Fanfic: Solteiro Sob Medida (vondy)

E então ela se recordou da situação real e afastou a mão.

- Vou desfazer as malas agora.

- E eu vou deixá-la fazer isso -murmurou ele casualmente, embora a expressão dos olhos fosse ardente-

Christopher estava a caminho da porta quando Dulce o chamou.

- O que estamos fazendo aqui é uma loucura?

Parado a porta, ele se virou.

- O quê? O casamento ou a nossa atração?

Os olhos dela se arregalaram com a resposta dele.

- Sim.

A ruiva disse e Christopher riu, entendendo que o "sim" significava que ambas as coisas eram loucura.

- Você não faz muitas loucuras, não é Dulce?

- Não. Na verdade, não.

- Bem, apenas para sua informação, o nível de loucura depende inteiramente de você.

Perfeito, pensou ela com ironia. Deixar a decisão de quanta água beber na mão de uma pessoa que estava morrendo de sede. Espertinho, o garoto da Park Avenue!

- Eu vou preparar o jantar -disse Christopher- Depois que você desfizer as malas, é bem-vinda para se juntar a mim.

Dulce queria dizer sim. Queria muito. Mas precisava de algum tempo para refletir, calcular suas próximas ações, planejar aquele "casamento" com duração de um ano. Então, meneou a cabeça.

- Estou realmente cansada. Foi um longo dia.

Ele pareceu desapontado, mas não pressionou.

- Bem, boa noite -murmurou Christopher e fechou a porta-

 E ela estava sozinha novamente.  Liberando uma respiração trêmula, Dulce se sentou na cama, vestida em seu conjunto de moletom preto na "noite de núpcias", e olhou para a janela, a fim de admirar sua nova vista, ignorando o friozinho na barriga e o calor que ainda pulsava alguns centímetros abaixo dela.

Era um sonho.

Ela sabia que era um sonho. Apenas não queria acordar para que o sonho não acabasse. Seu corpo parecia metal derretido, frio, suave, flexível... se movendo sob o dele. Todavia, em seu interior, em contraste, seus músculos, ossos e sangue... tudo irrompia numa chama de calor.

- Dulce?

O som suave de seu nome não estava vindo dos lábios dele, da boca que pairava acima da sua. Embora a voz fosse a mesma.

- Dulce?

E então o sonho desapareceu num flash branco, e ela podia sentir o lençol frio contra suas costas, e seus cabelos no rosto. Abriu os olhos. Christopher estava em pé ao lado da cama, parecendo ter saído da capa de uma revista. De terno e gravata, barbeado, os olhos tão cinzentos quanto o jeans desbotado.

Delicioso, foi tudo que Dulce pôde pensar.