Fanfics Brasil - Confissões entre Amigas Despedida de Solteira-Adaptada

Fanfic:  Despedida de Solteira-Adaptada | Tema: Adaptada Vondy


Capítulo: Confissões entre Amigas

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Maite decidiu ficar comigo um pouco mais. Segundo ela, não era bom que eu permanecesse


 


muito tempo sozinha, pois isso podia dar vazão a pensamentos errôneos, movidos pelo desespero da


 


solidão. Ela estava certa, e agradeci a sua presença.


 


Fizemos brigadeiro de panela – comida típica de mulheres com dor de cotovelo – e sentamos


 


confortavelmente no meu sofá. Maite tentava falar sobre outras coisas, mas percebi que alguma


 


coisa a incomodava.


 


- Maizita, estou sentindo que quer me dizer algo – falei, colocando uma colher cheia de


 


brigadeiro na minha boca. Uma delícia! – Até agora só falamos de mim... Aconteceu alguma coisa?


 


Minha amiga curvou um pouco a boca, pensativa. Parecia travar uma batalha interna.


 


- Bom, é que... Acho que cheguei a uma conclusão sobre a minha vida. E isso é um dos motivos


 


por ainda não ter matado a Anahí por nos levar naquela louca despedida de solteira.


 


Franzi o cenho, curiosa. Maite deu mais uma colherada no doce. Parecia nervosa com o que


 


estava prestes a dizer. Como se fosse doença contagiosa, comecei a ficar também. Tudo o que estava


 


relacionado ao fim-de-semana passado me deixava tensa.


 


- Desembucha – incitei.


 


Ela fez uma careta. Ergueu-se um pouco no sofá, colocando para trás seus grossos fios de


 


cabelo liso. Os olhinhos puxados vacilaram, e sua pele corou de imediato.


 


- Eu acho que sou lésbica – murmurou.


 


Ahn?


 


Absolutamente surpresa, voltei a me sentar no sofá. Maite havia desviado os olhos de mim,


 


encarando o horizonte da minha sala.


 


- Como assim “acha”? – consegui questionar.


 


- Eu... Sabe... Acho os rapazes bonitos e muito interessantes... O Gabriel é um deles. Só que...


 


Não tenho desejos... Ele me ajudou a perceber isso.


 


- Mas, você sente alguma coisa por mulheres?


 


- Sim, sempre senti. Só nunca tive coragem de aceitar. Acho que minha sensatez não me


 


permitia enxergar a verdade – explicou, largando o brigadeiro de lado. – Não queria admitir isso a


 


mim mesma, portanto colecionei relacionamentos ruins a minha vida inteira! Neste fim-de-semana


 


consegui finalmente notar... Que não vou conseguir ser feliz me relacionando com homens.


 


Eu estava chocada, claro.


 


- Não sei o que dizer, Maizita...


 


- Não precisa, só queria que alguém soubesse. Sabe, Dulce, acho que às vezes você e eu


 


pensamos demais nas coisas. Somos tão iguais, não é? Vivemos a vida fazendo sempre o que nossa


 


razão nos manda.


 


- Isso não devia ser um problema, Maite. Não mesmo...


 


- Você não sabe o quanto é difícil... – Os olhinhos dela marejaram. – Não faz ideia das coisas


 


que já suportei.


 


Maite estava sentada em um sofá individual, por isso me levantei e a puxei pelos braços. Fiz


 


ela se juntar a mim no sofá maior, dando-lhe um forte abraço.


 


Era impressão minha ou todas as minhas amigas tinham algo chocante a revelar?


 


- Queria que me contasse tudo – sussurrei. – Quem sabe possa te ajudar? É só o que quero,


 


amiga.


 


Maite suspirou profundamente.


 


- Bom, eu... Sempre senti coisas estranhas, sabe? Mas nada foi mais forte do que aquilo que


 


senti quando... – parou, parecendo bastante envergonhada. Mais lágrimas verteram de seus olhos, e


 


eu tratei de enxugar uma a uma, bem como ela havia feito comigo há apenas alguns minutos atrás.


 


- Quando o quê? – perguntei, começando a ter medo da gravidade da situação.


 


- Dulce... Sempre fui louca, apaixonada pela Anahí– confessou, entre murmúrios e lágrimas


 


doloridas.


 


Meus olhos se abriram ao máximo, absolutamente surpresa, estarrecida. Porém, de repente,


 


aquilo tudo começou a fazer sentido.


 


- É por isso que... Que você sempre foi meio implicante com ela – falei, alisando-lhe os


 


cabelos.


 


- Anahí é tão... Tão linda, sabe? Tão... Ah, Duçce, não sei explicar. Só sei que sempre fui


 


louca por ela, desde o ensino médio. – Maite parecia desesperada, falando tudo muito depressa. -


 


As coisas pioraram muito depois que ela me arrastou para uma festa na casa de uma colega no ano


 


passado... Vocês não foram, pois tinham compromisso. Naquela festa... Ela... Ela me beijou,


 


Dulce.


 


Meu coração só faltou sair pela boca. Estava muito surpresa. Mesmo. De verdade. Não fazia


 


ideia de que aquilo tudo podia ser possível. Era irreal demais para que eu acreditasse.


 


- Vocês já ficaram? – quase gritei.


 


Maite soltou um soluço.


 


- Sim... Ela estava bêbada, sabe? Mas... Eu não estava, Dulce. Beijei a Anahí porque quis,


 


porque sempre foi o meu desejo mais profundo... Não sei o que deu nela... Não sei o que pensou no


 


momento... Só sei que a atitude partiu dela, e eu devolvi o beijo com a mesma intensidade. Não foi


 


algo simples, banal... Foi um momento bem demorado e intenso, Candy. Difícil de assimilar... –


 


Maite falava e chorava, como se aquilo fosse um absurdo sem tamanho, como se realmente não


 


acreditasse que estava me confessando. – Depois que terminou, Anahí simplesmente não tocou no


 


assunto. E nem eu... Foi como se nem tivesse acontecido. Não consigo entender até hoje... Fico


 


mantendo a esperança de que faça de novo. Dulce, isso é horrível.


 


- Maite... Acho melhor você não esperar nada da Anahí – falei, lembrando-me das


 


confissões que nossa amiga havia me feito no domingo.


 


- Por quê?


 


Comecei a lhe narrar toda a história que a Anahí havia me contado, cada detalhe sórdido.


 


Desde o padrasto que a abusava, até a verdadeira “carreira” que seguia. Contei sobre o absurdo que


 


tinha sido a nossa completa ignorância sobre o assunto, visto que poderíamos ter ajudado desde o


 


começo. Maite parecia cada vez mais nervosa com a situação, e isso, de alguma forma, deixava-me


 


triste.


 


- Não acredito nisso... – resfolegou, tomada por lágrimas. Sua dor havia aumentado bastante. –


 


Como ela teve a coragem de fazer isso consigo mesma... Dulce, o que eu faço? Pensava que ela era


 


uma modelo... Quando na verdade é uma... Não... Não posso acreditar! Preciso falar com ela,


 


Candy... Preciso!


 


Afaguei os cabelos de Maite, tocada pela compaixão.


 


- Maite... Anahí não vai deixar de ser o que é. Eu te conheço, sei as coisas que gosta...


 


Assim como a conheço. Posso dizer com convicção que ambas são como água e óleo. Você também


 


sabe disso, só está cega pela paixão. Sabe que, mesmo se tivesse algo a mais com a Anahí, não iria


 


acabar bem. Precisa manter os pés no chão, essa foi a vida que ela escolheu... E que nada tem a ver


 


com você – expliquei.


 


Maite balançou a cabeça, concordando comigo.


 


- Eu sei... Você tem toda razão. Acho que o que me resta é esquecê-la de vez. É uma pena, pois


 


também sou amiga dela e a quero muito bem. Não vou deixar de manter contato nunca... Até porque


 


não quero me distanciar de vocês. São tudo o que tenho de melhor.


 


- Nem deve se distanciar... Odiaria se fizesse isso.


 


- Não vou, prometo – jurou. – E também direi toda a verdade na próxima reunião que tivermos.


 


Claro, sem falar nada sobre a Anahí. Só preciso ser sincera com todas... Não quero mais me


 


esconder, Dulce.


 


- Tenho certeza de que ninguém vai sair te julgando ou te tratando diferente por causa disso.


 


Confiamos em você, amiga. O importante é se sentir bem consigo mesma... – falei. Apesar de ainda


 


estar muito surpresa, tentei manter a minha cabeça no lugar. Maite estava precisando do nosso


 


apoio, e eu realmente duvidava que alguma das meninas o negasse.


 


- Tenho muito medo, Candy. De pensarem que estou dando em cima de vocês... De não


 


quererem mais a minha presença, de não se sentirem confortáveis. – Maite voltou a chorar, mas se


 


afastou um pouco e pegou mais uma colher de brigadeiro. – Eu sou a mesma pessoa... Vocês me


 


conhecem há muitos anos. A única diferença é que não vou mais ir atrás de namorados. Quero


 


encontrar alguém para mim, e será uma mulher. Uma namorada.


 


- Sim... Você vai ver, tudo vai se resolver. Conte comigo, Maizita estou do seu lado.


 


Maite sorriu, enxugando as lágrimas na gola de sua blusinha azul.


 


- Estamos em situações tão complicadas, não é?


 


Suspirei.


 


- Sim... Às vezes culpo essa maldita despedida de solteira – admiti. - Mas acho que, se não


 


fosse ela, eu continuaria no escuro com relação a muitas coisas. Coisas sobre mim, sobre vocês... Foi


 


uma descoberta para todo mundo.


 


- É verdade, já desisti de praguejar mentalmente aquela despedida. – Maite se inclinou no


 


sofá e conferiu o relógio de parede que estava na cozinha. – Está muito tarde, acho que já vou indo.


 


- Ah, não, Maite... Por favor, dorme aqui comigo. Não quero ficar sozinha. Não posso ficar


 


pensando no Christopher, é sério – confessei, sentindo meu coração partido começar a latejar. Os milhões


 


de caquinhos em que ele se dividiu começaram a se remexer dentro de mim, provocando uma dor


 


absurda.


 


De imediato, lágrimas doloridas invadiram o meu rosto. Comecei a soluçar como uma criança,


 


imaginando Christopher dormindo com outra mulher naquele exato momento. O pensamento era assustador,


 


e me deixava com uma infelicidade fora do comum. Sentia-me perdida, abandonada e completamente


 


envergonhada pelo que fiz.


 


A única coisa que queria era que ele me ligasse. Queria muito ouvir sua voz dizendo que as


 


coisas terminariam bem. Mas... Não podia esperar que isso acontecesse, pois não ia. A verdade era


 


uma só; nada ficaria bem até que eu finalmente o esquecesse. Com o casamento, seria obrigada a


 


fazê-lo, e então ficaria pronta para ser feliz com o Manuel.


 


- Amiga... Estou nervosa com tudo isso – disse Maite, voltando a me abraçar forte. - Tenho


 


certeza de que o casamento é a melhor opção, mas estou com medo.


 


- Também estou, mas vou superar. Juro que vou – respondi, porém sem nenhuma convicção. A


 


verdade era que estava perdida, sentia-me cega no meio de um tiroteio. Contudo, só existia uma


 


direção a ser seguida. Não podia olhar para trás, pois recuar não iria fazer sentido. Minha única


 


escolha era seguir em frente e me conformar. Rezar para que nenhuma pedra no caminho me fizesse


 


cair.


 


Organizei o sofá-cama na minha sala, e Maite acabou dormindo comigo. Sério, nem me


 


importei por ter descoberto que era lésbica, isso não mudaria em nada a nossa amizade. Já havíamos


 


dormido juntas muitas vezes, e ela sempre me respeitou e nunca me olhou de forma diferente, mesmo


 


quando trocava de roupa na sua frente. Por que isso mudaria agora?


 


Assistimos a alguns filmes e pegamos no sono naturalmente. Nada de comédias românticas ou


 


dramas, optamos por filmes de ação com muitos tiros e cenas eletrizantes. Tudo para que não nos


 


lembrássemos de nossas dores. Tentávamos espantar cada um dos medos, deixando-os de lado.


 


Ignorando-os.


 


Juntas, vencemos mais uma noite.



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Autor(a): vondy321

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Maite tomou o desjejum comigo e seguiu para casa. Ia trocar de roupa e retornar ao seu   ateliê, pois tinha algumas encomendas pendentes. Fiquei muito agradecida pela força que me deu,   pois muito provavelmente não conseguiria suportar sozinha. Tinha medo de cometer uma loucura,   como por exemplo, procurar pelo Christopher.   ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 73



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  • alice_dul7_vondy1 Postado em 09/05/2015 - 10:08:36

    A nova fic vai ser lésbica ou gay??q bom q vc voltou sua fic e uma das melhores q eu já li

  • malu_vieira Postado em 29/12/2014 - 15:32:44

    AMÉM SUMIDA! NUNCA VI! VOLTE LOGO GATA!

  • vondy07 Postado em 20/11/2014 - 00:18:10

    ai continua por favor

  • malu_vieira Postado em 30/08/2014 - 19:05:52

    Leitor NEW! Amei sua web, de paixão mesmo! Esses dois são maravilhosos! Mas a Dul vai ter que aprender a lidar com esse passado do Chris, pois essa não será a última vez que eles vão encarar esse assunto! Tadinho, ele tem muito medo! E Dulce precisa parar de criticá-lo tanto! Pelo amor de deus! Tem que dar certo! continua linda! Não sei pq vc sumiu!

  • aninnhalopes2 Postado em 28/07/2014 - 16:34:24

    Gente to morrendo com essa fofura deles... Mais

  • jacquevondy Postado em 27/07/2014 - 15:48:42

    Ucker pervertido é tuudooo de bom :3333 Rapaaaaaiz essa Dulce ta danada hein kkkkkkk adooooroo!! Vc n me respondeu: e o babyy quando chega?? Espero q nao demore e que de preferencia seja menina e que tenha o meu nome u.u (óia eu sonhandoo kkkkkkkkk) Posta maaaaais... Ps: um dia ainda serei acordada assim :33333 (eu espero hehe)

  • tha_vondy Postado em 27/07/2014 - 11:01:38

    eeu fiquei mó cota sem entrar no site pq to lendo um livro muito viciante *~* ai não deu msm pra comentar... Cara, eu to totalmente quebrada de uma festa q fui ontem, só sai do salão 4:30 da madruga, e nem vou falar mais nd só: POSTA MAAIISS

  • jacquevondy Postado em 25/07/2014 - 21:25:09

    OMG *OOOOOOOOO* QUE FOOOGOO É ESSE? G-ZUIS CHEGA ESQUENTOU AQUI MISERICORDIA!! KKKKKKK ELES SAO MUITOOO PERFEITOS E O UCKER PERVERTIDO DESSE JEITO: ADOOOOOOROOOOOOO!! Posta maaaaaaaais e o babby?? Ps: a verificaçao é f69d hehe u.u 69 kkk *00*

  • ana_f Postado em 25/07/2014 - 10:16:13

    Fuego! Fuego! Y Fuego! Amei. Posta mais!!!!

  • aninnhalopes2 Postado em 24/07/2014 - 22:27:43

    Estou chocada com o fogo desses dois... Mais


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