Fanfic: A Aposta (Adaptação) | Tema: Laliter
Finalmente a chuva prometida despenca dos céus, mas ninguém arreda o pé da quadra, todos aguardam ansiosos pelo desfecho do desafio. E que disputa meus amigos!
Peter luta em busca de ar. Não ousa comemorar a vitória para não piorar ainda mais a situação. Imagina que Lali esteja furiosa e não quer acordar o furacão que existe dentro dela.
Do outro lado da quadra, a garota olha para o nada, apática. Seus braços estão caídos rentes ao corpo, a cabeça da raquete tocando o saibro. Inconformada, ela solta o equipamento e arranca as munhequeiras.
A chuva é fininha e morna, mas não lava a alma de Lali. Desconsolada, ela mira as mãos trêmulas após o vigoroso esforço. Não se conforma por ter perdido o jogo.
A turma invade a quadra, cobrando o pagamento da aposta. Lali ouve o murmurinho lá longe, como se estivesse a quilômetros de distância. Bem que ela gostaria de estar.
Eugenia estende uma garrafa d’água.
— Não acredito que perdi. – Lali solta a frase num tom de desabafo.
— Você lutou até o fim, nunca vi um jogo desses na minha vida. – Rocío toca o ombro da amiga, consolando-a.
— Beba essa água. É para dar coragem. – Euge incentiva.
— Euge! – Rocío estressa. – Você não está ajudando!
— A Euge tem razão. Agora terei que pagar a aposta. – sem parar para respirar, Lali mata todo o conteúdo da garrafa. Ainda não teve coragem de olhar para Peter. Sente como se o mundo estivesse em suspenso, aguardando. Bem, se o mundo está aguardando eu não sei, mas eu e toda essa galera estamos!
— Acabe logo com isso. – Rocío pega a garrafa vazia das mãos de Lali. – Vá lá e pague logo essa aposta.
Vencida, destroçada e humilhada, Lali se põe a caminhar, cabisbaixa. Peter do outro lado da rede, joga a cabeça para trás e deixa a água da chuva eliminar o excesso de suor do rosto. Ele sente como se tivesse sido atropelado por um Hummer.
Lali se aproxima e lhe estende a mão, como adversários costumam fazer. O cumprimento de Peter é frouxo. Assim como Lali, ele também está com todos os músculos enfraquecidos.
— Nunca vi ninguém jogar como você. – Peter afirma, apoiando-se no ombro de Nicolas.
— Não foi o suficiente. – ela faz uma força descomunal para não sair correndo. Bem, como poderia? Suas pernas não obedeceriam ao comando “corra, agora”.
— O que querem fazer? A aposta precisa ser paga e a galera está impaciente. – Nicolas limpa a garganta, temeroso com a reação de Lali.
— Aposta é aposta. E eu costumo cumprir minha palavra. – Lali deseja que um raio lhe caia na cabeça nesse exato momento.
— Tem certeza disso? Olhe, se você não quiser, por mim tudo bem. – Peter se apressa em dizer.
— Eu tenho palavra, Peter. Fiz a besteira de apostar, não foi? Agora cumprirei minha parte no acordo.
Eugenia puxa Nicolas de lado. A chuva pinica a pele e todos estão ensopados. Um raio abre o céu em duas partes, iluminando-o de maneira fantasmagórica. Logo o barulho do trovão se faz ouvir, retumbando fundo e sacudindo as estruturas.
— Dê espaço a eles. Mantenha essa galera fora da quadra. – Euge sussurra no ouvido do pirata.
— Concordo. – Nicolas então providencia o que Eugenia pediu.
Lali e Peter se encaram, demoradamente. Ela sente como se seus ossos tivessem se transmutado em gelatina. O rosto pega fogo e as mãos estão geladas, ainda trêmulas. O coração batuca acelerado e os joelhos bambeiam quando ela pensa no que acontecerá nos próximos minutos.
— Se não quiser pagar a aposta, não precisa. – Peter reitera.
— Se eu tivesse ganhado o jogo, você pagaria a aposta, certo? E olhe que eu pensei em fazer barbaridades com você. – Lali força um sorriso.
— Sério mesmo? Bom – Peter faz uma pausa –, eu aguentaria a pressão.
— Também aguentarei. Não quebro fácil, Peter, acho que já provei isso.
Após enxotar a turma para fora da quadra, Nicolas mira o relógio de pulso. Meninos e meninas permanecem de pé na arquibancada, num entusiasmo que não foi visto durante o jogo. Esse pessoal adora um babado forte.
— Vai mesmo levar isso adiante? – Euge pergunta para uma abatida Lali.
— Não sou de fugir, você me conhece. – a amiga responde, tristemente.
— Um minuto, correto? – Nicolas aperta uma tecla no relógio de pulso, acendendo o cronômetro.
— Um minuto. – Lali confirma, sentindo-se fraquejar.
— Ok. Em suas marcas. – Nicolas aguarda. Lali se aproxima de Peter o suficiente. – Preparar. – Peter abaixa a cabeça e sente um frio esquisito na barriga. Os lábios estão tão próximos que Lali inspira a expiração dele. – Já!
As bocas se tocam. No início, de maneira tímida, comportada. Os lábios de Peter a envolvem com doçura e Lali sente choques elétricos percorrerem toda a extensão da pele.
A barba por fazer massageia o rosto de Lali, sem arranhar. Passados alguns segundos, a garota é tomada por uma força do além e ela deseja mais, anseia por tudo.
Peter sente o mesmo frenesi. As mãos que estavam ao lado do corpo, rasgam a chuva e se enlaçam à cintura dela, trazendo-a para mais perto. Lali envolve o pescoço dele, seus dedos se agarrando fortemente aos cabelos ensopados do garoto.
É para ser um beijo de língua, confere?
Sim! As línguas invadem a cena num duelo intenso e Lali vasculha cada centímetro da boca de Peter, sentindo-se preenchida, completa.
O cara está maluco, a ponto de entrar em combustão espontânea. Arqueia o corpo para frente e tomba a cabeça de lado, buscando aplacar a sede intermitente. Ávido, selvagem, inflamado.
E os segundos vão passando.
Lali se esquece por completo da plateia. Neste momento só os dois existem. A chuva continua a cair, tão fininha que não chega a atrapalhar. Peter investe mais fundo e Lali sente o corpo em chamas. O coração enlouquece dentro do peito e ela se dá conta de que está frágil, entregue, completamente perdida.
Peter a segura como se não fosse soltar nunca mais. Ele não quer que acabe, não quer que o minuto passe. Mas passará e tudo voltará a ser como era antes. Ou não?
— Ok. Aposta cumprida! – Nicolas grita e a galera vaia, querendo mais, muito mais!
É difícil pararem de se beijar. Lali precisa se afastar um pouquinho e Peter, ainda de olhos fechados, arfa em busca de ar. Ela ouve um gemido? Sim, ele deixa um gemido escapar da garganta.
Quando seus olhos finalmente se abrem, encara Lali, desconcertado. O melhor beijo da vida dele acaba de acontecer. E se fizermos uma continha básica, Lali está com tudo hein! O cara já beijou trinta e duas bocas até hoje.
Finalmente a ficha cai e a garota retorna para a Terra. Seus olhos se umedecem e ela cambaleia, abalada. Ainda com os braços entrelaçados ao pescoço de Peter, Lali esconde o rosto no ombro dele. Ele a abraça mais forte quando a escuta soluçar.
— Nicolas, tire essa galera daqui. – Peter cola os lábios à testa de Lali, cerrando as pálpebras.
— Considere feito, man. – Nicolas parte para o alambrado, aos gritos. – Acabou o show, moçada, todos voltando para os quartos! Tomem banho direitinho que já é hora do jantar, beleza? Bora, galera, mexendo esses traseiros aí. E, Paula, pare de fotografar, o show acabou, não ouviu?
— Vá se ferrar, Cabeçudo!
Eugenia e Rocío se entreolham, petrificadas. Não sabem o que fazer para ajudar a amiga. Talvez não haja nada a ser feito.
Lali e Peter continuam abraçados, ela soluçando e ele apertando-a com mais força contra o peito, sentindo um nó na garganta.
— Me desculpe. – ele sussurra.
— Eu fui humilhada. – ela diz para si mesma, o som de sua voz abafado pela camiseta dele.
— Não foi humilhada. – ele discorda.
— Não acredito que deixei isso acontecer. – Lali se afasta e soca o peito de Peter.
— Pare com isso. – ele segura as mãos dela, delicadamente.
— Você foi cruel, Peter. – Lali se desvencilha daqueles braços fortes, enxugando as lágrimas com raiva. – Eu odeio você.
Lali assume uma postura endurecida, mas a verdade é que está se sentindo vulnerável. Peter a prende com os olhos e ela precisa fazer uma tremenda força para se soltar.
Eugenia se aproxima, enganchando-se no braço da amiga, puxando-a para longe de Peter:
— Venha, vamos sair daqui.
— Foi uma aposta, Lali, mas você tinha escolha. – desolado, ele afirma acima do barulho da chuva.
— É, eu sei, sou uma idiota. – Lali fala por sobre os ombros, dirigindo-se para a saída da quadra.
O garoto pega a raquete do chão e encara o equipamento fixamente. O olhar matador do cara já diz tudo e Nicolas recua alguns passos, não quer correr o risco de tomar uma raquetada nas ideias.
— Peter?
— Ela vai me odiar para o resto da vida. – ele divaga num balbucio.
— É claro que não. Foi uma aposta, cara. E você deu alternativas, ela beijou porque quis.
— Não é bem assim, eu peguei pesado. – Peter passa a raquete de uma mão para a outra.
— Na boa, essa aposta não foi nada do outro mundo. Amanhã isso já estará esquecido, confie em mim. – Nicolas tenta confortar.
— Tudo isso é culpa dessa maldita Kibi dos infernos. – trincando os dentes e reunindo a pouca força que lhe resta, Peter lança a raquete longe. O objeto gira no ar e a ponteira finca como uma estaca no alambrado verde.
— Puta merda! Que tiro certeiro, meu irmão!
— Não serei mais chantageado, Cabeção. Essa história termina hoje mesmo!
Autor(a): Laninha Carvalho
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 25
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melinara Postado em 09/06/2015 - 16:22:21
muito bom
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elas10 Postado em 05/12/2014 - 21:50:29
Ansiosa pra saber o q vai rolar na Ilha ....posta mais !!!!!!
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lehlaliter Postado em 02/12/2014 - 11:30:33
Uoww que foda ameiiii continuaa logo amg
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laliteever Postado em 01/12/2014 - 23:26:28
Posta mais um hoje!!!! Serio ta muito bom!! Simplesmente incrível em tudo sua fanfic, parabéns!
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cidinha_rodrigues Postado em 01/12/2014 - 22:28:31
Que saudades!!!!Ameiiiiiiiiii o cap
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laliteever Postado em 01/12/2014 - 22:17:08
Ah meu deus!!! To amando geral a web!!! Leitora Nova só pra deixar claro hehe!! Q isso gente, arrepiei muito, ri alto ak ate kkk'
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elas10 Postado em 30/11/2014 - 08:09:15
Q boa noticia !!!!! Ansiosa para novos capítulos
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lehlaliter Postado em 28/11/2014 - 16:21:49
Uhuuu vc voltou ainda bem ja estava morrendo de saudades de seus capitulos magnificos kkkk então o meu cel é (45) 8835-4844
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lokaloucaporlaliter Postado em 08/09/2014 - 10:22:24
Haaaa isto esta ficando otimo posta maaaaisss porfi perfe.
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rcidinha Postado em 04/08/2014 - 14:00:45
ameeei