Fanfic:  A Aposta - O jogo de sedução está prestes a começar. Adaptada | Tema: AyA

Quatro da tarde.

Check-in feito.

Momento da despedida.

Anahí segura as lágrimas do jeito que dá.

Uma ou outra teima em cair e ela as enxuga rapidamente. Já abraçou Mai e Dulce umas quinhentas vezes e parece não ser o suficiente.

Ucker, que não é de se emocionar facilmente, está com os olhos marejados e a garganta seca. Ele se aproxima de Anahí e começa a dizer:

— Eu amo você. Sabe disso, não é?

— É claro que sei. – Anahí dá um soquinho de leve no estômago do irmão.

— Não arrume confusões por lá. Fique longe de caras que usem cuecas, tá bom?

— Pode deixar, Ucker.

Os olhos de Anahí percorrem o saguão do aeroporto, desesperados por uma miragem, uma aparição do além. Para sua completa surpresa, Alfonso e Gancho estão bem próximos, recostados numa pilastra.

Alfonso está particularmente lindo hoje, vestindo calça branca, camiseta cinza e uma camisa xadrez por cima. É impressionante, mas toda a mulher que passa por ele, até mesmo garotinhas, giram o pescoço de forma sobrenatural para admirá-lo. Alfonso possui esse poder, essa aura expandida que atrai a atenção sem precisar de qualquer esforço.

— O que esse palhaço está fazendo aqui? – Ucker brada, irritadiço.

— Por que não vai até lá se despedir? – a mãe de Anahí sugere.

— O quê? Pirou, mãe? – Ucker mostra os dentes, doido por uma confusão.

— Concordo com sua mãe. Vá até lá. – o pai de Anahí não é o máximo?

Debaixo das vociferações de Ucker, Anahí busca os olhares de Maite e Dulce. Ambas meneiam a cabeça, em concordância.

Anahí respira fundo e toma coragem.

Não conseguirá simplesmente ignorar a presença dele e partir. Coloca-se a caminho, mirando as próprias mãos que agora tremem sem controle. Anahí sente como se tivesse sido atirada de um avião, sem para-quedas.

Gancho os deixa a sós quando Anahí alcança o seu destino.

— Ainda não consegui as provas. – Alfonso leva as mãos aos bolsos da calça, fitando o chão.

— As meninas disseram que você está se esforçando muito para isso. – Anahí suspira tristemente. – Poncho, não foi só a gravação, é o todo, você entende?

— Começou tudo errado, eu concordo com você. Mas precisa terminar errado?

Anahí não consegue se segurar. Suas mãos rasgam o ar, tocando o rosto de Alfonso, alisando a barba dourada por fazer. Ele fecha os olhos, sentindo a troca de energia entre eles.

Numa ânsia insuportável, as mãos de Alfonso saem dos bolsos, envolvendo a cintura dela, puxando-a para si. Num sussurro embargado, ele declara:

— Eu amo você e esperarei para sempre se for preciso.

— Não faça isso. – Anahí fecha os olhos, afundando o rosto no peito dele.

— Diga que tenho uma chance.

— Não posso dizer uma coisa dessas. – ela abre os olhos e o encara. – Não posso lhe dar falsas esperanças.

— Anny, o que eu preciso fazer? Me diga e eu farei. – Alfonso implora, os olhos úmidos.

— Não há nada a ser feito, desculpe.

Nos autofalantes do aeroporto, a chamada para o embarque tem início. Anahí sente um nó se formar na garganta, assim como Alfonso.

Ele quer beijá-la, prendê-la, sequestrá-la.

Uma urgência toma conta do cara e, mesmo com os pais e o irmão de Anahí por perto, não consegue se segurar. Os lábios se encontram em desespero. Alfonso escuta quando Ucker vocifera um palavrão, mas não se retrai. Anahí se agarra a ele, sem saber se conseguirá soltá-lo, deixá-lo para trás. Mas ela precisa muito se afastar.

E por incrível que pareça, ela consegue.

Ambos arfam, sem ar. Olhos nos olhos. Eles se encaram por um curto período, até que a voz nos autofalantes retorna relembrando sobre o embarque.

— Eu tenho que ir. – Anahí chacoalha a cabeça e se põe a andar antes que desista de vez da viagem. Ao passar por Gancho, se despede do cara. – Cuide bem dele, tá bom?

— Eu não tenho esse poder, Anny. – Gancho a puxa para um abraço. – Boa viagem.

Anahí se despede de todos uma última vez, antes de pegar sua coisas e finalmente entrar na área do embarque internacional. Já estava preparada para ser repreendida pelos pais ou pelo irmão. Contrariando todas as expectativas, nenhum deles se pronuncia com relação ao beijo. Talvez tenham entendido que as coisas são mais complicadas do que aparentam ser.

Anahí não queria, mas olha para trás quando o funcionário do aeroporto lhe devolve a passagem e o passaporte. A imagem é terrível e a garota fraqueja.

Alfonso chora compulsivamente e está sendo amparado por Gancho e Maite. A cena faz o coração de Anahí se estraçalhar dentro do peito.

Não. Ela não desistirá da viagem.

Mudar de ares vai lhe fazer bem e ela precisa muito pensar. Engolindo suas vontades, sufocando todos os sentimentos, abafando a voz interna que grita para que ela fique, Anahí junta os cacos e caminha mais do que apressada para bem longe dali.

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Essa cena partiu meu coração :/

Thaynafrancine: Ela foi :/

Nandacolucci: Continuando :/

Mila :3