Fanfic: Despedida de Solteira - Vondy

Estavam sentados aoredor de uma mesa maior, jantando e conversando animadamente. Juntei-mea eles, percebendo que estava faminto. Enchi o meu prato e mandeiver.

– E aí, Christopher? A noivinha continua virgem? – perguntou Ponchoenquanto enfiava a comida goela abaixo.

Droga, Poncho!

– Tá brincando! Dulce é virgem? – perguntou João.

– É sério? – Marcelo largou o copo de Coca-Cola ao lado do prato. –Conta essa história direito!

– Ela não é – decidi falar logo de uma vez.

– Não é ou não é mais? – completou Christian, gargalhando.

Oscaras o acompanharam, mas eu permaneci sério.

– Não é, tinha entendido errado.

– Que pena! – falou Poncho. – Mas, finalmente, rolou ou não?

– Não.

Minha vida é sexo, afinal, é o meu trabalho, o ar que respiro todosos dias. Sexo, sexo, sexo... Sexo pra lá e pra cá. Falar sobre isso nunca medeixou envergonhado. É tão natural! Embora não goste de sair contandovantagem ou de expor a intimidade de alguma cliente, nunca me sentiestranho como naquele momento. Queria que mudassem de assunto.Estava prestes a pedir que fizessem isso, na verdade. Ia dar uma de chato,mas não me importava.

Tudo, menos ouvir um bando de homem falandosobre Dulce como se ela fosse... Sei lá, alguma coisa que não era.Graças aos céus Eddy apareceu do nada, trajando seu próprioterno, e me salvou.

– É hoje! – disse, animado.

– Estamos fazendo uma aposta, Eddy – comentou Poncho, piscandoum olho. – Eu aposto que você não vai conseguir nada com a Zô.

Todos riram, até eu. Claro que aquela aposta não existia, Edu estavaapenas zoando com o Fernando e sua paixãozinha.

– Ninguém a meu favor? – ele perguntou, fingindo indignação.

– Você vai conseguir – falei, só para ser agradável.

A verdade eraque não me importava nem um pouco se ele conseguiria ou não. Estavamais preocupado com minhas próprias conquistas, que até aquelemomento foram mínimas.

– Acho que o único que não vai conseguir é o Christian – comentouJoão.

– Verdade – completou o Poncho.

– Ih, já desisti – disse Christian. – Maite é uma mulher casada ebem amada. Acreditem, elas existem! – Todos riram.

– Menos mal, agora já posso manter a esperança de um futurocasamento – falou Marcelo.

– Casamento? Você quer se casar um dia? – perguntei, meioadmirado. O comentário dele realmente havia me chamado atenção. Achoque chamou a dos rapazes também, pois todos olharam para ele.

– Claro que sim. Não quero terminar sozinho. Vai dizer queninguém aqui pensa nisso?

– Quero nem pensar – disse Eddy.

– Já pensei, mas desisti – admitiu Poncho. – Mulheres são complicadasdemais. Só servem para nos satisfazer e pronto. Algumas são beminteligentes, legais para conversar. Mas, quando se fala emrelacionamento, são todas iguais... A maior cilada. Não tem uma que sesalve, sei disso por experiência.

– Será que sou o único? – questionou Marcelo, revirando os olhos.

– Penso em ter uma namorada legal, não em me casar – confessou Christian. – Isso aí já é demais. Quem em sã consciência teria algo maissério conosco sabendo o que fazemos, mesmo se deixarmos de fazer? Nossas vidas serão marcadas para sempre por termos sido garotos deprograma.