Fanfic: A Aposta (Adaptação) | Tema: Laliter
Estamos agora à beira da piscina. Candelabros presos nos galhos das árvores, criam uma atmosfera aconchegante e incrivelmente romântica. Uma grandiosa mesa foi posta lindamente, com trinta e seis lugares marcados.
O primeiro dia da viagem chega ao fim. A lua está alta no céu e a trilha sonora vem de um violão elétrico solitário e uma voz melodiosa de um cara que não deve ter mais do que vinte anos.
Lali senta-se entre Eugenia e Rocío. Come uma salada de alface com tomates e morangos. A garota só percebe estar com fome quando leva a primeira garfada à boca.
Peter está do outro lado da mesa, a pouquíssimos centímetros de distância. Vez ou outra seus olhares se encontram, mas ele não parece ser o mesmo Peter. O que está havendo?
— Lançou mão da nossa estratégia do dia? – Nicolas sussurra no ouvido do amigo.
— Fiz o que você disse. Não elogiei o biquíni nem o corpaço. Não foi nada fácil.
— E ela? – Nicolas pergunta, um tanto afoito pela resposta.
— Não sei dizer. Acho que ela ficou, tipo…
— Decepcionada? – ele se apressa em arrematar.
— Essa é a palavra. Decepcionada.
— Bom, muito bom, meu camarada! – Nicolas dá um tapa dolorido no ombro de Peter. – Vamos levar essa estratégia adiante até o jogo de amanhã.
O jantar transcorre sem incidentes e até Bola está tranquilo. A única traquinagem do dia foi jogar na piscina todas as cuecas de Nando e Vico, seus colegas de quarto. Mas o garoto foi pego, como sempre. E foi ele quem caiu na água, de roupa e tudo, para resgatar as tais cuecas.
— Certo, pessoal. Depois do jantar, teremos torneios de poker e sinuca na sala de jogos. Espero todos vocês por lá. – o monitor lança o convite.
Lali dispensa a sobremesa. Há uma urgência em ficar a sós para pensar na vida. Eugenia e Rocío se entreolham, preocupadas. Lali jura que está tudo bem e segue para a praia, sozinha.
— O que acha que está rolando? – Rocío debate com Eugenia, observando Lali caminhar entre o passeio florido.
— Algo que eu já suspeitava. – Euge sustenta uma expressão endurecida.
— Acha que ela está, tipo, ela está…? – Rocío se sobressalta com a possibilidade.
— Sim. Acho que ela está começando a se apaixonar.
— Não! Isso não pode acontecer! – Rocío arregala os olhos, chacoalhando Eugenia pelos ombros. – Não podemos deixar!
— O problema nessa história toda é que eu acho que a Lali ainda não percebeu o que está havendo.
Peter, sem camisa como sempre, observa Euge e Rocio de longe. Procura por Lali entre os alunos do Prisma e não a encontra. Nicolas também não a viu.
— Ela deve ter ido para o quarto. – o pirata se apoia num taco de sinuca, aguardando a vez de jogar.
— Vou procurar por ela, beleza? – Peter avisa.
— Man, lembre-se do que conversamos. Mantenha a estratégia. – Nicolas aponta o taco para o nariz do amigo.
— Beleza, Cabeçudo.
O garoto demora um bocado para localizar Lali. Quando a vê, sozinha, sentada na areia da praia, algo de muito ruim toma conta de seu peito. É um sentimento estranho, quase de infelicidade. Peter ignora a sensação e se encaminha para o local onde ela está.
Lali não percebe a aproximação. O uivo da brisa é alto e contínuo. Seus cabelos estão presos por um elástico colorido, esvoaçando com o vento. Veste um short preto e uma bata branca, caída na lateral do ombro, revelando parte do colo e das costas. O olhar se perde em algum lugar do oceano.
Vazio.
Lali nunca havia sentido o vazio antes. Nem quando seu primeiro namorado partiu sem dizer um tchau. Nem quando Bruno a enganou. Até o dia de hoje, ela não havia se deparado com essa sensação.
Mas o vazio está ali e incomoda. Sufoca-a de forma intermitente. Um desespero toma conta de Lali, uma ânsia que ela não sabe de onde vem. Algo importante está faltando, algo essencial que preencha o vazio.
Peter senta-se ao seu lado, sem dizer uma palavra. Lali não se vira para ver quem é e nem precisa. Já reconhece o cheiro dele a distância.
Abraçada aos joelhos, Lali permanece calada por um longo tempo. Além do ruído da brisa do mar, pode ouvir a respiração cadenciada de Peter ao seu lado. Ela não tem nada para dizer, está com preguiça até de pensar. Mas, por incrível que pareça, o silêncio não incomoda. Ele é bem-vindo para ambas as partes envolvidas.
Após um tempo que não sei determinar, Peter corta o silêncio com sua voz rouca e um tanto preocupada:
— O que está havendo?
— Hum? – Lali está perdida em seu vazio interior, apenas existindo.
— O que está acontecendo com você? Nunca a vi assim. – Peter refaz a pergunta.
— Não está acontecendo nada. – Lali abraça as pernas com mais força.
— Você está triste. – ele conclui.
— É só… deve ser TPM.
— TPM? Isso é um pleonasmo. – Peter ri da própria piada, mas ao perceber que Lali nem se move, fica sério novamente. – Desculpe.
— Você tem razão. Não precisa se desculpar.
Ok, parem tudo. Estrelas: parem de piscar. Mundo: pare de girar. Tempo: pare de correr agora mesmo!
— Está concordando comigo? Está doente? Com febre? – Peter leva a mão à testa de Lali. Antes de tocá-la, ela gira a cabeça para encará-lo. O garoto recua, instintivamente, temendo um tapa, um soco, um cuspe, ou qualquer coisa que envolva violência física. Nada disso acontece.
— O que está fazendo aqui, Peter? Tem um torneio de poker rolando lá dentro. Por que não vai até lá? – o tom de Lali é um poço sem fundo.
— Escute, quer dar uma volta? – Peter faz uma pausa para pensar. – Acabo de me dar conta de que não sei nada sobre você. Estudamos juntos há quanto tempo? Seis meses? – Lali confirma com a cabeça. – Pois, então, só sei que você curte Creedence, odeia pessoas que usem cuecas e é uma CDF.
— Peter, me poupe dos seus jogos essa noite, tá legal? Eu realmente não estou no clima, não estou a fim de me esforçar para humilhá-lo.
— Pensei que era natural, que não precisasse se esforçar para me humilhar. – Peter pega um punhado de areia, observando-a escapar por entre os dedos.
— Só essa noite, está bem? Prometo que amanhã voltarei a odiá-lo com todas as minhas forças.
Peter deixa o restante da areia se esvair. Bate uma mão na outra e se levanta num pulo. Encara Lali antes de lhe estender a mão.
— Uma volta na praia, sem jogos, sem aposta. – Peter aguarda, na mesma posição.
— Por que está fazendo isso? – ela hesita.
— Venha.
Contrariando todos os avisos mentais que gritam “perigo extremo”, Lali aceita a mão de Peter. Enquanto levanta, livra-se da areia no short e nas pernas, seguindo-o até a beira do mar.
Autor(a): Laninha Carvalho
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A água vem e vai, molhando os pés de Lali e Peter. Ela carrega os chinelos com uma das mãos e a outra está no bolso. Os dois caminham preguiçosamente, apenas ouvindo suas respirações. O ruído da brisa finalmente dá uma trégua. Lali estranha suas sensações. Ao invés ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 25
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melinara Postado em 09/06/2015 - 16:22:21
muito bom
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elas10 Postado em 05/12/2014 - 21:50:29
Ansiosa pra saber o q vai rolar na Ilha ....posta mais !!!!!!
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lehlaliter Postado em 02/12/2014 - 11:30:33
Uoww que foda ameiiii continuaa logo amg
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laliteever Postado em 01/12/2014 - 23:26:28
Posta mais um hoje!!!! Serio ta muito bom!! Simplesmente incrível em tudo sua fanfic, parabéns!
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cidinha_rodrigues Postado em 01/12/2014 - 22:28:31
Que saudades!!!!Ameiiiiiiiiii o cap
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laliteever Postado em 01/12/2014 - 22:17:08
Ah meu deus!!! To amando geral a web!!! Leitora Nova só pra deixar claro hehe!! Q isso gente, arrepiei muito, ri alto ak ate kkk'
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elas10 Postado em 30/11/2014 - 08:09:15
Q boa noticia !!!!! Ansiosa para novos capítulos
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lehlaliter Postado em 28/11/2014 - 16:21:49
Uhuuu vc voltou ainda bem ja estava morrendo de saudades de seus capitulos magnificos kkkk então o meu cel é (45) 8835-4844
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lokaloucaporlaliter Postado em 08/09/2014 - 10:22:24
Haaaa isto esta ficando otimo posta maaaaisss porfi perfe.
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rcidinha Postado em 04/08/2014 - 14:00:45
ameeei