Fanfic: Por Favor, Não Se Apaixone Por Mim | Tema: Rebelde/Vondy

# Dulce narrando 

– Dulce, você viu meus brincos prata? - Zô gritou.
– Já tentou procurar nas suas latas de biju Zoraida? - Mai respondeu com a voz firme. - Você sempre deixa tudo jogado, por isso nunca acha nada.
– Ah, desculpa ai organizadona. - Zô resmungou com Mai.
– Calada as duas, os brincos estão em cima do criado mudo. - falei repreendendo elas.

Teria uma festa naquela noite, Zô e Mai estavam se arrumando pra ir.
Peguei meu note e sentei na varanda, morávamos no décimo segundo andar de frente para o calçadão.

– Dulce você não vai? - Maite perguntou pegando as chaves dela em cima da mesa.
– Se eu for, vou só mais tarde Mai. - respondi e voltei a me concentrar no meu trabalho de escola.
– Você só estuda Dulce, tem que sair mais. - Zô debochou e começou a rir.
– Com certeza sua louca, é a primeira vez em dois anos que eu faço um trabalho de escola. - nós três rimos e não demorou muito elas foram.

Fazia algumas horas que as duas tinham saído e eu finalmente terminei o trabalho e fui me arrumar. Tomei um banho, retoquei o esmalte preto e vesti algo bem básico. Desde que me entendo por gente sou básica, nunca gostei dessas coisas de patricinha. Preto é a minha cor, basicamente tudo que tenho é preto ou escuro, nunca fiz o tipo de seguir modinha, até porque por muito tempo da minha vida mal tinha dinheiro para comprar uma meia.
Coloquei um biquíni preto, uma regata branca bem cavada dos lados, o que deixava minha tatuagem e meu biquíni a mostra, um short jeans curto todo rasgadinho e meu coturno preto. Soltei meus longos fios castanhos e fiz uma maquiagem bem pesada nos olhos. Coloquei umas pulseiras pretas e baguncei os cabelos, era o que eu fazia todo dia pra ir à escola, enfim.
Me olhei no espelho e aprovei o visual com um sorrido estreito.
A festa não era muito longe dali então decidi ir de skate.
Onde eu moro AS skatistas são bastante discriminadas por alguns, aqui se a menina usa roupas menos femininas e anda de skate é lésbica, ou seja, se é como eu, você será infernizado até cometer suicídio e depois quando passar no jornal, todos vão dizer que você era estranho ou sofria de depressão.

– Volta para o fogão boneca. - um cara gritou quando eu passei.
– E que tal você voltar pra privada? Seu merda. - retruquei mostrando o dedo do meio corajosamente.

Zoraida diz que um dia vou acabar apanhando aqui, mas por mim tanto faz, desde que bata pra matar, pois será um trabalho a menos pra mim, vai me poupar de ter de me matar.

Cheguei à festa era mais ou menos 23h e pouco, provavelmente esse pessoal vai virar a noite aqui.
Quando entrei, algumas meninas me encararam, como de costume né, a maioria dessas fúteis me odeiam.
Avistei Mai e Zô de longe e fui até elas.

– E ai, bitchs. - falei quando me aproximei.
– E ai. - elas responderam juntas.

Elas estavam em uma rodinha de garotos, coisa que eu odeio. Sempre tem aquele retardado pra dar aquelas cantadinhas meia-boca.
Os garotos ficaram me olhando e então Maite tomou a iniciativa de nos apresentar.

– Bom rapazes, essa é a nossa amiga Dulce. - Mai falou sorrindo.
– Oi, Dulce. - um deles falou me olhando.

Fiz oi com a mão e dei um sorriso amarelo.

– Bom Dulce, esse é o Rafa, o Bruno e o Sam. - Mai falou apontando para cada um e falando o nome.
– Ata. - respondi desinteressada. - Ai, vou dar um rolê. - falei me afastando deles.

# Maite narrando

Dulce se afastou e os meninos ficaram observando ela ir até o barzinho e pedir uma bebida.

– Curti hein. Sempre a vejo na escola, mas nunca tinha ouvido a voz dela. - Rafael falou olhando ela virar a bebida em um gole só.
– Sempre a achei bizarra. - Bruno falou me encarando.
– Dulce não é bizarra, tem estilo próprio. Você não está acostumado com isso, porque só fica com aquelas ditadoras de moda que só sabe falar o quanto a roupa delas é perfeita. - Zoraida defendeu Dulce.

Sam olhava Dulce atentamente sem dizer uma palavra.

– E você, Sam? O que achou dela? - perguntei rindo.
– Não achei nada. - Sam respondeu ainda encarando Dulce e então voltando seu olhar em mim.
– Duvido, seus olhos estão te denunciando querido amigo. - Rafael se intrometeu.
– Ah, ela parece ser firmeza. Sei lá né, nem conheço a garota. - ele respondeu dando um gole na sua batida de maracujá.
– Ela anda de skate, deve ser aquelas mina sem frescura. - Bruno falou sem perceber que Dulce estava próximo dele.
– Todas nós andamos de skate e frescura é coisa das patricinhas que você tá acostumado a andar, coisa que estou longe de ser. - Dulce respondeu dando um gole na bebida do bruno e então piscou pra ele e colocou a bebida em cima da mesa.

Dulce foi deixada em frente a uma igreja católica quando bebê, foi criada pelo padre José e com 7 anos foi para o mesmo orfanato que eu estava, foi lá que nos conhecemos. Minha mãe era prostituta e quando soube que estava grávida abandonou a ``profissão``, então quando eu tinha 5 anos ela faleceu e me levaram para aquele inferno. Já Zoraida nós conhecemos depois, ela entrou no orfanato assim que Dulce foi adotada por uma família rica, Dulce devia ter uns 11 anos e Zô 10. Assim que Dulce fez 18 anos adotou eu e Zô, na época Zô ainda tinha 16 anos e eu 17. Ou seja, somos três ``órfãs`` que encontraram apoio uma na outra para continuar a viver.

Trabalhamos e estudamos em um colégio particular, ganhamos bolsa lá e a família adotiva da Dulce deu o apartamento pra ela no seu aniversário.

Nós estamos atrás de um sonho: Ser skatista profissional, então todo nosso tempo livre vamos pra pista de skate da cidade.

Ai esta... O Primeiro Capitulo da fic!!! :))

Obrigada as Gatinhas que comentaram e tambem as que Favoritaram!!! *-*

Desculpem pela demora!?? Rs`