Fanfics Brasil - A Teoria de Christopher Despedida de Solteira-Adaptada

Fanfic:  Despedida de Solteira-Adaptada | Tema: Adaptada Vondy


Capítulo: A Teoria de Christopher

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Senti uma coisa estranha se remexendo. Abri os olhos devagar, e percebi que estava sendo
carregada pelo Christopher. Ele me envolvia completamente em seus braços, como se eu fosse uma criança
indefesa.
- O que está fazendo? – murmurei.
Christopher mirou seus lindos olhos em mim, tornando a fazer a caretinha deliciosa.
- Você dormiu no sofá, vou te colocar na cama.
- Não... – Movi minhas pernas, tentando desvencilhar-me, mas não consegui. – Não precisa,
ponha-me no chão.
- Estamos chegando.
Um segundo depois, já estava deitada em algo muito confortável. Olhei ao redor, observando o
quarto. Estava meio desnorteada, provavelmente por causa do efeito da bebida. Sentia-me um pouco
tonta.
Christopher pegou um edredom macio e me cobriu, cuidando para deixar os meus pés bem
aquecidos. Logo em seguida, curvou-se e me encarou de perto. Quase morri. Meu coração iniciou
uma batida frenética enquanto observava o seu rosto.
- Tem algo mais que possa fazer pela senhorita? – perguntou, sussurrante.
Alguma parte consciente de mim havia escutado a pergunta, porém eu estava tão absorta no
desenho dos olhos dele, que simplesmente não encontrei forças para responder.
- A senhorita está bem?
Aquiesci, balançando a cabeça.
- Precisa de alguma coisa?
- Não... Não sei se vou conseguir dormir – admiti. E era verdade. Quando ele me deixasse
sozinha, o que eu ia fazer? Começar a pensar sem parar como sempre faço quando estou prestes a
dormir? Sabia que, se começasse a refletir, iria embora daquele lugar antes mesmo de amanhecer.
- Perdeu o sono? – Ele fez a careta de novo. Ai, meu Deus...
- Você... Poderia fazer aquela massagem de novo? Só até eu dormir... – pedi, meio relutante.
Na verdade as palavras saíram da minha boca como se não me pertencessem. A última coisa que
queria, naquele momento, era dar vazão aos meus pensamentos racionais e extremamente calculados.
- Será um prazer – disse Christopher, sentando-se na cama e descobrindo as minhas pernas. Com um
movimento preciso, apoiou meus pés e contracenou os mesmos movimentos deliciosos que havia
feito na sala. Desta vez, fiquei o observando. Ele não me olhou nem por um segundo, apenas mantinha
concentração no que fazia.
A sensação de relaxamento era incrível, mas, por algum motivo desconhecido, não consegui
fechar os olhos. Observei cada toque, amoleci em cada ponto crítico que Christopher me massageava. Vi
quando estendeu a massagem para a região da minha panturrilha de um modo fantástico. Admirei
cada detalhe, tocada por um silêncio extremo. Não ouvia música vinda do quintal, provavelmente a
festa já tinha acabado. Pudera, com um olhar de relance para a varanda, percebi que não tardaria a
amanhecer.
- Ainda não dormiu? – Christopher sussurrou depois de um tempo incalculável, e seu hálito soprou
meus pés. Confesso, cada centímetro do meu corpo tremeu.
- Desculpa. Pode se recolher, vou ficar quietinha esperando o sono chegar.
- Sou seu por tempo integral, até o domingo – ele respondeu, com os olhos fixos nos meus.
De repente, aquilo ficou demais para mim. Puxei minhas pernas para longe dele, deixando suas
mãos no ar.
- Christopher... Vá embora, por favor. É sério, quero dormir em paz.
- Tem certeza de que este é o seu maior desejo?
- Meu maior desejo não lhe interessa. – Fui grossa de propósito. – Quero que me respeite, eu
vou me casar.
- Peço perdão se por algum milésimo de segundo tenha deixado parecer que eu agi
desrespeitosamente com a senhorita. Meu dever primordial é proporcionar prazer e diversão,
portanto se...
- Já disse – interrompi. – Não me divirto com este tipo de coisa. Não tenho desejos secretos,
fantasias, nem nada que não possa fazer com o meu futuro esposo.
Christopher me encarou seriamente. Não parecia contrariado, balançado ou qualquer outra coisa. Sua
expressão era calma, inalterável.
- Fico muito feliz pela senhorita. Tenho certeza de que será extremamente bem sucedida em seu
casamento.
- Sim, serei – murmurei, um pouco vacilante. De verdade, sua sentença foi tão definitiva que
meu único fio de raciocínio se permitiu duvidar, como se tivesse sido criado especialmente para
discordar das coisas que ele dizia. Não faz sentido, eu sei.
- Isso é muito bom, e muito raro – ele prosseguiu. - Só espero, de coração, que não esteja
enganando a si mesma. Espero que o motivo verdadeiro pelo qual não queira se divertir seja pela
pura certeza no que diz, faz e sente. E não pela dor da dúvida ou pelo arrependimento que poderia
ferir o seu orgulho ou seus valores, pois isso não existe aqui.
Franzi o cenho. Como ele falava educadamente! Sua voz macia era como música, e as palavras
pareciam ganhar ritmo quando proferidas pela sua boca meio rosada.
- O que quer dizer com isso, Christopher?
- Quero dizer que, aqui, você não tem nada a perder ou temer. Ninguém te julgará ou punirá,
cada detalhe não pulará esses muros. Aqui você é livre, você pode ser você, inteira, sem problemas,
sem dúvidas.
- Estou sendo eu! – informei, meio zangada. – Esta sou eu; com cada um dos recalques. Sim,
sou uma recalcada. Tenho valores, tenho moral, tenho ética... Aqui ou em qualquer lugar, jamais serei
uma pessoa passional. Não ajo por impulso, essa coisa de “a carne é fraca” não existe para mim. Sou
o que penso.
- Compreendo tudo o que diz, senhorita Dulce, e concordo com algumas coisas, na medida
do possível. Entretanto, posso te provar o contrário. Posso te mostrar um mundo que não conhece.
- O que você pode me provar, Christopher? Que estou certa?
- Posso te provar que, às vezes, você pode ser apenas o que sentir, e não o que pensar.
- Está falando de sentimentos? Pensei que isso não existisse aqui. – Ri de forma desdenhosa.
- Estou falando de instintos. Desejo, prazer, vontades... Entenda como quiser. Existe um lado
seu que quer fazer diferente do que aquilo que você pensa.
- Como tem tanta certeza disso? – perguntei. Aquela conversa estava começando a ficar
estranha. Por um lado, queria que Christopher calasse a boca e fosse embora, mas por outro, e talvez esse
estivesse vencendo, gostaria de entender melhor o que ele dizia, pois começava a fazer sentido.
- Eu não tenho certeza, não conheço a senhorita – ele sussurrou, desviando os olhos pela
primeira vez na vida. - Por isso falei, espero que seus pensamentos e desejos estejam em sintonia.
Balancei a cabeça, reflexiva.
- Uma coisa no que disse não faz sentido – comentei.
- O quê, exatamente? – Ele tornou a me encarar. Senti que, toda vez que o fazia, era como se
fosse a primeira. O abalo psicológico e físico se mantinha inalterável.
- Você falou que temos instintos... Que às vezes não agimos de acordo com o que realmente
queremos. Tudo bem, concordo, mas tenho motivos. Às vezes queremos coisas insensatas demais...
Nossos sentimentos ficam confusos, eles se enroscam e não nos levam a parte alguma. Apenas a
razão nos bloqueia, freia toda a insensatez... – falei, sentando-me na cama. - Você propõe um
momento sem bloqueios como se isso fosse o correto. Eu não concordo, pois quem vive a vida
seguindo apenas os instintos não chega a lugar algum.
- Não devemos ser escravos dos nossos instintos, mas engaiolá-los nunca ajudou ninguém.
- O que você propõe, então, Christopher? – perguntei. Queria mesmo saber a sua opinião, pois era
um cara experiente nessa coisa de desejo, luxúria... Enfim, ele trabalhava com isso, afinal. Devia
conhecer a natureza dos desejos humanos como ninguém. Só Deus sabe quantas mulheres teve que
enfrentar, cada qual com seus problemas e frustrações para serem esquecidos por meio do sexo sem
compromisso. Isso tudo, para mim, era uma grande piada, mas mesmo assim não deixava de ser um
estudo comportamental interessante.
- Proponho que se permita, que experimente unir desejo e ação. Resumindo; faça o que tiver
vontade.
- Isso pode ser perigoso. E muito, muito insensato – falei, esgueirando-me para cobrir minhas
pernas, que estavam expostas, com o edredom grosso.
- Oh, é sim. Mas é apenas um momento. Um simples gesto que pode mudar a sua vida. Você
percorre as lembranças e diz: “sim, eu fiz porque eu quis, e foi bom”. Não há arrependimentos
quando fazemos o que sentimos. E, se houver, é um arrependimento justificável.
Fiz uma careta. “Justificável? Duvido muito que possa justificar ações baseadas na força dos
instintos”, pensei.
- E se eu... E se isso acabar afetando a minha vida? – continuei. - Pode ser um momento sem
importância, mas... E se não for tão desimportante assim? Se acabar envolvendo sentimentos?
- Bom, então finalmente irá descobrir o que quer. Ninguém merece viver numa prisão criada
por si mesmo. É a pior de todas, e muita gente vive nela.
Refleti um pouco. Incrivelmente, aquilo começava a fazer sentido.
- É assim que você se justifica? – questionei.
- Como assim? – ele sussurrou, meio rouco. Oh, eu não aguentava mais sustentar o seu olhar,
mas o fazia mesmo assim. Aqueles dois pedacinhos esverdeados pesavam uma tonelada.
- É desse modo que justifica o que faz? Seu maior desejo é viver assim, agradando mulheres e
ajudando-as a agradarem a si mesmas?
- Meu maior desejo não está em questão, senhorita Dulce. Desculpe, mas não vou falar sobre
isso.
- Então você também é escravo de alguma coisa. Deseja falar sobre isso, mas não pode ou não
se dá o direito. Viu que não podemos viver apenas fazendo o que desejamos? – retruquei, sentindome
vencedora do embate.
Christopher se esgueirou na minha direção. Seu rosto ficou perto. Pisquei os olhos umas trezentas
vezes, achando que  seu olhar finalmente me afogaria.
- Na verdade, senhorita Dulce, eu não desejo falar sobre isso. De verdade – disse, e me deu
um beijo úmido na testa. – Tenha um bom dia.
Christopher se levantou e fechou as cortinas, mas não antes de eu descobrir que o sol já brilhava no
horizonte. Sem que pudesse me despedir, ele saiu do quarto, deixando-me com os meus pensamentos.
Porém, daquela vez, eles tinham mudado um pouco.
Eram novas reflexões.



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Autor(a): vondy321

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 73



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  • alice_dul7_vondy1 Postado em 09/05/2015 - 10:08:36

    A nova fic vai ser lésbica ou gay??q bom q vc voltou sua fic e uma das melhores q eu já li

  • malu_vieira Postado em 29/12/2014 - 15:32:44

    AMÉM SUMIDA! NUNCA VI! VOLTE LOGO GATA!

  • vondy07 Postado em 20/11/2014 - 00:18:10

    ai continua por favor

  • malu_vieira Postado em 30/08/2014 - 19:05:52

    Leitor NEW! Amei sua web, de paixão mesmo! Esses dois são maravilhosos! Mas a Dul vai ter que aprender a lidar com esse passado do Chris, pois essa não será a última vez que eles vão encarar esse assunto! Tadinho, ele tem muito medo! E Dulce precisa parar de criticá-lo tanto! Pelo amor de deus! Tem que dar certo! continua linda! Não sei pq vc sumiu!

  • aninnhalopes2 Postado em 28/07/2014 - 16:34:24

    Gente to morrendo com essa fofura deles... Mais

  • jacquevondy Postado em 27/07/2014 - 15:48:42

    Ucker pervertido é tuudooo de bom :3333 Rapaaaaaiz essa Dulce ta danada hein kkkkkkk adooooroo!! Vc n me respondeu: e o babyy quando chega?? Espero q nao demore e que de preferencia seja menina e que tenha o meu nome u.u (óia eu sonhandoo kkkkkkkkk) Posta maaaaais... Ps: um dia ainda serei acordada assim :33333 (eu espero hehe)

  • tha_vondy Postado em 27/07/2014 - 11:01:38

    eeu fiquei mó cota sem entrar no site pq to lendo um livro muito viciante *~* ai não deu msm pra comentar... Cara, eu to totalmente quebrada de uma festa q fui ontem, só sai do salão 4:30 da madruga, e nem vou falar mais nd só: POSTA MAAIISS

  • jacquevondy Postado em 25/07/2014 - 21:25:09

    OMG *OOOOOOOOO* QUE FOOOGOO É ESSE? G-ZUIS CHEGA ESQUENTOU AQUI MISERICORDIA!! KKKKKKK ELES SAO MUITOOO PERFEITOS E O UCKER PERVERTIDO DESSE JEITO: ADOOOOOOROOOOOOO!! Posta maaaaaaaais e o babby?? Ps: a verificaçao é f69d hehe u.u 69 kkk *00*

  • ana_f Postado em 25/07/2014 - 10:16:13

    Fuego! Fuego! Y Fuego! Amei. Posta mais!!!!

  • aninnhalopes2 Postado em 24/07/2014 - 22:27:43

    Estou chocada com o fogo desses dois... Mais


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