Fanfic: Não era pra ser assim. | Tema: Adolescente, primeiro amor

Meu nome é Laila Fransour Henriger, sou filha única de pais divorciados, tenho 15 anos e moro na capital paulista. Meus pais separaram-se quando eu tinha 10 anos, desde então eu e mamãe passamos a morar em um prédio na zona sul da cidade, no Morumbi. Minha mãe trabalha em um escritório de advocacia próximo ao nosso prédio, enquanto meu pai mora no litoral de São Paulo, em Santos e administra seu próprio negócio, uma pousada cujo o nome é o sobrenome da família: Henriger. Sobre tudo, eu poderia falar sobre o quanto esses últimos cinco anos foram torturantes e como sou uma pobre adolescente que quer apenas que os pais fiquem juntos, mas não, eu não vejo assim. Pra falar a verdade, acho até melhor eles estarem separados, assim eu corro menos riscos de me estressar com eles por agirem feito duas crianças brigando, igual foi no ultimo ano em que eles passaram casados. Mas ok, não vamos falar sobre meus pais, certo? Vamos continuar a falar sobre mim. Eu tenho uma melhor amiga, a Caroline Oliveira Lascamol, ou simplesmente Carol como ela prefere ser chamada. Carol tem minha idade e mora com a mãe, o padrasto e o irmão no mesmo prédio que eu e minha mãe, o pai dela fugiu quando ela tinha 1 aninho e nunca mais souberam dele. Apesar de tudo, minha amiga é uma pessoa super de boa com a vida, porém nunca toca no assunto sobre o pai perdido. O irmão da Carol tem 17 anos e chama-se Jhuan, ele é bem bonito é moreno e tem olhos castanhos extremamente lindos para uma cor tão comum de olhos. Ah, quase me esqueço! Eu tenho um vizinho super gato, que por acaso também é meu super amigo, o Matheus Carvalho Reis, ou só Math. Conheço ele a quase dois anos, desde que ele mudou-se para o meu andar. O Math é bem legal e vez ou outra eu costumo ir para festas com ele.

Bom, hoje é dia 3 de fevereiro de 2014, o meu primeiro dia de aula e também o meu primeiro dia no ensino médio. As coisas tem ido tão bem, sabe? Mal posso esperar para chegar na escola, talvez seja esse o motivo de eu ter acordado 5 horas da manhã, enquanto minha aula começa as 8:00 e minha escola fica apenas dois quarteirões daqui. Levantei-me e me dirigi ao banheiro, me despi e entrei no box, liguei o chuveiro e deixei que a água quente caísse sobre meu corpo nu causando um pouco de arrepio, mas logo após uma sensação ótima e relaxante. Hoje seria o primeiro dia, escola nova, pessoas novas, como não ficar ansiosa? E se eu não gostasse? E se as coisas não fossem como esperado? Mas algo de bom teria, eu e a Carol finalmente teríamos a oportunidade de estudarmos juntas, após cinco anos de tentativa que nossas mães nos colocassem no mesmo colégio finalmente tínhamos conseguido! Terminei meu banho, peguei uma das toalhas penduradas no box do banheiro e me sequei, logo após peguei meu roupão que também encontrava-se pendurado no box e vesti o mesmo. Me dirigi até o quarto indo logo em direção ao guarda-roupa, abri o mesmo e tirei a roupa que eu havia selecionado para hoje, uma calça jeans preta grudada, uma regatinha branca e um conjunto de lingerie brancos. Vesti a roupa que eu havia escolhido e calcei um all star azul bebê, penteie meus longos cabelos pretos e os deixei soltos, coloquei meu relógio de pulso e a correntinha com pingente em formato de coração que eu havia ganhado do meu pai no meu 15º aniversário, peguei minha bolsa e sai do quarto.

"Bom dia, mamãe!", eu disse me sentado em uma cadeira em frente a ela.

"Bom dia, querida! Está ansiosa?", minha mãe respondeu me dando uma rápida olhada e logo após voltando os olhos para o jornal em suas mãos.

"Um pouco.", respondi ela e dei um sorriso torto.

Tomei meu café da manhã junto com a minha mãe e quando deu 07:30 resolvi ir. Peguei o elevador e apertei o botão rumo ao terceiro andar, onde a Carol morava. Havia somente eu no elevador, até que o mesmo decide parar no quarto andar e um garoto entra.

"Oi.", ele disse sem nem ao menos direcionar o olhar em minha direção.

"Oi.", respondi tentando não encara-lo.

Evitar olhar para ele era quase impossível se somente seu perfume já chamava atenção, imagina o resto? Hesitei por alguns segundos, mas não me contive e o encarei. Me arrependi de ter virado o rosto assim que eu o vi, ele era LINDO! Não me arrependi por ele ser lindo, cheiroso e tudo mais, mas sim porque senti minhas bochechas corarem e minha boca ficar entreaberta, se eu pudesse me ver, certamente não ficaria nenhum pouco agradada com a minha reação ao me deparar com esse garoto. Ele tinha cabelos castanhos claros e usava um boné de aba reta com a aba para trás, tinha os olhos esverdeados um pouco puxados, embora não parecesse ser mestiço, sua pele era branca e seus lábios grossos e rosados, não havia como não ficar encantada com tamanha beleza. Graças a Deus o que pareceu uma eternidade logo acabou, o elevador parou no terceiro andar abrindo a porta e eu finalmente pude sair.

"Amiiiiiiiiga!", Carol disse ao sair pela porta de seu apartamento e correr em minha direção.

"Floooor!", eu disse sorrindo e indo em sua direção.

"Que saudades!", ela disse enquanto me puxava para um abraço e eu apenas sorri.

"Garota a gente se viu ontem, não seja melancólica!", eu disse rindo enquanto desfazia o abraço, "Vamos?"

"Sim, sim, sim! Estou tão ansiosa.", ela disse e sorriu entrelaçando nossos braços enquanto fomos andando rumo ao elevador.

Carol apertou o botão para chamar o elevador e não demorou muito o mesmo chegou, entramos e o Math estava lá, o cumprimentei e fomos os três conversando até o térreo onde o Math se dirigiu para garagem do prédio para pegar sua moto e eu e a Carol saímos pelo portão rumo ao colégio. No caminho contei para a Carol sobre o tal menino do elevador, perguntei se ela o conhecia e ela disse que não tinha certeza, mas ele provavelmente era o tal do Victor Fernandes e pelo que parece ele é apenas 2 anos mais velho que a gente e estuda no mesmo colégio. Não posso negar, saber que havia outras oportunidades de esbarrar com o garoto do elevador, sem que fosse no meu prédio, me deixava um tanto quanto alegre, ainda mais com a possibilidade da gente estudar no mesmo colégio e quem sabe não se esbarrar por lá também?!

Ao chegar no colégio eu e a Carol fomos direto para o painel de avisos, procurar em qual sala tínhamos saído e como esperado, nós éramos da mesma turma. Enquanto olhávamos os nomes dei uma espiadinha na turma do terceiro ano e vi o nome do Victor na mesma turma em que o Jhuan estava. É, ele realmente estudava no mesmo colégio que o meu. Não sei ao certo se aquilo era algo bom ou ruim, já que meninos igual o Victor geralmente batem o recorde de idiotice. Como a minha prima sempre diz "quanto mais bonito, mais retardado é". Assim que bateu o sinal eu e Carol nos dirigimos para o andar de cima, onde ficava nossa sala. Ao chegar na sala a mesma já estava com quase todos os alunos sentados em seu devido lugar, deixando apenas duas mesas no fundão para que eu e a minha amiga pudéssemos nos acomodar.

"Bom dia, turma! Meu nome é Richard, sou o professor de geografia de vocês.", disse um cara que havia acabado de entrar na sala e agora estava parado de costas para a lousa, "Vamos começar com apresentações, certo? Quero que cada um venha até na frente e diga o nome, a idade e de qual escola de ensino fundamental veio."

E assim foi, todos foram se apresentando. Não tenho certeza, mas havia uns três ou quatro Gabriel`s, dois Felipe`s e cinco Gabriela`s, eram tantos nomes iguais que cheguei até me perder um pouco, foi ai que eu decidi não prestar mais atenção as apresentações e foquei em uns cartazes que estavam fixados na parede da sala. Confesso, enquanto fiquei olhando os cartazes acabei viajando em meio aos meus pensamentos e não prestei atenção quando chegou na minha vez, fazendo com que a Carol me desse um beliscão para que eu me levantasse e caminhasse para frente da turma.

"Bom, meu nome é Laila, tenho 15 anos, moro a duas quadras daqui, vim do Colégio Santa Mônica, é só.", eu disse rapidamente e corri para o meu lugar no fundo da sala.

O resto da aula e as outras duas aulas antes do intervalo resumiu-se em apresentações, tanto dos professores, da matéria, quanto dos alunos. Eu já estava quase dormindo enquanto a professora de biologia falava sobre como é importante estudar as células do corpo humano e a vida na Terra, quando a sirene do intervalo fez com que eu me despertasse. Eu e a Carol fomos umas das ultimas a sair da sala, entrelaçamos nossos braços e descemos as escadas rumo ao pátio. Chegando lá fomos até onde o Jhuan estava, havia dois garotos e uma garota junto com ele e eles riam bastante. Quando eu e Carol aproximamos a garota que estava junto com eles abriu um enorme sorriso ao nos ver, fazendo com que o Jhuan e os garotos parassem de falar e nos olhassem.

"Maninha, Lai!", o Jhuan disse sorridente, "E aí o que estão achando do novo colégio?"

"É, até que é legal.", eu respondi e dei um sorriso.

"Cheio de gatinhos!", a Carol disse enquanto trocava olhar com um dos amigos do irmão.

"Deixa eu apresentar vocês, esse aqui é o Lucas.", o Jhuan disse apontado para o garoto que a Carol estava trocando olhares, "Esse é o Caio, e essa é a Jheny."

"Graças a Deus vocês estão aqui meninas! Não via a hora de ter mais garotas aqui nesse grupinho para que eu pudesse conversar!", Jheny disse toda empolgada enquanto puxava eu e a Carol para um abraço.

Os amigos do Jhuan eram todos legais, ambos estavam no terceiro colegial, exceto a Jheny que estava no segundo. O Lucas era branquinho e magro, tinha cabelos bem pretos com um corte todo repicado e um penteado todo bagunçado, seus olhos eram azuis claro, não posso negar, ele era bem bonito. Já o Caio não era gordo, mas também não era magro, tinha cabelos lisos castanhos escuros e um lindo par de olhos castanhos escuros quase pretos. A Jheny era baixinha e tinha o cabelo loiro com umas mexas ruivas, com olhos bem pretos e a pele branquinha, ela tinha um jeito de rockeira com roupas pretas e maquiagem forte já de manhã.

Eu e a Carol passamos o intervalo todo conversando com os quatro, posso dizer que adorei conhece-los. Eles eram bastante legais, principalmente o Caio. Ele era um amor de pessoa, super educado, embora fosse um pouco tímido. Assim que a sirene bateu avisando que deveríamos voltar para a sala, eu me apressei e fui andando rápido. Dessa vez fui sozinha, já que a Carol ficou para trás conversando com o Lucas e com a Jheny. Fui andando rapidamente em direção as escadas e sem querer acabei me esbarrando em alguém ou esbarraram em mim, não sei ao certo, tudo que sei é que eu fui parar no chão e a pessoa em cima de mim. Dei um grito com a dor da minha cabeça batendo com tudo no chão que nem percebi quem havia me derrubado, vi apenas quando ele estendeu a mão para me ajudar a levantar. Era o garoto do elevador, o tal do Victor.

“Seja mais atenta, garota! Vem, eu te ajudo.”, ele disse me olhando com um sorriso formando-se nos lábios.

“Mais atenta? Você quem me atropelou!”, eu disse o olhando indignada enquanto estendia a mão para que ele me puxasse.

“Tanto faz.”, ele disse e pegou na minha mão me erguendo, “Sou o Victor, e você deve ser uma das calouras gostosas que entrou, certo?!”

“Calouras o quê?”, disse e o encarei dando a chance de que ele concertasse o que disse.

“Gostosas.”, ele disse me olhando de cima a baixo, “Bem, mas você, hum, digamos que não é tão gostosa assim, tá mais pra gostosinha.”, ele soltou uma risada.

“Grosso!”, eu disse e fechei a cara.

“E grande também, hein!”, ele disse rindo e eu continuei com cara feia, “Ah qual foi garota, eu só tô brincando.”

“Tchau, preciso ir estudar.”, eu disse revirando os olhos enquanto saia andando rumo as escadas novamente.

“Ei!”, ele gritou e eu virei para trás.

“O quê foi?”, eu disse o olhando.

“Não vai agradecer?”, ele disse me olhou e sorriu, eu apenas sorri de volta, mostrei meu dedo do meio e sai andando novamente.

Enquanto eu subia as escadas ouvi um “mal educada” atrás de mim, mas apenas ignorei e continuei meu trajeto até a sala de aula. Entrei na sala e a Carol já estava lá, fui para o meu lugar de cara fechada e ela veio perguntar o que havia acontecido, eu disse que não era nada e logo em seguida o professor entrou na sala.