai rolar – Gancho leva o indicador ao queixo.-– Como ele pode ter tanta certeza?
—Que aposta é essa?
—Bola versus Sophia.
~~***~~
As meninas já estão prontas para o luau.
Desde que voltou do passeio de lancha, Anahí não viu Alfonso em lugar algum. Aliás, nem Gancho.
Será que o sumiço deles tem algo a ver com a aposta? Estará Anahí sendo manipulada e tudo não passa de uma farsa? Ela não divide esses temores com as amigas, prefere se abster em seu próprio mundo cheio de dúvidas.
Maite está usando um vestido comportado, desses com florzinhas e detalhes fofos nas mangas bufantes. O cabelo está preso, para variar, em um rabo de cavalo.
Nos pés, chinelinhos da coleção particular de Dulce.
A viciada em chinelos está usando uma saia longa, com estampa indiana e franjas laterais. Por cima do biquíni, uma blusinha canelada branca e sem mangas arremata o visual.
Anahí optou por um vestido acima dos joelhos, com uma estampa indefinida em tons de verde e marrom, mangas fluidas que descem até os cotovelos e um decote V de arrasar. Por baixo, o biquíni verde fica visível, já que a vestimenta é um tanto quanto transparente. Se cuide, Alfonso!
Vestidas para matar, as garotas seguem rumo à praia.
São dez da noite. A lua cheia está particularmente mágica, cercada por um halo brilhante e azulado. O céu se completa de forma majestosa, com milhares de diamantes no firmamento. O mar está calmo e uma brisa leve acaricia a pele de quem está por ali.
O clima é perfeito para um luau.
Na praia, um imenso tablado de madeira foi transformado em pista de dança e uma banda já está a postos, no aquecimento.
Uma fogueira foi construída no caminho para o mar. As primeiras chamas já crepitam, um tanto disformes por culpa da brisa. Uma mesa de apoio foi disposta, com palitinhos de marshmallow e queijo coalho. Nham.
Holofotes apontados para o mar estão em funcionamento e candelabros foram dispostos por todos os lados, fechando o cenário com maestria.
Garçons circulam entre os estudantes com bebidas coloridas arrematadas com canudos psicodélicos, daqueles que brilham no escuro.
Alfonso e Gancho conversam, um pouco afastados da multidão que se forma sobre o tablado. A banda toca um reggae e a galera dança, no ritmo do Bob Marley.
—Que bom que eu não tive que arrancar essa informação da Mai – Gancho se balança em uma rede de dois lugares, presa nos coqueiros. – Cara, não acredito que a Anahí tenha passado por isso. Esse cara merecia umas porradas.
Alfonso abriu o jogo com o melhor amigo, contando tudo sobre Anahí e o seu passado amoroso. Ela não pediu segredo e o garoto não consegue esconder nada de Gancho.
—E você e a Mai? – Alfonso se joga na rede e Gancho sente o solavanco, quase caindo para trás.
—A aposta ainda está rolando, não vou chegar junto. Cara, se ela descobrir…
—Quem contará? – Alfonso se altera. – Ninguém vai contar, Cabeça, eu garanto. Aproveite o luau, as estrelas, a música… esse é o momento.
—Acha isso?
—Um momento perfeito como esse, nunca mais. – Alfonso dá uma geral ao redor, sentindo o clima. – Quando voltarmos para São Paulo, teremos apenas mais duas semanas de aula e game over.
—Eu tô afinzão dela, saca? Nós combinamos em tudo, já percebeu? – Gancho sussurra para que ninguém os ouça.
—Já percebi sim. – Alfonso enforca Gancho, na brincadeira.
—E a Anahí? Investirá nela quando voltarmos para Sampa? – Gancho ajeita o boné e mira o amigo.
—As possibilidades são altas.
—Eu sabia! – Gancho grita e logo abaixa a voz. – Eu sabia, eu sabia!
—Shhhhhhh. Ninguém deve saber sobre isso, está me entendendo? Se a Sophia desconfiar, já era. – Alfonso, um tanto temeroso, olha para os lados, certificando-se de que ninguém os ouve.
—E a aposta Bola versus Sophia? – Gancho impulsiona a rede com um dos pés.–Eu tô preocupadão.
—Veremos no que vai dar. Conforme for, afogaremos o Bola para arrancar dele a história que originou isso tudo.
~~***~~
O romance está no ar.
Talvez seja a praia.
Porventura a lua.
Acaso as estrelas.
Os estudantes estão sentindo a vibração cor-derosa e um aroma apaixonado se espalha entre eles, abraçando-os, incitando-os a ir em frente.
É nesse clima que Nando e Camila estão.
Os dois dançam juntinhos, sobre o tablado de madeira. Camila não sabe sobre a aposta e Nando jurou de morte quem resolvesse abrir o bico.
Os monitores, que não são bestas nem nada, dispuseram um vaso sobre o tablado, repleto de lenços de seda. A garota que quiser tirar um cara para dançar, deverá pegar um dos lenços e colocar no pescoço do dito cujo.
É o que Mai fará nesse exato momento.
—O que está esperando? – Dulce está a ponto de ela mesma tirar Gancho para dançar com Maite. -– Está com medo de quê?
—Não estou com medo! – Maite treme nas bases nesse exato segundo. – É só que… e se ele disser não? Será que eu suportaria ser rejeitada?
—Ah, fala sério! – Anahí revira os olhos. –-Por que ele a rejeitaria? Você é linda, inteligente, divertida e ainda por cima ri de todas as piadas dele. O que mais o Gancho poderia querer?
—Mas, e se…
—Cale a boca. Pegue esse lenço e vá lá agora! – Dulce pesca um lenço lilás de dentro do vaso e entrega para Mai. – Agora, Dona Maite.
—Mas, mas…
—Nunca saberá se não for até lá. E outra, se o Gancho tiver a coragem de rejeitar você, eu quebro a cara dele. – Anahí rosna
—Quebraria a cara dele? Por mim? – o semblante de Maite é de pura admiração. –Jura mesmo?
—Ah, ela quebrará sim. E eu ajudarei. – Dulce aperta os olhos e mostra os dentes.
—Respire fundo e vá até lá. Não deixe que nada a desvie do caminho. Não olhe para trás e nem para os lados. Apenas trace uma linha reta e vá. – Anahí dá as coordenadas, empurrando Mai na direção de Gancho.
Maite vai.
O coração aos pulos.
O estômago retesado.
Os olhos arregalados.
O sangue congelado.
As bochechas queimando.
A respiração entrecortada.
A garganta fechada.
A boca seca.
Os lábios trêmulos.
As mãos frias.
As pernas bambas.
Com o lenço lilás em mãos, Mai atravessa o tablado um tanto cambaleante, mas não se desvia do caminho. Seus olhos estão cravados em Gancho que, no momento, conversa com Alfonso e Hulk.
O cara, recostado num coqueiro, está usando bermuda preta, camiseta branca e um boné surrado da Nike, com a aba para trás. Maite deixa um suspiro apaixonado escapar da garganta.
Alfonso é o primeiro a notar a aproximação de Mai. Dá uma cutucada em Gancho para o amigo se ligar.
—Que foi, man?
—Sabe dançar, Cabeçudo? – Alfonso lança um sorriso debochado no ar.
—Sei. Por quê?
—Oi, gente. – Mai finalmente alcança os garotos. Engole algo que não lhe parece saliva. Está mais para um pedregulho daqueles cortantes. Engasga ao falar, as palavras não saem de sua boca. Percebendo que Maite está em apuros, Alfonso resolve ajudar.
—O Gancho aqui estava doido para dançar com você, não é, Cabeça? – Alfonso o empurra, com o cotovelo.
—Verdade? – Mai pergunta, um tanto tímida, fazendo um círculo na areia com a ponta do chinelo.
Ao notar que Gancho está mais perdido do que cego em tiroteio, mais perdido do que cachorro em dia de mudança e outros ditados populares, Alfonso dá um empurrão no cara:
—Não é, Gancho, meu amigão? – Alfonso morde o lábio e faz um sinal com a cabeça.
Finalmente o cara entende. Caraca, já não era sem tempo.
—É, Mai, eu só não sabia se você… – Gancho se esquece do que iria dizer ao fitar os olhos de Maite. Tomando coragem e algo mais, o garoto declara solenemente: –- Mai, o negócio é o seguinte, eu adoraria dançar com você. Me daria essa honra? – e o cara, com todo o seu charme, ajoelha-se aos pés de Maite lhe estendendo a mão.
—Eu adoraria. – Mai, delicadamente, coloca sua mão sobre a dele. Quando o pirata se levanta, com um sorriso que Alfonso nunca havia visto antes, Maite passa o lenço lilás em volta do pescoço do garoto, puxando-o como um cachorrinho para a pista de dança.
Ah, o amor!
~~***~~
Anahí e Dulce acompanham à distância, enquanto Maite puxa Gancho para o meio do tablado. Ela está tão feliz que a alegria reverbera ao seu redor. Uma aura cor-de-rosa envolve aqueles dois de maneira sublime.
As amigas veem quando Gancho se aproxima de Maii, passando uma mão em volta de sua cintura. A outra mão está no ar, apenas aguardando que Maite a pegue.
Ela pega. E então, ele a puxa para si e os corpos finalmente se tocam.
Anahí olha para Dulce. Dulce olha para Anahí. As garotas não se contém e começam a rir, sem conseguir parar. Conhecem esses ataques de riso? Daqueles que nos arrancam lágrimas? Pois é exatamente isso o que acontece.
Quando o ataque passa, após várias tentativas para ficarem sérias, Dulce tomba a cabeça de lado e fixa seu olhar em Anahí. Vem bomba por aí.
—E você? O que ainda está fazendo aqui?
—Não farei isso. – Anahí sabe do que a amiga está falando.-– Não vou tirar o Poncho para dançar.
—Por que não?
—A aposta! –Anahí estreita os olhos, com uma expressão do tipo "alô?".-– Acha que vou dar esse gostinho para esses moleques?
—Ah, Anny, esqueça isso. Vá lá, tire o cara para dançar. Entre uma dança e outra, ele pode finalmente revelar o porquê de ter aceitado a aposta. -0– Dulce puxa um lenço azul de dentro do vaso e estende para Anahí. -– Eu desafio você.
A ficha de Anahí cai, como um soco no estômago. Assim como Alfonso, ela também odeia ser desafiada. Não consegue se esquivar, é mais forte do que ela. Como podem ser tão iguais?
—Está jogando sujo. – Anahí olha para os chinelos verdes.
—Claro que estou. Sei que não suporta ser desafiada. Eu conheço você, Anahí Portilla, ainda que há pouco tempo. –Dulce bate um dos pés no chão, num ritmo constante. – Sei que quer isso, eu vejo nos seus olhos.
—Está tão na cara assim?
—Desculpe, mas está. Você não consegue mais esconder.
—E se tudo for mentira? E se o Poncho estiver jogando? Como vou saber? – finalmente Anahí dá voz as suas dúvidas.
—Os olhos não mentem, Anny. – Dulce passa o lenço em volta do pescoço da amiga. – O Poncho está olhando para cá nesse exato momento. Aliás, ele está sempre olhando para você, desde que chegamos à ilha. Você mexe com ele, é visível. Só não vê quem não quer.
—Estou com medo. – Anahí jamais afirmou isso em voz alta. Medo é uma palavra que não faz parte do seu vocabulário. Bem, não fazia parte até agora.
—Eu sei que está. Esse jogo de sedução bagunçou tudo, não foi? Essa confusão sentimental na qual está é resultado disso. Encare de frente o Poncho, enfrente seu medo.– Dulce sonda os olhos de Anahí, segurando-a pelos ombros. – Proteger-se para sempre não é a solução. O sofrimento existe, mas o amor também existe. Você precisa arriscar.
—Uau, você foi profunda agora.
—Vá lá e deixe acontecer. O que tiver que ser, será.
-------------------------------
Nyb: Mamuskaaaaaaaaaaaaaa leia *-*
Jeanne_portilla: Tmb acho q ele devia falar pra ela :/ Sim ela e o bola tão merecendo uns tapas u.u
Autor(a): Nana
Este autor(a) escreve mais 10 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Pensativa. Na beira do mar, Anahí segura o lenço azul entre as mãos. Ele se agita suavemente, dançando com a brisa que vem do oceano. Seus pés estão cravados na areia enquanto observa, atenta, as pequenas ondas se formarem. A água chega, tocando seus pés e recua, para voltar logo a seguir. Está pesando sobre o ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 164
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
carlaroqueaya Postado em 29/05/2015 - 20:11:47
-
camile_ponny Postado em 31/10/2014 - 21:22:07
Perfeita! Amei! Já to na segunda! E eu sei fiquei atrasada aqui mas recuperei ( bem atrasada,mas recuperei kk) parabéns fic perfeita! :D <3
-
franmarmentini Postado em 09/10/2014 - 16:01:53
to chorrando rios aki lendo o poncho falando com os pais :)
-
franmarmentini Postado em 09/10/2014 - 15:34:09
:)
-
fersantos08 Postado em 09/10/2014 - 11:27:38
Que lindo!! Posta maaaaaais, Continua *-*
-
nandacolucci Postado em 07/10/2014 - 08:46:46
continuaaaa ,3
-
thaynafrancine Postado em 07/10/2014 - 02:07:04
Ai que lindo :')
-
talitabnasc Postado em 06/10/2014 - 20:15:24
Own Poncho cada vez mais fofo, essa conversa com os pais, inundou meu coração....muito lindinho
-
fersantos08 Postado em 06/10/2014 - 10:10:43
Posta maaaaais, posta maissss amando
-
thaynafrancine Postado em 04/10/2014 - 17:36:40
Ebaaaaaa Segunda Temporada 😄