Fanfics Brasil - Carne Fresca A Prisão de Samael

Fanfic: A Prisão de Samael | Tema: Original


Capítulo: Carne Fresca

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Prólogo:


Meus psiquiatras me pediram com uma insistência insuportável para que um dia eu fizesse isso, acham eles que poderia ajudar no entendimento de mim mesmo.Dois obstáculos foram rompidos pelo que aconteceu em Arcania: Minha falta de “fé” em minha “recuperação”, e o fato deu não dar a mínima.


Este lugar transforma a gente, nossas esperanças, nossos sonhos, tudo é destruído pelo tempo, quando se passa mais de 3 anos em um quarto do tamanho de ovo, tendo a companhia de um paranoico assassino e ocasionalmente a de outros psicóticos, você sabe que nada vai mudar, que não vale a pena ter esperança por algo que não existe.Depois de perceber isso, toda a sua visão sobre o tratamento muda.De primeira, os psiquiatras te fazem acreditar que estão ali para te curar, realmente te ajudar, mas depois...Com uma visão nova, suas percepções também são totalmente alteradas.Aqueles que tolamente julgou como amigos, não passam de pessoas pagas para te fazer acreditar em algo que eles fizeram você engolir.Essas “pessoas” não te oferecem uma mudança, e sim conforto, um conforto que ao meu ver, se parece muita com fumaça: quando ela passa, nenhum vestígio sobra.


Que tipo de pessoas fazem isso?Te tratam como um animal perigoso, te mantém dentro de uma jaula até que a velhice finalmente te leva.Isso sim é desumano, ao invés do que todos nós fizemos para merecer esse futuro.


Mas...Acho que já falei demais.Se eu for começar isto, deveria ser do começo certo?Não, eu não gosto de falar sobre isso, o meu passado atrai ele, e 3 anos sem uma das suas “visitas” é algo que pretendo prolongar.Então iniciarei esta porcaria com uma parte interessante, quando ela chegou.


PS: Não fique assustado com a minha narrativa caro leitor, assim como eu disse isto antes, este lugar apodrece as pessoas, e com certeza eu não fui uma exceção.


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


                                                         Para Gabi


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


 


Capítulo 1: Carne Nova.


Não que eu não estivesse fazendo nada, muito pelo contrário, acho que encarar o teto da sua cela longamente é um exercício revigorante.A combinação de um branco com marrom-claro não era algo interessante de se olhar, mas se você fizesse um esforço o tempo acabava passando mais rápido.Mas caso outros fatores também estivessem na mistura a técnica acabava não funcionando muito bem, e acho que um mau humor e uma dor de cabeça insistente acabavam estragando toda a coisa.Eu sentia raiva, mas não sabia de quem.Certamente não era dele, esse estágio já havia passado á muito, sentir raiva de si mesmo é um grande desperdício, com tantas coisas para atirar seu ódio pra quê jogar em você mesmo, se ele apenas volta?


Então eu sentia raiva, mas não um alvo, fazendo com que ela só crescesse até estourar.Mas falando nisso, muita gente merecia meu ódio, se fossem citados meu tempo passaria e eu não conseguiria terminar isto a tempo.


Após um tempo, uma outra sensação me veio, uma dor dos infernos que virou um grande incômodo.Eu estava faminto.Dês de que estive em Arcania tentei várias formas de suicídio: Sufoquei a mim mesmo com o travesseiro, mas meu grosseiro companheiro de quarto me impediu abruptamente de completar a tarefa, lembro-me dele dizendo que não era para que eu deixasse que esse lugar me quebrasse, o triste é que Arcania já o tinha feito, mas era só metade do caminho, a outra estava sob minha conta.Já tentei morder a língua até que perdesse sangue suficiente, mas os vigias logo viram pela câmera da minha cela, e me interromperam.O que mais...Sim, já tentei cortar minha garganta com o garfo do refeitório, mas os filhos da puta que comandam esse lugar foram mais espertos, de alguma forma os talheres desse lugar não são o bastante para cortar a pele de uma pessoa, mas a ótima comida daqui nunca foi problema.A ultima tentativa foi parar totalmente de beber e comer, mas eles também notaram, então os gentis guardas desse manicômio fizeram com que os nutrientes e vitaminas descessem de uma forma ou de outra.Depois disso desisti.


O dia está lindo.Pensei, não importava para mim se fosse uma chuva infernal, ainda era um dia bonito.Quando coisas simples são tomadas de você, é natural que a falta dela venha depois.Mas não comigo, foi apenas um devaneio para gerar um pensamento.Se eu ainda fosse um novato tomaria um susto, mas quando o ridículo alarme tocou não mexi um músculo.Ouvi os passos lá fora, mas não tinha a menor atenção de segui-las.Mas então alguém entrou na minha cela, quando o olhei não fiquei nem um pouco surpreso.Ele me ficou me encarando por uns instantes e depois disse:


-Não vai comer?


-Não estou com fome-Só para deixar claro, aquilo não era uma nova tentativa de suicídio, apenas minha habitual falta de interesse por tudo.


Bill agarrou meu pé e o puxou para a porta, quando me derrubou da cama e me largou eu disse:


-Ei!O que você tem hoje?-Antes que ele falasse eu o interrompi-, não quero comer a comida deles hoje, amanhã eu vou.


Ele se virou para a porta, deu uma espiada e depois voltou.


-Hoje vai ser interessante Sam, tem alguém novo.-O sorriso branco daquele bastardo era o único raio de sol que eu tinha direito.-, não quer ver como vão ser as boas vindas?


Era um espetáculo e tanto, ver como os novatos reagiam com a intimidação dos outros loucos.Geralmente acabava em briga, e quando os guardas não paravam a confusão a tempo, tinha sangue.Eu adorava esse show, assistir a dor e o sofrimento dos outros me causava tranquilidade.Me levantei e caminhei junto com Bill pelo corredor que dava no refeitório, minha curiosidade era grande demais para conter a pergunta:


-Homem ou mulher?


Isso fazia uma grande diferença, se o sujeito fosse homem, os assassinos iam pra cima dele com o intuito de tirar-lhe um pedaço.Eu conhecia um psicopata em Arcania, Bruce, cara legal, sua coleção era super interessante, ele me mostrou uma vez; na sua cela, pedaços dos novatos ficavam pregados na parede, geralmente eram unhas, fios de cabelo, um pedaço de pele, mas certas peças da sua coleção eram especiais, uma orelha, um glóbulo ocular, um dedo.Como eu disse, um cara gente fina.


Mas se fosse mulher, era muito melhor.Os estupradores de Arcania faziam de tudo para fazer a coisa deles com ela.Não que eles conseguissem, os guardas nunca deixavam.Mas com certeza era algo traumático para as senhoras.Era minha atração predileta.


Ao invés de responder ele abriu as portas do refeitório e disse:


-Espero que goste.


De primeira, não gostei muito do que tinha na minha frente.Os outros malucos estavam todos juntos olhando para algo que estava no meio deles.De relance reconheci alguns, o Velho Pete, que dizia estar em Arcania a mais de 20 anos, o que era um feito, já que de 5 em 5 anos o maluco em questão recebe um tratamento de choque.Fachada, só para dizer que os “profissionais” que trabalhavam lá faziam alguma coisa, mas um fato era inegável, poucos sobreviviam a ele.E por ter passado quatro vezes por aquela coisa, já tornava o Pete em um tipo de herói.Eu vi o Wade Dentada, um canibal que devorou sete inocentes até ser pego, nas barras da sua cela, era possível notar que estavam meio gastas, meio mordias, me lembro de perguntar isso uma vez para o cara, ele simplesmente disse que precisava morder algo que fosse parecido com um osso.A Senhora também estava la, uma mulher desprezível que castrava todos os homens que lhe faltavam respeito, então todos nós a chamávamos assim para não haver perigo.Muitos outros dos meus amigos estavam lá, mas estes foram os primeiros que reconheci.


Com toda a educação possível, eu passei pelos malucos até onde estava acontecendo.Em Arcania se fazia inimigos apenas por espirrar perto de um dos malucos.Um espaço grande tinha sido liberado pelos loucos até a outra extremidade do refeitório, assim como os doidos do meu lado, os de lá estavam olhando para o show com uma atenção que os fazia ficar hipnotizados, assim como eu, eles não queriam perder nenhum detalhe.


Mas o show não me agradou nem um pouco.O pior psicopata do lugar estava sorrindo para uma garota, provavelmente a novata da vez.Ela não deveria ter mais de 17 anos, era um tanto quanto magricela, seu cabelo preto cortado curto tinha algumas mechas vermelhas, as poucas sardas do seu rosto não me chamaram muito a atenção, e sim os seus olhos, tão verdes e bonitos que pareciam enxergar minha alma.Com certeza era um péssimo dia para ela, ter criado interesse no Mamute definitivamente não era uma boa coisa.O cara era uma mistura formidável de coisas que você nunca deveria ser: Um assassino impiedoso que gostava de arrancar os membros dos outros com suas mãos de gigante, um estuprador psicótico que esmagava a cabeça dos homens e mulheres que estuprou.O que mais?Sim!Como poderia me esquecer que esse monstro, além de ter mais de 2m era também um canibal muito pior que o Wade Dentadas, o Mamute disse uma vez ter parado um ônibus escolar e ter devorado todas as crianças dentro dele.Era sem dúvida o pior de todos.


Ele estava sorrindo para a garota enquanto caminhava lenta e dramaticamente em sua direção.


-SE AFASTE!-Se ela queria soar ameaçadora, foi um fracasso.A voz dela apenas transparecia o medo pelo qual estava passando.


O Mamute a encurralou na parede, segurou suas mãos e cheirou longamente o pescoço dela.Quando pareceu gostar do que sentiu, a jogou longe, como se fosse uma boneca.A garota caiu no chão com um estrondo, lágrimas já desciam seu rosto, e ela aparentava estar tão assustada que nem conseguia falar direito.


Algo estranhou me passou pela cabeça.Até agora os guardas não interferiram.Quando olhei mais para o alto, para a passarela que se erguia a uns 5 metros do chão uma preocupação genuína começou a se alastrar por mim.Não havia ninguém ali, os guardas sumiram.Os cachorros estavam soltos no canil.O que isso significa?


Mas parece que os únicos a notar foram eu e o Mamute.Percebi isso quando o monstro viu que estava livre para fazer o que quisesse, e pelo tempo que trancaram ele, sua cabeça deveria estar cheia de ideias novas.Eu não podia, simplesmente não ficar assistindo ele fazer mal à garota.Uma atitude que me deixou pasmo comigo mesmo.Depois de todos os segundos que eu aguentei ficar parado andei até ficar de frente com a criatura.


Eu senti o braço de alguém segurando a minha manda, provavelmente Bill me impedindo de fazer algo estúpido, mas me livrei.


Se o mamute ficou surpreso por eu estar bloqueando seu caminho, ele não expressou.Apenas disse na sua voz gutural:


-Saia do caminho Sam, o seu dia não é hoje.


Esqueci de mencionar, mas o Mamute dizia saber o dia da morte de todo mundo, e isto era a coisa mais sagrada para ele.Então se a hora da pessoa não tivesse chegado, ele não faria um arranhão a ela.


Eu sentia todos os olhos em mim, coisa que detesto.


-Prorrogue o tempo desta daqui.-Apontei para a garota sem olhar para ela.


Agora ele parecia surpreso.


-HÁ!Eu não vou matar esta pombinha-Ele a olhou de uma forma que não gostei nem um pouco.Quando me empurrou pareceu não ter feito esforço algum-,só quero matar a saudade.


Eu o segurei pela gola do seu casaco.Por um instante achei que me arrastaria, mas quando parou e lançou um olhar assustador tive certeza de ter engolindo um cubo de gelo.O Mamute me agarrou pelo pescoço e me ergueu.


-Eu posso te quebrar alguns ossos, você não vai morrer até o seu dia-Ele me mostrou seus dentes em forma de lápide-,Mas não vai viver bem até lá.


Quando sua mão começou a se apertar em volta do meu pescoço, e senti minha cabeça ficando mais vermelha.Os cantos da minha visão começaram a escurecer, senti meus pés e mãos dormentes.Mas antes de desmaiar e dar a chance para que aquele maluco me quebrasse, senti novamente o chão sob meus pés.


Bill estava parado ao lado do Mamute,com a mão pousada no seu ombro começou a dizer:


-Vamos Mamute, deixe esses dois.Não valem a pena por uma solitária-Quando meu companheiro de cela viu que não estava fazendo progresso, soltou sua carta na manda-,Você ainda me deve.


Isso sempre funcionava.Quando Bill queria que o Mamute fizesse algo por ele e não havia colaboração, essas palavras mágicas sempre o faziam mudar de ideia.Ainda me segurando, ele encarou Bill por vários minutos, parecia que todos que estavam presentes prendiam a respiração, até eu que mau podia.


Rosnando igual a um urso, ele me largou e foi caminhando pesado até a saída com passos pesados que quase faziam o chão tremer.


-Perdi o apetite.-Todos davam passagem para ele, parecia até que era portador de uma doença terrível.Ele se virou para a garota, com um sorriso que me assustou profundamente-,por agora.


Quando ele finalmente sumiu, desabei ofegante.Estava difícil de respirar, parecia que a mão do monstro tinha me amassado.Todos conversavam alto, e Bill parecia gritar comigo, mas não prestei atenção a nenhum deles.


-Eu...Humm, queria te agradecer...


Era a garota, ela havia enxugado as lágrimas e seus olhos esperavam uma resposta minha.Eu me levantei e disse:


-Vá a merda.


 



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Autor(a): holden

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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