Fanfic: Solteiro Sob Medida (vondy)

 Passavam-se das 18hrs da tarde e Christopher via Mônica, sua secretária, sair pela sala com a última pilha de contratos que ocupavam a sua mesa. Christopher havia assinado cada um daqueles papeis e agora sentia seu pulso direito latejar um pouco. A maldita tendinite voltando.

 Andou até a sacada e observou o sol se pondo levando consigo um dia quente de agosto. Ele passou alguns minutos apenas observando aquilo, estava tão distraído que nem ao menos percebeu Mônica entrar.

- Sr... –ela começou e logo Christopher se virou para ela com um pequeno sorriso cansado-

- Não me diga que tenho que assinar mais coisas. –resmungou a ele-

- Por hoje não... –sorriu a secretária que tinha os cabelos loiros-

- Então veio me avisar que já vai embora? –sugeriu-

- Vim entregar isso.

 A mulher estendeu um pequeno papel dobrado no meio apenas uma vez. Christopher andou até ela e pegou o mesmo com uma expressão curiosa.

- O que é Mon? –perguntou chamando a secretária de tanto tempo pelo apelido que havia criado-

- Não sei Sr. –respondeu- Não sou enxerida. –brincou-

- Sei sei... –respondeu ele no mesmo tom sorrindo- Pode ir Mon.

- Até amanhã Sr.

 Mônica se virou e saiu depois de sorrir ao chefe que ficou sozinho e logo abriu o papel onde leu:

...transfira um milhão de dólares para uma conta bancária clandestina no exterior... ou as indiscrições de seu passado serão expostas...

 Ele revirou os olhos e após transformar o pedaço de papel em uma bolinha que jogou dentro da lata de lixo mais próxima. Não sentia raiva ou preocupação, apenas um desejo de voltar ao trabalho. Ameaças não lhe eram estranhas... por e-mail, por correspondência ou por outras formas. Christopher as recebera de seu pai, de empregados demitidos recentemente do império de meios de comunicação de sua família, a AMS, que tinham ficado furiosos. E de mulheres, ex-amantes que haviam se recusado a aceitar o fim de um relacionamento.

- Tolas! –ele bufou se jogando em sua cadeira-

As ameaças eram irritantes, sim, Mas impactantes? Não. Isso de forma alguma. Nada, de forma alguma mudaria quem ela era.

— Sr. Uckermann.  Já estou saindo, quer que espere?

 A porta de Christopher estava aberta como sempre ficara. Tinha sim, algumas coisas a esconder, no entanto não por ali, não agora. Mônica tinha a insistente mania de dizer que a porta aberta era um convite para que as pessoas a vissem como um livro aberto.

 No entanto aquela porta aberta mais parecia um convite para pessoas insuportavelmente chatas que queriam de alguma forma se envolver com ele. Sim, quase todo o tempo uma mulher mais descarada aparecia querendo algo mais. Ele já estava de “saco cheio”. Agora, uma mulher ruiva natural de cabelos enrolados o olhava com a mão na maçaneta e um sorriso um tanto sedutor.

- Não. Obrigada. –respondeu apenas- Pode ir. –falou focalizando os olhos no computador e logo digitando algo-

- Sim, senhor. –ela lhe direcionou um sorriso, agora mais profissional e saiu-.

 Christopher continuou digitando, decida que terminaria aquilo antes das 19h. A garota era realmente interessante e o encontro deles na noite anterior fora ótimo, mas ele nunca misturava o trabalho com a vida pessoal. Sem mencionar que ela era jovem demais e ele tinha um outro encontro as 20h. A garota dessa noite não era o que as pessoas chamariam de brilhante, mas isso não importava. Na verdade, era até bom. A garota da noite anterior só sabia falar de politica e mais politica; ele já tinha trabalho demais para querer falar disso em um momento de lazer.

 Christopher se permitiu sorrir. Ele gostava de mulheres. Sem mais. Gostava de como eram doces, divertidas, das fragrâncias e valores... uma tão diferente da outra, mas ainda assim tão similares.

 O fato era, o maior defeito de todas as mulheres que saíram, ou tentavam sair com ele era um só: todos achavam que podiam muda-lo. Ser a única na vida de Christopher Uckermann, ou apenas conseguir passar do seu código ultra restrito sobre namoros. Ele o seguia nos últimos dez anos.  Quatro semanas no máximo, então todos os laços eram cortados.

 Sejam todas bem-vindas (: