Fanfic: A Aposta (Adaptação) | Tema: Laliter
Depois do resgate e de ouvirem um baita sermão dos professores, os quatro estudantes ensopados seguiram para seus respectivos quartos. Lali toma um banho fervendo, com Euge e Rocío sentadas no chão, ouvindo toda a narrativa.
— Ainda não entendi o que a Paula e o Bola estavam fazendo ali. Isso está muito estranho. E você disse que teve a impressão de estarem sendo seguidos. – Euge conjectura.
— Também achei muito estranho. E como eu disse, eles estavam algemados. – Lali abre a tampa do condicionador, espalhando o conteúdo nos cabelos. – Que eles estavam nos seguindo, disso eu tenho quase certeza. A pergunta é: por quê?
— A Kibi é louca pelo Peter, acho que ela faria qualquer coisa para tê-lo de volta. Ou então, abriria as portas do inferno para que ninguém pudesse ficar com ele. – Rocío recosta no azulejo frio do banheiro.
— Ela estava seguindo o Peter e a Lali para ver o que iria acontecer entre eles, é isso? – Euge lança a pergunta em meio à névoa esbranquiçada.
— É a única explicação. – resume Rocío.
— Eu sei lá e pouco me importa. A única coisa que quero é comer, estou morta de fome.
~~***~~
O dia nasce com um sol brilhante, em meio à nuvens esparsas. Camila e Vico foram os vencedores da Caça ao Tesouro e acompanhados por dois instrutores, executam manobras radicais a bordo de Jet skis, fazendo inveja para todos os estudantes do Prisma.
Lali, Rocío e Eugenia já estão com suas bolsas de praia a tiracolo, aguardando a escuna chegar ao píer. O almoço da galera acontecerá em uma ilha próxima, a meia hora da Ilha Inamorata.
Peter e Nicolas estão posicionados, aguardando Bola chegar à praia. Quando finalmente dá as caras, os garotos se jogam em cima dele, arrastando-o para um local longe das vistas curiosas.
— O que está aprontando, Bolota? – Peter interpela, impaciente.
— O quê? Do que você está falando?
— Não se faça de besta. Ande logo, conte o que está aprontando com as Kibis. – Nicolas aperta o pescoço do garoto com força. – Está dando uma de agente duas caras, é isso? Leva e traz? Moleque de recados?
— Qual é, Nicolas, eu nunca faria isso com vocês. – Bola está ficando vermelho e sem ar.
— Você e a Paula estavam nos seguindo na trilha ontem, não estavam? – Peter pergunta, com cara de quem vai matar alguém. – Anda, responde!
— Estou sem ar. – a voz do garoto é apenas um sopro.
— Solte ele, Nicolas. – Peter toca o braço do amigo, fazendo-o soltar o pescoço de Bola.
— Galera, juro, eu não fiz nada. – Bola choraminga.
— Meu irmãozinho, desde que chegamos na ilha você aprontou muito pouco. E isso só quer dizer uma coisa: você está ocupado com algo mais importante. – Nicolas faz pausa para respirar. – Das duas uma: ou você virou um maricas ou está de conluio com as Kibis.
— Nicolas, Peter, caras… eu não fiz nada errado, juro para vocês!
— Resposta errada. Você sempre está aprontando alguma. – Peter chega mais perto e Bola recua dois passos. – Se eu souber que você está metido com as Kibis, juro por Deus, encho você de porrada!
— Caramba, Peter, pega leve. Tô falando, podem confiar em mim, juro por Deus. – Bola cruza os dedos às costas. Nem Peter, nem Nicolas percebem a manobra.
— Ei, vocês, a escuna chegou! – Pablo grita na direção dos três.
— Se tem algo para nos contar, que seja agora. – Nicolas ruge, enfurecido. – Estou dando uma chance a você, Bola.
— Já disse, sou inocente.
Peter e Nicolas se entreolham. Nenhum dos dois acredita em Bola, mas a partir de agora, ficarão espertos com o garoto.
— Vai, vaza. – Nicolas dá um tapa na nuca de Bola e o garoto sai correndo.
— Não acreditei em uma palavra. – Peter lança um olhar matador para o nada.
— Nem eu, man. De agora em diante, ficaremos de olho nele.
~~***~~
A bordo da escuna, as meninas fritam no sol e os garotos jogam truco. Lali está afastada da turma, sentindo o vento nos cabelos e uma liberdade gostosa, dessas que poucas vezes sentimos.
Peter se aproxima, sem ser notado.
— Um milhão pelos seus pensamentos.
— Um milhão de quê? Me disseram que seu pai cortou a sua mesada. – Lali ironiza, sem olhar para trás.
— Que tal um milhão de beijos? É a única moeda de troca que tenho no momento.
Peter arranca uma gargalhada de Lali. Ela gira nos calcanhares para encará-lo, já sabendo o que irá encontrar: um sorriso debochado naqueles lábios altamente sugestivos.
Mesmo com os óculos de sol, Lali precisa colocar o braço à frente do rosto para fitar um Peter sem camisa. O mal tempo foi embora e a previsão afirma que é em definitivo, até o final da viagem.
— E então? Em que está pensando? – ele insiste.
— Nos lugares que ainda não conheço, nas viagens que quero fazer. – Lali faz uma pausa, olhando para os chinelos coloridos que Rocío emprestou. – Por que isso importa?
— Tudo o que diz respeito a você é importante para mim.
— Rá! Você realmente quer perder os dentes, não é? Pare de me zoar, tá legal?
— Não estou brincando. – Peter chega mais perto e Lali dá um passo atrás, batendo com as costas no parapeito da embarcação. – Me diga, que lugar quer muito conhecer e ainda não conhece?
— Paris. – ela responde, com ar distraído.
— Paris? La ville lumière?
— Ah, não. Você fala francês. – Lali revira os olhos, com desdém.
— É a linguagem do amor, sabe como é.
— Como você é óbvio, Peter. – ela rebate, estalando a língua no alto da boca.
— Je ne suis pas pardi. D’ailleurs, tu sais que tu es très belle, aujourd’hui?
— Acha que estou linda hoje? Sério mesmo? – Lali manda muito bem no francês.
— Putz grila! – o cara é pego no contrapé. – Fala francês? Por que não me disse?
— Tu ne m’as pas demandé, con.
— Hahahahaha. Lali, você é uma caixinha de surpresas.
— E como eu disse, você é o cara mais óbvio que conheço. – ela gira sobre os chinelos e suspira profundamente. Peter entende a deixa, mas não desiste de aporrinhar.
— Que lugar mais a atrai em Paris? – ele pergunta, entre os cabelos esvoaçantes de Lali.
— Podemos até conversar civilizadamente se você largar de ser um otário.
— Tudo bem. O otário sai e o legal entra em cena. Pronto, podemos conversar. – ele faz uma pausa. – E então? O que quer conhecer em Paris?
Lali bufa alto antes de responder, num rugido:
— O Louvre.
— Tantas coisas para conhecer em Paris e é o Louvre que chama a sua atenção? – Peter se posiciona ao lado de Lali. Alisa os cachos para trás e aguarda uma resposta à provocação.
— Quero ver a pirâmide de vidro de perto. Pode até ser que eu chore de emoção. – Lali entra em devaneios, afastando os cabelos que teimam em voar para o rosto. – Algo me diz que o Louvre é um lugar mágico. – então, se dá conta de com quem está dialogando e completa: – Vai me zoar?
— É claro que não. Aliás, poderíamos ir juntos a esse lugar mágico. Prometo enxugar suas lágrimas. – Peter sorri, acompanhando a reação de Lali de rabo de olho.
— Poxa, não dá mesmo para manter uma conversa normal com você. – ela se inflama de raiva.
— Estamos tendo uma conversa normal. – ele retruca, indignado.
— Não estamos não. E quer saber? Dê o fora daqui antes que meu joelho de ferro entre em ação!
— Ei, Peter, venha tocar algo para nós! – Nicolas grita, com o violão em mãos.
— Bem, fui salvo pelo gongo. – curvando-se perante Lali, finaliza de maneira teatral: - Ma chérie, enchantée de te parler. Au revoir.
~~***~~
A Ilha da Sereia é um lugar mágico, cercado por uma atmosfera aconchegante e rústica. As principais atividades da pequena ilha são a pesca, o artesanato e o turismo.
Um dos únicos restaurantes do lugarejo localiza-se à beira-mar. Esse é um local alto astral, bucólico e supercolorido. É o típico lugar em que você se sente abraçado ao entrar.
Após o almoço, Lali dá de cara com o violão de Peter sobre uma mesa e tomada por uma urgência do além, toca as cordas com a ponta dos dedos, sentindo-se arrepiar. A energia de Peter emana do instrumento. Rocío e Euge se entreolham, aos pulinhos.
— Toque para nós, Lali. – Eugenia pede, com olhos brilhando em excitação.
— Não na frente dessa galera. – Lali recua.
— Podemos ir ali, naquele cantinho. – Rocío aponta para um lugar mais distante, uma espécie de bangalô sobre um tablado de madeira.
— Ah, Lali, por favor! – Euge implora.
— Ei, Nicolas! – Lali chama. – Posso pegar o violão do Peter emprestado?
— Vai quebrar na cabeça dele? – o pirata arregala os olhos.
— Não, Cabeçudo! Ela vai tocar para nós. – Euge intervém. – Acha que o Peter ficará bravo?
— Bom, se a cabeça do cara ficar inteira, acho que não tem problema algum. – Nicolas libera o violão e as amigas se encaram, sorrindo.
~~***~~
Quando Peter sai do mar, leva as mãos aos cabelos, livrando-se do excesso de água. Com os olhos cerrados, sente uma vibração chegar aos ouvidos: uma voz melodiosa acima de duas outras. São vozes femininas, ao som de um violão.
As pálpebras de Peter se abrem, procurando. Petrifica no lugar quando vê a cena, para variar, em câmera lenta:
Euge e Rocío estão sentadas sobre futons, elevadas por um tablado. Seus corpos vem e vão, acompanhando o ritmo ditado pelo violão. Lali, sentada ao meio, toca com uma palheta em punho, os acordes tomando vida a cada batida.
E a voz, o que dizer da voz? Seria Lali uma sereia disfarçada? Peter está sentindo um chamado quase insuportável, um clamor que grita para que ele se aproxime. Antes que comece a caminhar, quase flutuar em direção à voz, Nicolas dá um tapa no ombro do cara, trazendo-o de volta à realidade.
— Tudo bem eu ter emprestado o violão para as meninas? – é a segunda vez que Nicolas faz a pergunta.
— Oi?
— Se liga, Peter! Está com a cabeça onde, meu camarada?
— Desculpe, Cabeçudo. O que foi?
— Tudo bem eu ter emprestado o seu violão? Quer que eu faça mímica?
— Ah, isso. Sem problemas. – Peter responde, de forma casual. Seus olhos retomam o caminho até o tablado e ali se fixam, vidrados.
— Peter? Você está de boa? – Nicolas corta a visão do amigo com a palma da mão. – Ai, meu bom God! O que é isso que eu vejo?
— Hum? – Peter ouve a voz de Nicolas lá longe.
— Meu irmão, você está gamadão! Cara, não acredito nisso! Como eu não percebi antes?
— O quê? – Peter se sobressalta. – Cale a boca, Cabeça, não é nada disso.
— Juan Pedro Lanzani, você está perdidamente apaixonado, meu camaradinha. Juro que não imaginei que viveria para ver essa cena.
— Nicolas, enlouqueceu? – Peter sussurra, olhando para os lados.
— Qual é, Peter, eu sou seu brother! Se não contar para mim, vai contar para quem?
— Não estou apaixonado, tá legal? – Peter sustenta uma expressão nervosa, quase desesperada.
— Peter, sabe que pode me contar qualquer coisa, não sabe?
— Nicolas, no dia em que eu me apaixonar, você será o primeiro a saber.
Autor(a): Laninha Carvalho
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 25
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melinara Postado em 09/06/2015 - 16:22:21
muito bom
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elas10 Postado em 05/12/2014 - 21:50:29
Ansiosa pra saber o q vai rolar na Ilha ....posta mais !!!!!!
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lehlaliter Postado em 02/12/2014 - 11:30:33
Uoww que foda ameiiii continuaa logo amg
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laliteever Postado em 01/12/2014 - 23:26:28
Posta mais um hoje!!!! Serio ta muito bom!! Simplesmente incrível em tudo sua fanfic, parabéns!
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cidinha_rodrigues Postado em 01/12/2014 - 22:28:31
Que saudades!!!!Ameiiiiiiiiii o cap
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laliteever Postado em 01/12/2014 - 22:17:08
Ah meu deus!!! To amando geral a web!!! Leitora Nova só pra deixar claro hehe!! Q isso gente, arrepiei muito, ri alto ak ate kkk'
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elas10 Postado em 30/11/2014 - 08:09:15
Q boa noticia !!!!! Ansiosa para novos capítulos
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lehlaliter Postado em 28/11/2014 - 16:21:49
Uhuuu vc voltou ainda bem ja estava morrendo de saudades de seus capitulos magnificos kkkk então o meu cel é (45) 8835-4844
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lokaloucaporlaliter Postado em 08/09/2014 - 10:22:24
Haaaa isto esta ficando otimo posta maaaaisss porfi perfe.
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rcidinha Postado em 04/08/2014 - 14:00:45
ameeei