Fanfic: Por Favor, Não Se Apaixone Por Mim | Tema: Rebelde/Vondy

# Dulce Narrando

– E aí, pegador. - eles deram um pequeno abraço.
– Como você tá, Marcinho, sumiu, pô. - Christopher falou todo animado, eles pareciam ser amigos de longa data.
– Muita correria, muita mulher... Sabe como é, né?
– Sei, sei. - Christopher falou rindo e eu observava tudo de canto e calada.
– Mas e você passando o rodo na mulherada? - o garoto deu uns tapinha nas costas do Christopher e ele riu.
– Não, tô de boa agora. - ele me olhou e entendeu a mão para mim. - Essa é a Dulce. - ele me apresentou pro garoto. - Dulce, esse é o Marcinho, um amigo de infância.
– Oi. - forcei um sorriso e peguei a blusa do Christopher para pagar, o caixa já estava liberado.
– Bem diferente das garotas que você costumava pegar. - o tal Marcinho falou baixo assim que eu sai, mas eu ouvi. - Aventuras novas?
– As coisas mudam, né? - Christopher falou mais na dele.
– Hum, sei. - o tal Marcinho parecia não levar Christopher a sério, o conhecia bem o bastante para achar que tudo aquilo era só uma aventura. - Bom, vou indo. - o garoto se despediu e saiu da loja.
– Vamos. - falei baixo com a sacola na mão.
– Aham. - ele passou o braço ao redor da minha cintura e fomos.

Eu fui o caminho todo em silêncio. Christopher ligou o som e ficou cantarolando e batucando no volante, enquanto eu olhava os grandes prédios pelo vidro do carro.

– Aconteceu algo, Dulce? - Christopher perguntou abaixando o som e me olhou de relance.
– Não, acho que estou cansada... É deve ser isso. - respondi baixo sem desgrudar os olhos da rua.
– Tem certeza? Você não parece bem. - paramos no semáforo e ele pegou na minha mão.
– Eu estou bem, sério. - olhei pra ele rapidamente e voltei a olhar a rua.
– Então tá. - ele falou sem animação e o sinal abriu.

Christopher me deixou em frente ao apartamento e assim que ele saiu eu atravessei a rua e caminhei até a praia.

Fiquei em pé de frente pro mar, meus pensamentos voaram pra longe dali... Eu estava com um pouco de remorso em não contar ao Christopher sobre o diário e minha lista, todo esse tempo, desde que a escrevo ninguém nunca viu ela, só eu sabia da sua existência, mas eu sentia que estava enganando ele... Escondendo algo que de certa forma era importante para mim.

Eu não queria magoa-lo, mas sei que se eu mostrasse aquela lista, ele ficaria bravo comigo, não entenderia meus motivos.

– O que você tá fazendo aqui? - alguém perguntou se aproximando de mim.
– O que você tá fazendo aqui? - joguei a pergunta ao ver quem era.
– Eu gosto de vir a praia pra pensar na vida. - ele respondeu olhando o mar.
– Eu também, é uma sensação boa ficar olhando para ele, né? - falei fechando os olhos e respirando fundo.
– Boa demais. - eu o olhei e ele riu. - Mas e o Christopher, milagre vocês não estarem juntos. - ele me olhou e eu voltei a olhar pro mar.
– Não nascemos grudados e só estamos ficando, então... - fui seca.
– Ei calma, não perguntei por mal. - ele falou com deboche e eu encarei ele séria. - Você não é muito de brincadeiras né.
– Nem um pouco. - respondi baixo.
– Me pergunto o que uma garota como você está fazendo com um cara como ele. - ele falou olhando pro mar.
– Também acha que sou pouco demais pra ele e que as garotas que ele ficava eram melhores e mais bonitas? - perguntei sem jeito.
– Não, na verdade acho o contrário... Acho que você é demais pra ele, te acho bem mais bonita do que as outras garotas, bem mais legal... Bem mais real. Não tem nem comparação. - ele sorrio de canto e eu fiquei quieta. - Calma, não estou de cantando, ok? Só estou falando que acho que você é demais pra ele.
– Não penso igual a você. - finalmente respondi baixo.
– Pois devia pensar, te vejo querendo ser perfeita pra ele, não deixa a Dulce verdadeira desaparecer. - ele falou baixo e eu estremeci.
– É, a Dulce verdadeira te mandaria pra pqp, que você não tem nada a ver com a minha vida. - nós rimos.
– Que seja, mas pelo menos estaria sendo você... Nada além da verdadeira Dulce. - forcei um sorriso e ele sentou na areia.
– Você acharia loucura alguém escrever uma lista de coisas pra fazer antes de morrer? - falei sentando ao lado dele.
– Por que a pergunta? - Neto me olhou surpreso.
– Acharia? - perguntei encarando ele.
– Não, ué. - ele deu de ombros. - Você escreve uma lista assim? - Neto era esperto, não sei a palavra certa... Ele sempre sacava as coisas só de olhar ou só de ouvir.
– Hm, talvez. - respondi baixo.
– Hum. - ele resmungou. - Só acho que temos que morrer na hora certa, a hora que nos é preparada e não tirar nossa vida antes disso, seria covardia... Tanta gente doente lutando por mais um dia de vida e alguém saudável vai lá e acaba com tudo antes da hora? E por pura falta de coragem de continuar a lutar. Não acha meio covarde?
– Você até que tem razão. - estremeci e ele me olhou. - Bom, vou subir. - falei levantando.
– Até. - ele continuou a olhar o mar.
– Ah, não conta pro Christopher que me viu aqui, ok? - forcei um sorriso sem mostrar os dentes e caminhei em direção ao apartamento.

Irei recompensa-las pelos posts não feitos... 

Ok!??