Fanfic: A Aposta (Adaptação) | Tema: Laliter
Quatro da tarde.
Um dos monitores se aproxima de Nicolas e Peter, trazendo bolas de tênis e raquetes sobressalentes. Despeja tudo sobre um banco localizado na lateral da quadra e dá as instruções:
— Os monitores desafiaram os professores para um jogo de vôlei de praia. E, como vocês estarão aqui, o jogo vai rolar agora. Ficarão de boa?
— Com certeza. – Nicolas pega uma das bolas e joga para o ar. – Fique tranquilo.
— Precisarão de um juiz, juízes de linha e boleiros. – o monitor continua.
— Já está tudo acertado e eu serei o juiz. – Nicolas pega mais duas bolas e dá uma de malabarista.
— Certo. Qualquer quebra pau, você me chama. Bom jogo para vocês. – e batendo nas costas de Peter, o monitor sai andando.
Lali, com a raqueteira pendendo do ombro, cruza com o monitor que lhe deseja um bom jogo. Ela responde, afirmando que acabará com Peter e o monitor solta uma sonora gargalhada, antes de retomar o seu caminho.
Seguida pelas garotas do Prisma, com exceção das Kibis, Lali traja um vestido lilás da Nike, desses bem curtinhos, especiais para jogar tênis. Por baixo, está usando um biquíni rosa. Nos pés, os tênis desenvolvidos para saibro são tão brancos que chegam a ferir os olhos. Nos pulsos, Lali sustenta duas munhequeiras brancas e na cabeça, uma testeira também branca.
Conforme vai passando, os garotos lhe batem às costas, desejando sorte. Lali fará melhor, jogará como se sua vida dependesse disso. E depende, se pararmos para analisar.
Ela entra em quadra e não se digna a olhar para o adversário. Os estudantes tomam assento na pequena arquibancada, buscando o melhor ângulo para assistirem ao confronto do ano.
Lali abre o zíper da raqueteira, puxando duas raquetes lá de dentro. Analisa ambas, pesando-as de forma impassível. Escolhe a Babolat por ser mais leve e guarda a outra. Confere as cordas e o overgrip. Tudo certo, aparentemente.
Euge e Rocío estão organizando o banco de Lali, deixando duas toalhas de rosto sobre a bancada e conferindo o estoque de água no isopor.
Só então Lali se permite olhar para Peter.
Ele está usando um short azul, meias soquete e um Nike preto detonado para saibro. Como não trouxe raquetes, confere as trazidas pelo monitor, optando por uma da marca Wilson. O cara está sem camisa, para variar.
— Não vai jogar sem camiseta, vai? – Lali vence a distância que os separa e o encara de frente.
— Por que não? Ou meu tórax malhado vai desconcentrar você?
— Rá! Seu tórax depilado vai me fazer rir, seu babaca. – Lali arranca risadas de Euge e Rocío. Até Nicolas curtiu a tirada da garota.
— Vá rindo. Lembre-se de que quem ri por último, ri bem mais gostoso.
— Coloque a camiseta, Peter. – Nicolas joga a vestimenta por sobre o ombro do amigo. Ele a veste. É branca, cavada e deixa o cara incrivelmente sexy.
— Que vença o melhor. – Peter estende a mão para Lali, lançando uma piscadela no ar.
— Ou seja: eu. – Lali rebate com força e olhem que o jogo ainda nem começou.
Nicolas assume posição. Nando e Vico seguem para a linha, serão os juízes assistentes. Bola e Pablo estão atrás dos jogadores, trabalharão como boleiros durante o jogo.
Lali perde no cara ou coroa e a bola é do adversário. Ela então escolhe o lado da quadra. O sol está às suas costas, o que facilitará muito a visão de jogo. Peter se posiciona, verificando as cordas da raquete uma última vez.
— Certo. Terão dez minutos para se aquecerem. Competidores, batendo bola! – Nicolas autoriza.
O bate e rebate é tranquilo, como deve ser. Na arquibancada, cabeças vão para lá e para cá, num movimento robotizado e hipnótico. As mãos de Lali suam mais do que o normal e ela busca o autocontrole através da respiração abdominal, algo que aprendeu nas aulas de judô.
Lali não deveria desviar a atenção da bola, mas vez ou outra, ela se pega olhando para os olhos do adversário. Ele é bom estrategista? Será que possui alguma falha da qual ela possa se aproveitar? Bem, Lali precisará esperar o jogo começar para detectar possíveis falhas no jogo de Peter. Aproveitar-se dos erros do adversário é uma ótima estratégia. Ainda assim, ela acredita que o ataque é sempre a melhor defesa.
Quando o aquecimento chega ao fim, Lali precisa urgentemente de um gole d’água. Tira o elástico do cabelo, prendendo-o novamente, bem firme dessa vez. Eugenia e Rocío acenam da arquibancada e Lali permanece inalterada, totalmente concentrada.
Nicolas conversa com os jogadores deixando claro que as regras do tênis são válidas. Serão 3 sets de 6 games cada. O pirata jura a Lali que não vai roubar.
Peter respira fundo, batendo a bola no chão. Ele mira a adversária, lançando um beijo no ar. Lali finge cuspir e esmagar o beijo com a ponta do tênis. O cara não se aguenta e cai na risada.
Lali arqueia as costas e ginga para lá e para cá, aguardando. Peter continua batendo a bolinha amarela no chão. Uma, duas, três batidas. Seus olhos vagueiam pela arquibancada e se detém em Paula. Ela acena com a cabeça e a máquina fotográfica balança em seu pescoço cheio de colares.
Concentração, Peter!
Certo, o garoto volta sua atenção para a bola. Esse movimento de vai e vem da pelota o mantém focado, desanuviando os pensamentos de qualquer outra coisa que não seja o jogo que está prestes a ser iniciado.
Peter está pronto. Agora é para valer.
Ele lança a esfera amarela para cima e respira fundo ao mesmo tempo. Quando a bolinha começa a cair, o garoto solta o ar de uma só vez, batendo com força, colocando a bola em jogo.
O primeiro set finalmente começa.
Lali recebe e rebate de leve. Peter devolve. Ela precisa correr, mas alcança a bola e manda uma cruzada. O garoto é pego no contrapé e Lali vibra ao garantir o primeiro ponto da partida.
Peter se posiciona e bate a bola no chão novamente. Segundo saque. Preciso. Lali rebate mandando a bola para o fundo da quadra. Ele devolve. Ela rebate. Ele devolve. Ela rebate.
O ponto é disputado a raquetadas e Peter vira o jogo mandando uma bomba. Juro, nem vi a cor da bola. Mas Lali vê e com uma velocidade surpreendente, se estica toda e recupera, devolvendo uma bola alta para a quadra de Peter.
O garoto, juntando toda a sua força e fúria, dá uma cortada fenomenal, um smash perfeito que tira Lali da jogada. Ponto para Peter.
É nesse clima de disputa acirrada que o game continua. Lali salva bolas incríveis e Peter possui uma técnica apurada. Fica difícil definir um vencedor, pois nesse ritmo, tudo pode acontecer.
Lali joga a raquete longe quando Peter acerta um poderoso e cheio de efeito topspin. O garoto ri, deixando Lali desconcertada. Ela mostra o dedo do meio e recebe uma advertência do árbitro por abuso de equipamento. Pela primeira vez na partida, Lali não tem certeza de que poderá vencer Peter.
Ele inicia o quarto round – sei que não é luta livre, mas estamos bem próximos disso – com um ace que desconcentra Lali. Antes que destrua uma nova raquete, ela trinca os dentes e cerra os punhos em torno da empunhadura, enfurecida. Ela precisa ganhar esse jogo, custe o que custar.
A garota se concentra quando o segundo serviço de Peter chega, cheio de efeito. Lali não consegue virar o jogo e faz um approach fora de hora. Por sorte, o voleio é perfeito e Lali converte.
Não está nada fácil, vou dizer isso a vocês. Lali sua em bicas. A camiseta de Peter está colada ao corpo e o sol começa a dizer “tchau, galera, até amanhã”. Mas o acaso está tão demorado que, sinceramente, acredito que o astro esteja doido para saber quem será o vencedor da partida.
O vôlei entre monitores e professores já terminou. Deram uma passada na quadra de tênis antes de se dirigirem para os quartos. Esse jogo de vida ou morte promete avançar até a noite.
Entre backhands, topspins, forehands, smashs, volleys, aces e quebras de serviço, o jogo se desenvolve ferozmente. Se Peter vencer o próximo game, será o vencedor.
A água desce queimando pela garganta ressequida de Lali. O restante da água, ela joga na nuca e molha a testa. Euge está fazendo um curativo no dedão da amiga, que está bem esfolado. Peter, do outro lado da quadra, não está muito diferente. Ele luta para respirar e se manter em pé. O desafio já dura quase duas horas e seus músculos estão gritando por descanso.
— É a hora da verdade. – Nicolas massageia os ombros tensos de Peter.
— Se eu não ganhar agora, não conseguirei continuar jogando. Teremos que deixar para amanhã, sério. – Peter geme quando Nicolas afunda os dedos em seu ombro direito.
— Essa partida termina hoje, beleza? Concentração, meu camaradinha!
Voltando ao outro lado da quadra, Euge arremata o curativo no dedão de Lali. A garota está um trapo, um lixo ambulante.
— Eu vou perder, não acredito. – ela leva a mão à testeira, arrancando o acessório.
— Não perderá coisa nenhuma. Foco, Lali. Entre nessa quadra para ganhar! – Rocío incentiva.
— Lei da atração. Busque forças sei lá eu onde e acabe com o Peter. – Eugenia estende uma toalha para Lali. – Você precisa vencer, entendeu? Diga que entendeu!
— Certo, entendi.
Lali e Peter se encaram. Os holofotes da quadra já estão acesos. As pessoas começam a se inflamar nas arquibancadas com a possibilidade do fim do jogo. Para entreter essa turma, a cozinha do hotel descolou baldes de pipoca e refris trincando de tão gelados.
Lali sacode os braços, passando a raquete de uma mão à outra. Ela precisa ganhar, precisa! O acordo foi que se Peter perdesse, a escravidão seria imediata. E se Peter ganhasse, bem, nesse caso, o beijo também seria imediato, na frente de todos. Só de pensar nisso, Lali xinga baixinho.
O jogo recomeça.
A cada bola que rebate, Lali sente que o corpo vai se quebrar ao meio. A cabeça lateja, os braços estão queimando e o dedo esfolado incomoda muito.
Peter solta o braço e manda uma bola curva, daquelas indefensáveis. Lali não deixa barato. Se joga no chão e recupera, mas não é o suficiente. Quarenta a quarenta. Iguais. Lali precisa da vantagem a qualquer custo.
O jogo continua. O ar está tenso, úmido e raios riscam o céu. Vem chuva por aí. Lali manda uma paralela veloz, mas Peter não deixa por menos, devolvendo de bate-pronto.
Bate............................Rebate
Bate............................Rebate
Bate............................Rebate
Bate............................Rebate
Bate............................Rebate
Ai, cansei. E não sou só eu. Lali hesita quando a bola volta para sua quadra, as pernas não respondem. Peter está com a vantagem e nem assim comemora, ele não tem forças para isso.
E Nicolas quer jogo!
Os boleiros já foram trocados três vezes. Os caras estão mortos, literalmente falando. A galera na arquibancada está tensa. Alguns estudantes já foram e voltaram e o jogo desenrola.
A possibilidade do match point deixa Peter desperto. Lali respira de forma rápida e imprecisa. Ela está apavorada! Precisa tirar a vantagem de Peter ou então, game over.
A pequena bolinha amarela apanha muito! De lá para cá, de cá para lá, de lá para cá. Peter bate colocado e Lali não deixa barato, virando o jogo a todo o momento. Vai e vem, vem e vai, vai e vem e então, Peter avança e ao invés de dar uma porrada na bola, dá uma deixadinha, um drop shot.
Acabou, galeraaaaaa! Peter é o vencedor!
Autor(a): Laninha Carvalho
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 25
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melinara Postado em 09/06/2015 - 16:22:21
muito bom
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elas10 Postado em 05/12/2014 - 21:50:29
Ansiosa pra saber o q vai rolar na Ilha ....posta mais !!!!!!
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lehlaliter Postado em 02/12/2014 - 11:30:33
Uoww que foda ameiiii continuaa logo amg
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laliteever Postado em 01/12/2014 - 23:26:28
Posta mais um hoje!!!! Serio ta muito bom!! Simplesmente incrível em tudo sua fanfic, parabéns!
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cidinha_rodrigues Postado em 01/12/2014 - 22:28:31
Que saudades!!!!Ameiiiiiiiiii o cap
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laliteever Postado em 01/12/2014 - 22:17:08
Ah meu deus!!! To amando geral a web!!! Leitora Nova só pra deixar claro hehe!! Q isso gente, arrepiei muito, ri alto ak ate kkk'
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elas10 Postado em 30/11/2014 - 08:09:15
Q boa noticia !!!!! Ansiosa para novos capítulos
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lehlaliter Postado em 28/11/2014 - 16:21:49
Uhuuu vc voltou ainda bem ja estava morrendo de saudades de seus capitulos magnificos kkkk então o meu cel é (45) 8835-4844
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lokaloucaporlaliter Postado em 08/09/2014 - 10:22:24
Haaaa isto esta ficando otimo posta maaaaisss porfi perfe.
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rcidinha Postado em 04/08/2014 - 14:00:45
ameeei