Fanfic: AMOR E GUERRA | Tema: SENHOR DOS ANÉIS, ORIGINAL

CAPITULO II

O ENCONTRO

     Fazia 210 dias que Liriel havia saído de casa para procurar o portador do anel. Ela sabia que esta busca não seria fácil; primeiro porque não conhecia Frodo, o Portador do Um Anel, segundo porque Sauron e Saruman também estavam atrás do anel e contavam com diversos espiões em diferentes lugares e terceiro porque empenhara esta jornada sozinha.

     Mas ela não se preocupava com isso. A sua maior preocupação era a possibilidade de falhar em sua missão e o anel cair em mãos erradas. Se isto acontecesse provavelmente a Terra – Média deixaria de existir e todas as criaturas livres se tornariam escravas. Principalmente se Sauron, o verdadeiro dono do Anel, o obtivesse de volta.

     Liriel sabia apenas que o portador do anel era um jovem hobbit (os hobbits são um povo antigo, de baixa estatura não ultrapassando, normalmente, um metro de altura; são ágeis e bastante perspicazes), chamado Frodo e que viajava acompanhado de outro hobbit de nome Sam. Ambos eram pessoas pacatas que nunca haviam saído dos limites de sua cidade o Condado; por esse motivo ela resolveu encontrá-los e acompanhá-los em segurança até Valfenda, pois sabia que para pessoas experientes neste tipo de aventura, havia muitos perigos, imagine para aqueles que nada conheciam, ainda mais quando carregavam consigo algo desejado por um poderoso inimigo.

     Frodo Bolseiro era o sobrinho de Bilbo Bolseiro, um hobbit já idoso, que há alguns meses residia em Valfenda. Antes de Frodo Bilbo fora o portador do anel, mas na época, ninguém tinha ideia que aquele anel era o Anel de Poder, criado por Sauron para governar o mundo. Gandalf havia sido o primeiro a desconfiar que alguma coisa estranha havia com o anel encontrado por Bilbo, na primeira aventura por ele empreendida. Ele notou que o comportamento do hobbit havia mudado e seu tempo de vida a muito superava a média de vida dos hobbits. Este era um dos poderes do Anel, ele estendia o tempo de vida da pessoa que o usasse.

     Liriel havia passado a algum tempo pelo Ponei Saltitante, uma estalagem situada na aldeia de Brim, onde esperava encontrar os hobbits, mas para sua decepção eles ainda não haviam chegado por lá. Este fato preocupou ainda mais Liriel pois, pelos seus cálculos, eles já deveriam ter chegado lá a mais ou menos uns quinze dias.

     Como eles ainda não haviam chegado à estalagem, ela resolve ir até o Condado, talvez tenha havido algum imprevisto. Ela já estava próxima da Colina dos Túmulos, quando a vista ao longe Tom Bombadil, com aquele chapéu de copa alta, tão característico, já bastante gasto e com uma comprida pena presa a fita. Tom Bombadil era um verdadeiro enigma! Era um senhor de longos anos de existência, Senhor da Floresta, das Águas e das Colinas; todas as criaturas o obedeciam.Vivia sempre a cantar e a saltitar pelos campos e vales. Ela sorri e vai ao seu encontro.

- Princesa Liriel, que surpresa encontrá-la! Diz Bombadil.

- O mesmo digo eu, querido amigo! Responde Liriel. – Mas, talvez este encontro tenha sido providencial, talvez possas me ajudar.

- Princesa será um prazer ajudá-la, mas diga-me do que se trata.

-É apenas uma informação o que quero de ti. Sabes onde fica um lugar chamado Condado, preciso ir lá encontrar uma pessoa.

- Princesa se a senhorita precisa ir lá apenas por causa do Um Anel, pode parar. - Diz Bombadil sorrindo.

-Por quê?

- Porque o Anel veio ao seu encontro. Os hobbits estão aqui, na verdade estão lá em cima na colina; - diz, apontando na direção dela- eu estou indo pegar algumas roupas para eles e comida pois, estes pequenos, parecem que vivem para comer.

-Eles estão aqui!? Pergunta surpresa. – Mas o que fazem aqui? Por que estáis indo buscar roupas? Eles não sabem que estão atrasados e que correm grande perigo?

- Sim, alteza, eles sabem que correm perigo e estão bastante assustados, pois Os Nove estão em seu encalço, mas não acredito que conheçam o verdadeiro risco que correm. Saíram tarde do Condado aguardando a chegada de Gandalf, mas como ele não apareceu resolveram partir; mas reconhecem que não deveriam ter esperado por tanto tempo; e vou buscar roupas porque foram pegos pelas Criaturas Tumulares, de lá da colina.

- Mas estão bem?

- Sim estão. Felizmente os animais trazidos por eles parecem ter mais inteligência que os quatro juntos, pois pressentido o perigo trataram de se afastarem em galopes da colina e vieram pedi ajuda ao meu amigo Bolo Fofo, que rapidamente veio me procurar, por isso corri para salvá-los. Pedi para que se despissem das roupas das criaturas e ficassem tomando banho de sol, enquanto vou buscar seus pertences e comida.

- Você falou em quatro hobbits, mas não são dois?

- Era pra ser apenas Sam e Frodo, mas os jovens Pippin e Merry resolveram acompanhá-los. Responde Tom.

- Que bom que você existe Bombadil! Diz emocionada.

     Tom sorri, agradece e pede para que ela o acompanhe até sua casa. A casa de Tom Bombadil situava- se em uma extensa clareira no meio da Floresta Velha, com um pequeno riacho correndo em meio a uma grama baixa e macia, os limites, da Floresta Velha, estava delimitado como uma cerca – viva, uma trilha ladeada por pedras se estendia plana à frente fazendo curvas até o topo de um rochedo coberto de grama, de onde se avistava outro barranco. A trilha desce e sobe suavemente, ao longo de uma encosta coberta de turfa, terminando em uma casa estilo chalé, com paredes em pedra. Atrás da casa havia uma Saliência íngreme do solo e além dela as formas das Colinas dos Túmulos a leste.

     Foram recebidos com grande alegria por Fruta D’Ouro, companheira de Tom Bombadil. Fruta D’Ouro tinha cabelos loiros que lhe caiam sobre os ombros, como cascatas de cachos. Possui uma bela extraordinária que lembrava a beleza de uma jovem rainha élfica. Era Filha do Rio.

     Após trocarem algumas palavras e considerações sobre a missão do Anel, Liriel se despede de Fruta D’ Ouro, de quem ganha uma linda capa de viagem. Ela e Tom retomam o caminho de volta para irem ao encontro dos hobbits, levando agora seis belos poneis. Chegando ao ponto onde se encontraram Tom pede a Liriel que espere ali, enquanto ele levaria as roupas para os hobbits vestirem.

     Agora vestidos, os hobbits estão prontos para serem apresentados a Liriel, que aguardava o momento de conhcê-los. Tom a chama para subir a colina.

     - Caros amigos hobbits, quero que tenham o prazer e a honra de conhecer a princesa de Valfenda: Liriel. – Diz Tom. Os quatro fazem uma reverência.

     -É uma grande satisfação conhecê-los! – diz Liriel, deixando-os fascinados.

      Liriel era uma linda jovem com cabelos negros, brilhosos e lisos que lhe caiam pelos ombros até a cintura, seus olhos eram de um azul celeste que lembravam um mar tranquilo, de águas límpidas e serenas; sua pele era branca como a neve e sua voz suave e melódica, parecendo badalar de sinos. Os hobbits pareciam hipnotizados por ela.

      - Me desculpe senhora, mas a senhora é mesmo de Valfenda? –Pergunta Sam com timidez

      - Sim, eu sou de Valfenda, neta de Elrond, o Sábio. E você, que é?

     - Meu nome é Sam, senhora...

     - Por favor, Sam- interrompe Liriel- pode me chamar de Liriel, não tenho nenhum senhor, por isso não precisa me chamar de senhora.

     - Oh! Por favor, me perdoe! Pede envergonhado

     -Não tem problema, pode ficar tranquilo, você não fez nada demais.

     - Princesa, me desculpe à petulância e curiosidade, mas eu gostaria de saber: o que uma linda donzela, como você, faz aqui tão longe de Valfenda? Pergunta Frodo

     - Eu lhe responderei quando me disseres teu nome.

     - Meu nome é Frodo, senhorita Liriel

     - Pois bem Frodo, respondendo a sua pergunta, eu vim para encontrá-los e os conduzir a Valfenda.

      -Oh! Nós vamos a Valfenda? Vamos ver elfos? – Pergunta Sam exaltado de contentamento. _ Minha nossa, como sou tapado, se a senhorita é princesa de Valfenda, isto significa que também és elfa! Não estou certo? Por isso sua beleza é exuberante, fantástica...

     -Muito obrigada Sam! Diz Liriel sorrindo- -Fico muito lisonjeada com suas palavras. Estás certo e errado ao mesmo tempo, eu sou elfa por parte de mãe, mas meu pai é um homem; portanto sou meio elfa, assim como Elrond.

     - Certo, mas com sabias que estávamos indo a Valfenda? – questiona Frodo. – Estávamos viajando em segredo, ninguém sabia, então como a senhorita soube?

     -Mithrandir, quero dizer Gandaf, como é  conhecido por vocês, me falou, por isso estou aqui.

     - Você falou com Gandalf? Quando? Por que ele não veio se encontrar com a gente? – Pergunta Merry

     _ Falei com Mithrandir a cerca de 210 dias, lá em Valfenda. Por favor, como o senhor se chama?

     - Ah! Que falta de atenção a minha, meu nome é Meriadoc, mas todos me chamam Merry. É um prazer muito grande conhece- la.

     - Prazer! Então o senhor deve ser o Pippin!? Pergunta

     - Sim, sou eu mesmo!- Responde fazendo uma reverência

     - Voltando a responde a pergunta do senhor Meriadoc, eu não posso responder o porquê dele não ter ido se encontrar com os senhores, por, também, não saber os motivos que o impediu; mas sei que houve imprevistos que não permitiram o encontro dele com os senhores. Mas fiquem tranquilos, em valfenda suas perguntas obterão repostas.

     - É bom pararmos por aqui com os interrogatórios. Vamos comer o lanche que Fruta D’Ouro preparou e depois partirmos, pois o perigo ainda nos ronda. Sei que agora vocês estão em boa companhia, mas assim mesmo os acompanharei até a fronteira.

     Que felicidade os hobbits sentiram. Agora eles teriam alguém para guia –los até Valfenda, o que seria uma preocupação a menos e por algum tempo teriam, também, a companhia de Bombadil lhes dando a sensação de que não havia nada a temer.