Fanfic: A Aposta (Adaptação) | Tema: Laliter

  Estamos no quartel general de Peter, aquele mesmo quarto zoado com cheiro de incenso e garotos. Hoje Peter acendeu um bastão de pimenta e Nicolas não para de espirrar.

  As duas janelas estão escancaradas e uma brisa fria sopra as cortinas, derrubando o contrato no chão laminado.

  Nicolas está fuçando nas prateleiras feitas com shapes de skate. Notaram alguma semelhança com o quarto de Lali? Sinistro. Eu poderia dizer que se trata de uma mera coincidência, mas não me parece correto, até porque não acredito em acaso. Algo me diz que esses dois combinam mais do que podem imaginar.

  Peter se abaixa e recolhe o contrato, colocando-o sobre a bancada. Um peso de papel, no formato de guitarra, não deixa o papel sair voando novamente.

— O que está procurando? – Peter pergunta, jogando-se na cama e pegando o violão ao lado. Começa a dedilhar um som do Deep Purple.

— Aquela sua caixa de alfinetes. – Nicolas faz uma pausa. – Ah, aqui está.

— Para que você quer isso?

  Nicolas não responde. Caminha até o quadro de cortiça de Peter, com vários post its colados. Arranca todos e deixa a cortiça nua. Em seguida, saca algo do bolso e alfineta no quadro. Quando se afasta, Peter dá um pulo na cama.

— Onde conseguiu essa foto?

— O Bola me arrumou. – Nicolas pega uma cartela de adesivos sobre a bancada, descola um alvo e fixa-o sobre o peito de Lali, na altura do coração. – Precisamos descobrir tudo o que pudermos sobre ela. Esse é o único caminho para o coração da gata.

  Nicolas se afasta alguns centímetros, tombando a cabeça de lado. Deixa um sorriso escapar ao analisar a foto. Foi tirada pelo celular do Bola, no Halloween. Na imagem, Lali empurra Hulk sobre um balde de bebida. O cara, com quase dois metros de altura, da largura de uma jamanta, está congelado no ar, prestes a cair sobre pedras de gelo. A expressão da garota é o retrato da irritação desmedida. Ao se lembrar da cena em detalhes, um arrepio sobe pelas costas de Nicolas e ele se vira para encarar Peter, com cara de pânico.

— Certo, essa é uma missão impossível.

— Agora que você sacou isso? – Peter joga as mãos para o ar. – É tudo culpa sua, só para constar. – ele mira o indicador na direção de Nicolas.

— Man, eu não queria estar na sua pele. – Nicolas provoca.

— Vá se ferrar! Você me colocou nessa enrascada e vai me tirar dela, Cabeçudo.

— Precisamos arrancar da Euge e da Rocío qualquer coisa sobre a Lali. Eu já vasculhei a internet e a garota não está em nenhuma rede social, nem no Facebook. Nunca vi uma garota que não está no Face.

— Estamos falando de Lali Espósito, Nicolas. Ela não é uma garota, é o diabo encarnado.

— É, pode crer. – Nicolas observa as estrelas piscantes do lado de fora da janela. Bem que uma ideia poderia cair do céu nesse exato momento. – A Euge e a Rocío nunca contarão nada sobre a Lali para nós.

— Cara, você é tão esperto para umas coisas e tão burro para outras.

— Do que está falando? – Nicolas eleva o tom de voz.

— A Euge está caidinha por você, seu otário. – Peter desliza para fora da cama e bate com a mão espalmada na testa de Nicolas. – Só você ainda não percebeu isso.

— Como é? – Nicolas engasga, soltando um espirro quando Peter acende outro incenso. – Porra, apaga isso!

— Esse é de camomila, para acalmar. – Peter joga o isqueiro sobre a bancada, displicentemente. – O fato é que a Euge está apaixonada por você e acho que ela contará tudo o que queremos saber, se você largar de ser um trouxa, obviamente.

— Tem certeza disso? Man, como eu não percebi antes?

— É como eu disse: você é um otário.

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Está aí meninas, como prometido.

Em duas horas eu volto e posto mais um !

Beijos e comentem