Fanfic: A Aposta (Adaptação) | Tema: Laliter

  As amigas estão dançando lado a lado, embaladas pelo ritmo frenético da batida eletrônica. O olhar de Lali se perde lá no teto, acompanhando um peixinho amarelo se esgueirar entre as folhagens. Como ele é fofinho.

— O que aconteceu lá atrás? – Euge pergunta, aos gritos.

— Um babaca queria me beijar. – Lali grita em resposta, sem tirar os olhos do peixinho.

— E o Peter chegou para salvar você? – a amiga surta.

— Menos, Euge. Menos. – Lali revira os olhos, sacudindo a cabeça e voltando a atenção para o peixe que agora xereta uma pedra lodosa.

  Nicolas chega sem aviso, tomando uma das mãos de Eugenia, puxando-a para dançar com ele. Só então Lali percebe que do seu lado direito, Gas e Rocío estão dançando juntos, tão colados que ela não sabe precisar onde começa um e termina o outro.

— Oi, Lali. – Peter chega por trás. Seu sussurro aos ouvidos é quente e deixa rastros, arrepiando-a.

— Tchau, Peter. – Lali dispara, sem parar de dançar e sem olhar para trás.

— Como tchau? Acabei de chegar. – Peter acompanha Lali com o corpo, para lá e para cá, tomando o cuidado de não tocá-la. Ela prende a respiração por alguns segundos antes de dar o aviso:

— Não se aproxime mais ou vou soltar o pitbull do meu irmão em cima de você.

— Quem é o seu irmão?

— Bem ali. – ela aponta na direção de Gas e Rocío.

— Hum, acho que seu irmão está ocupado demais. – o nariz de Peter toca o pescoço de Lali, inalando-a profundamente. – Cara, que perfume está usando?

— Peter, se manda. – Lali volta seu olhar para o aquário sob o teto. E o que acaba de ver é o peixinho amarelinho fofinho sendo devorado por um peixe com o quíntuplo do tamanho. A natureza pode ser muito cruel.

— Me diga o nome do perfume e eu me mando. – Peter, ainda às costas de Lali, encosta os lábios nos cabelos dela, prendendo-a pela cintura.

  Lali bufa, irritada. Sofrendo pelo peixe amarelo, gira nos calcanhares para encarar Peter. Aquele sorriso debochado está firme em seus lábios rosados e bem desenhados.

— Tire as patas de mim, a aposta só começa amanhã. – ela cerra os punhos e soca os braços de Peter. Ele a solta, mas não recua.

— Só quero saber o nome do perfume. – ele tomba a cabeça de lado, exalando seu charme característico.

— Hipnose. Está satisfeito? – os braços de Lali tombam ao lado do corpo, vencidos. Ser uma muralha o tempo inteiro cansa, é muita energia despendida.

  O risinho debochado de Peter dá lugar a um sorriso lateral, desses em que apenas um dos cantos do lábio se erguem. Aproxima-se, vagarosamente, seus olhos dentro dos de Lali, os narizes quase se tocando.

  A garota não se move, não ainda.

  Peter mira aquela boca volumosa e por um momento, Lali sente vontade de fechar os olhos, as pálpebras custam a obedecer ao simples comando para permanecerem abertas.

  A barba por fazer de Peter pinica a pele levemente e seus lábios roçam à orelha direita dela. Lali estremece com a aproximação, mas não age impulsivamente. Aguarda.

  Sente o calor de Peter envolvendo-a, inala seu inebriante perfume, seus corpos próximos demais. Ele a inspira novamente e deixa um gemido escapar da garganta. Num sussurro melodioso, quente e destemido, Peter anuncia:

— Conseguiu o seu intento, Lali. Estou completamente hipnotizado por você.

  Punhos cerrados.

  Sangue fervendo.

  Dentes trincados.

  Respiração alterada.

  Uma joelhada nas bolas.

  E, com passos para lá de decididos, Lali caminha de volta para a ala VIP.

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Não voltarei mais tarde, por isso já postei os dois capítulos.

Beijos e comentem