Fanfic:  A Aposta - O jogo de sedução está prestes a começar. Adaptada | Tema: AyA

Quando sai da enfermaria, Anahí mantém uma postura ereta, a cabeça erguida e um ar despreocupado. Conforme vai passando pelo corredor de risadinhas, piadinhas e olhares ameaçadores, os ombros de Anahí vão despencando, assim como sua cabeça, que agora está tombada para baixo. Não pensou que seria tão difícil enfrentar aquele bando de fuxiqueiros.

Antes que seus joelhos fraquejem e ela caia mortinha frente àqueles olhares maldosos, Anahí é salva por Camila e Mai, que a levam mais do que depressa para a diretoria.

~~***~~

O diretor gira o DVD em mãos. Tira os óculos, jogando-os sobre uma pilha de pastas muito bem dispostas sobre a mesa de mogno.

Levanta-se da cadeira e trinca os dentes ao observar o outdoor em frente ao colégio.

— Já liguei para a empresa responsável. Essa barbaridade será retirada ainda hoje. –ele faz uma pausa. – E quanto aos DVDs, revistaremos todos os alunos. Infelizmente de nada adiantará, o vídeo já caiu no Youtube. – outra pausa, dessa vez preocupada. – Seu pai precisará entrar com uma ação para tirar o vídeo do ar, Anahí.

— Não queria envolver meus pais nisso. – a voz de Anahí é só um fio fraco, prestes a se partir. – Mas meu irmão contará o que está acontecendo, não conseguirei esconder o fato.

— Você deveria ir para casa. – Mai alisa o braço da amiga. – Ficar aqui só vai piorar a sua situação.

— Não quero fugir.

— Não serão dias fáceis para você. Mas compreendo o seu lado, entendo o que quer provar. – o diretor alinha quatro vasos de plantas no parapeito da janela, de modo que fiquem simétricos. – Falei com sua mãe hoje cedo. Fique tranquila, não contei nada sobre o outdoor. – ele se apressa em dizer. – Sua mãe me contou sobre a possibilidade de você estudar fora do país. Seria muito bom, Anahí.

Crescimento pessoal, cultural e emocional são sempre bem-vindos. Todas as pessoas deveriam fazer isso algum dia. – o diretor se senta novamente, ajeitando agora o polvo e os cachorros de cerâmica sobre a mesa.

— Ainda não me decidi sobre isso, mas estou pensando. – Não. Anahí não está pensando sobre a viagem. A única coisa que não lhe sai da cabeça tem nome e sobrenome: Alfonso Herrera.

— Pense bem, uma oportunidade como essas pode não aparecer nunca mais. – o diretor recoloca os óculos e faz uma pausa com ar pensativo. – Anahí, qualquer outro problema que tiver aqui dentro dos muros do colégio, por favor, me comunique.

— Certo, obrigada.

~~***~~

Rumo à sala vinte e dois, Camila pergunta sobre a viagem. Anahí pede discrição total e absoluta antes de contar. A amiga assente e escuta o relato de Anahí sobre a possibilidade de estudar em Paris por alguns meses. Uau, até eu queria uma oportunidade dessas!

O sinal já soou e os corredores estão vazios. Quando Anahí e as garotas chegam ao segundo andar, uma nova surpresa se abate sobre as três.

Não, não são cartazes colados às paredes.

A surpresa vem das caixas de som espalhadas pela escola. O sistema de áudio do colégio é daqueles megamodernos, digitais e computadorizados. Alguém deve tê-lo invadido para reproduzir o que apenas os surdos não podem ouvir.

As vozes que saem dos auto falantes são as de Sophia e Alfonso. Na íntegra, o diálogo – que nós sabemos não ter ocorrido – desenrola da seguinte forma:

Alfonso:

— O que quer que eu faça? (a voz de Alfonso foi gravada pelo celular da Kibi, no dia em que Sophia chantageou o garoto pela primeira vez).

Kibi Mor filha da mãe:

— Leve a Anahí para o Centro de Arborismo. Deixe a vagaba fazer o que quiser com você. Filmarei tudinho e finalmente terei a minha vingança. Feito isso, prometo não mostrar o vídeo do acidente para o seu velho. (a Kibi gravou essa parte no mesmo lugar, com o mesmo celular, no fim de semana pós-viagem).

Alfonso:

— É só isso o que quer? (essa parte foi gravada na balsa, também com o celular da Kibi. O material foi editado por Bola, os ruídos de fundo foram retirados e mixados).

Kibi Mor dos diabos:

— Sim, é só isso.

~~***~~

Os joelhos de Anahí não conseguem mais sustentar a pressão. A garota cai, prostrada, vencida, arrasada, espezinhada, humilhada.

Então o que Sophia disse na ilha era verdade? Ela realmente havia mandado Alfonso fazer o serviço sujo e o filho da mãe aceitou?

— Anny, eu não acredito que o Poncho tenha feito isso. Cara, isso está me cheirando a montagem! – Mai despenca ao lado de Anahí, abraçando-a.

— Também não acho que o Poncho faria algo assim, Anny. Ele está apaixonado por você, está tão na cara! – Camila, apesar de estar em dúvida sobre a veracidade do diálogo, não colocaria sua mão no fogo por Alfonso. Mas ela não pode deixar isso transparecer. Não pode deixar Anahí pior do que já está.

— Como eu sou burra! – Anahí deságua no ombro de Mai. O choro vem recheado de soluços, arrebentando qualquer esperança que Anahí ainda mantivesse com relação a Alfonso.

— Não, Anny. Isso é armação. – Mai tenta apaziguar, sem sucesso.

— Anny? – Alfonso chama do final do corredor. -- Não pode acreditar nisso, é mentira! Eu não sabia de nada! – Alfonso vai se aproximando com Gancho logo atrás.

— Poncho, não se aproxime. – Camila toma a frente.

— É mentira, Anny. O Poncho nunca aceitaria algo assim, pelo amor de Deus! – Gancho fala por cima do ombro de Camila.

— Eu quero ir para casa. – Anahí murmura para Mai. – Me leve daqui, por favor.

— Venha, eu ajudo você.

— Não pode acreditar nisso, por favor. –Alfonso está com a camiseta do Prisma encharcada de sangue. Um tremendo olho roxo se destaca naquele rosto de traços sensuais.

— Não se aproxime! – Anahí ruge quando Alfonso faz menção em tocá-la. – Nunca mais se aproxime de mim, está entendendo?

— Não faça isso comigo. – Alfonso leva as duas mãos aos cabelos cacheados. Lágrimas irrompem de seus olhos cor verde oliva. As rajadas douradas ficam opacas e sem vida ao acompanharem Anahí e Mai tomando o rumo da escada central. O que ele deve fazer?

Nem preciso dizer que, nesse momento, as portas das salas se abrem e uma aglomeração começa a se formar, não é?

Quando Alfonso respira fundo e toma coragem para ir atrás de Anahí, Gancho e Camila bloqueiam a passagem do cara.

— Deixe a Anny em paz, Poncho. – Camila é enfática.

— Não é a hora, man. – Gancho segura o braço do amigo.

— Aliás, acho que essa hora nunca vai chegar. Não depois do que acabamos de ouvir. – Camila cruza os braços frente ao corpo.

— É mentira. A Kibi montou esse diálogo, eles nunca tiveram essa conversa. – Gancho defende Alfonso.

— Como sabe? Nasceu grudado no seu amigo, Gancho? Como pode afirmar que essa conversa nunca existiu? – Camila ataca.

— Ele nunca faria algo assim. E outra: Se o Poncho realmente tivesse feito um pacto com a Sophia, ele estaria livre da chantagem, certo? – Gancho faz uma pausa. – Então como você explica o pai do cara ter recebido os vídeos do acidente?

— A Sophia resolveu ferrar com ele de qualquer maneira, oras! – Camila retruca. –Isso não prova nada.

Com um olhar glacial, Alfonso encara uma das caixas de som do Prisma. Respira fundo e as lágrimas cessam:

— Temos que conseguir essa gravação. Só com isso em mãos conseguirei provar a minha inocência.

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Thaynafrancine: Calminha postando.. :3

Nandacolucci: Continuando :3

Mila :3