Fanfic: Por Favor, Não Se Apaixone Por Mim | Tema: Rebelde/Vondy

Uma ponta de esperança

Parte 2

# Dulce narrando

Entramos na cozinha e a irmã dele estava lá. Ela era terrível e enfiava o dedo em toda a receita que ele e o padeiro preparavam.

– Maria, eu vou cortar seu dedo fora se encontrar outro furo na torta. - ele olhou pra ela sério e ela sentou-se no canto da cozinha.
– Ela faz a degustação antes de ir pra festa. - zombei e ele riu.
– Se deixar ela faz vários buracos nos doces. Esse dedinho intruso. - ele puxou o dedo dela de leve e ela riu.
– Maria, quantos anos você tem? - perguntei olhando-a.
– Seis. - ela fez quatro com a mão, mas falou seis.
– É quatro, Maria, quatro. - Rôh corrigiu.
– É, é quato. - ela falou errado e nós rimos.
– Rôh, você checou aquela entrega. - o pai dele entrou na cozinha e riu quando me viu. - Nem sabia que teríamos visita hoje. - brincou.
– Pois é, Dulce ofereceu seu trabalho e em troca só tenho que dar um pouco de atenção a ela. - Rôh debochou.
– Nem pensar, metade do seu salário é meu. - o encarei e ele riu.
– Tá ferrado, Rôh. - o pai dele riu e saiu da cozinha.

Passei a tarde toda lá com ele. Foi bem legal e me distraí tanto que até me esqueci do tal acidente. Rôh era bonzinho demais, não conseguia acreditar que ele havia protagonizado aquela história louca. Saímos juntos e ele entrelaçou nossos dedos como um casal de namorados. Ele foi me contando sobre a festa de aniversário que teria, e que ele e o pai dele iriam como monitores e também fariam os doces da festa.

– Rôh preciso te falar uma coisa. - o interrompi e ele me olhou confuso. - Olha eu ia deixar quieto, ia esperar que você me contasse sobre isso, mas eu não consigo ficar fingindo que não sei de nada. - ele torceu os lábios e abaixou a cabeça.
– Eu já sei do que está falando, sabia que logo você saberia, ainda mais andando com eles e na mesma sala que eles. - ele ergueu a cabeça e me olhou.
– Se sabia que eu iria descobrir, por que não me contou primeiro? - o olhei confusa.
– Por que pra mim não é tão fácil. Não consigo e nem gosto falar disso. - ele torceu os lábios desanimado. Eu o encarei e segurei sua mão com força. - Eu tinha acabado de completar 18 anos, não tinha nada na cabeça, nada além de que eu tinha que beber muito, beijar várias garotas e me sentir adulto. Eu não planejei aquilo, não bebi com o intuito de: hoje vou matar alguém. Foi um erro, o pior erro da minha vida, começando pela parte de aceitar com que Eduardo levasse o Luan. - ele me olhou e eu pude ver a dor no seu olhar, a dor que era pra ele falar daquilo. - Sabe quando eu vi que ele estava morto, desejei que eu estivesse no lugar dele. Eu queria fazer um contrato com Deus, ele me levava e dava vida aquele garoto novamente. - vi seus olhos marejarem e o abracei com força. - Eu não consigo não me sentir culpado, Dulce. Eu finjo que esqueci de tudo, finjo que aquilo nunca aconteceu, mas aconteceu e a vida faz questão de sempre esfregar na minha cara que eu tirei a vida de um garoto de 13 anos. - ele foi se afastando de mim e ficou me olhando. - Antes de você aparecer meu pensamento antes de dormir era esse acidente, não tinha uma noite que eu não me sentisse culpado e não me castigasse por aquilo. Mas aí, você apareceu e eu vi que eu podia recomeçar, eu vi que em você eu poderia encontrar esse escape. Desde que você entrou naquela escola, eu penso em você antes de dormir e me sinto bem, como se você me trouxesse a paz que eu busquei por todos esses meses.

Eu o encarei e não consegui dizer mais nenhuma palavra. Eu sabia o que ele sentia, pois eu me sentia exatamente assim quando tinha pesadelos com a garota de cabelos coloridos, ela sangrava muito e eu me culpava por aquilo. Podia ser apenas um pesadelo, mas eu me sentia mal, exatamente como ele estava se sentindo agora. Ele abaixou a cabeça com o meu silêncio e eu não pensei duas vezes antes de me aproximar e colar nossos lábios com um beijo urgente e desesperado. Era como se nossos lábios precisassem um do outro. Ele me puxou pra mais próximo do seu corpo e eu sentia a batida do seu coração rápida e desajustada. Então ele parou o beijo com alguns selinhos e ficou me olhando fixamente.

Sei que há aqueles que julgarão o Rôh...

Mas, sinceramente, acham mesmos que ele foi o "Culpado" de tudo???

Às vezes, é muito mais fácil "Jogar" toda a responsabilidade e culpa sobre alguém, do que adimitirmos que nós também erramos e temos a nossa parcela em tudo... 

E ai, o que acham que a Dulce vai fazer? Acreditar ou não em Rodrigo???

Posto com dois/três coments!!!

Daqui a pouco tem mais... 

Bjussss...

Comeenteeeemmm... *-*