Fanfic: Solteiro Sob Medida (vondy)

CAPÍTULO DOIS

  Dos 14 aos 17 anos, Christopher Uckermann se relacionara com pessoas de reputação duvidosa. Talvez isso se devesse à vida protegida e mimada que levara com seus pais ausentes, uma escola rígida e uma babá super protetora, mas, quando a puberdade chegara, ele havia se descoberto sendo atraído como um ímã para problemas.

  Com o pretexto de se recolher para fazer a tarefa de casa e ter uma boa noite de sono, colocava travesseiros debaixo do cobertor e escapava pela janela. Saía com garotos da cidade, provando suas oposições contra regras e autoridades com atitudes como beber demais, derrubar caixas de correio e fazer ligações diretas em carros.

 Não levou muito tempo para que se encontrasse dentro das paredes frias e cruéis de uma delegacia de polícia.

Desnecessário dizer que ter de tirar seu filho criminoso da cadeira não fora motivo de orgulho para Victor Uckermann. Antes que Christopher desistisse de um relacionamento com seu pai, vira aquelas viagens de carro da delegacia até em casa como um modo de passar algum tempo com ele, mesmo se este consistisse de um sermão e um ou dois tapas.

 Mas aqueles anos eram quase irreconhecíveis para Christopher agora. Agora, era um homem rico e poderoso, e, quando entrou na delegacia de polícia naquele domingo à tarde, não tinha medo nem nada para esconder. Contudo, levara seu advogado.

Christopher era confiante, não estúpido.

- Obrigado por ter vindo, Sr. Uckermann.

- É claro. -na verdade, era uma chateação estar numa delegacia num domingo à tarde, mas ele gostara de Belinda. Embora não houvesse existido química entre os dois, Belinda era uma pessoa decente, e Christopher se sentia muito mal pelo que acontecera a ela. E, se pudesse ajudar, assim o faria.

 Numa sala abafada com iluminação fluorescente, paredes desbotadas, que um dia tinham sido pintadas de amarelo, Christopher e seu advogado, Maxon Thompson, se sentaram a uma mesa instável diante de um policial com seus 40 e poucos anos, de aparência cansada.

Os olhos verdes anêmicos do detetive Arnold McGray se fixaram em Christopher com curiosidade, o que Christopher facilmente reconheceu como uma descrença prematura em qualquer coisa que ele fosse dizer.

As questões vieram de forma rápida e sem emoção.

O detetive McGray ergueu uma cópia do New York Post, a qual Christopher estivera lendo mais cedo.

- Você publicou estas fotos pessoalmente?

- Não.

- Saiu com Belinda Peregrín?

- Sim.

- Por quanto tempo?

- Algumas vezes.

- Pode ser mais específico?

- Duas vezes.  –bufou Christopher antes de responder-

- Por que o relacionamento acabou?

- Jamais começou.

- Por quê? –indagou o rapaz- Ela não estava apaixonada por você?

- Nós não estávamos apaixonados um pelo outro.

- Não é fácil ser rejeitado. Isso deve ter aborrecido você.

Maxon interrompeu rapidamente e logo soltou de forma aborrecida:

- Isso é ridículo. O Sr. Uckermann saiu com a mulher duas vezes. Siga em frente, detetive.

Christopher silenciou o advogado.

- Tudo bem, Max.

- Você está acostumado a conseguir qualquer garota que queira, Sr. Uckermann. –prosseguiu o detetive-

- Isto é uma pergunta ou uma afirmação?

- Homens como você não lidam bem com rejeição. Então tentou simplificar as coisas.