Fanfics Brasil - Capítulo XI - Still Of The Night Fixed At Zero

Fanfic: Fixed At Zero | Tema: Original, Originais, Terror, Horror, Suspense, Terror Psicológico, Thriller, Romance, Segredos, Pass


Capítulo: Capítulo XI - Still Of The Night

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MÚSICA TEMA DO CAPÍTULO.


________________________________________________


Abrigada pelas trevas, completamente escura e silenciosa, a cidade de Middletown sofrera um inesperado desligamento de energia elétrica. As pessoas estavam apavoradas, correndo de um lado para o outro com suas lanternas e fósforos acesos.


Heather não parecia surpresa com o inesperado acontecido na cidade. Encolhida no sofá de sua casa, com uma lanterna acesa posta na mesa de centro à sua frente, ela esperava que a energia elétrica voltasse o mais breve possível. Detestava a escuridão. Causava-lhe um imenso sentimento de agonia. Fazia-a se lembrar das solitárias noites que passara em seu pequeno quarto na Jones & Johnson.


Esperando a volta da eletricidade, Heather ficou totalmente desperta ao ouvir que alguém batia à porta de sua casa. Levantou-se de prontidão e agarrou sua lanterna, caminhando lentamente na direção do som. Girando a chave para destrancar a porta, Heather pousou uma de suas mãos sobre a maçaneta e empurrou-a para baixo.


Assim que abriu a porta, deparou-se com uma presença familiar. Com uma lanterna em mãos, assim como Heather, Trevor Williams emitiu um sorriso afetuoso, iluminado pela luz vinda da lanterna que ela segurava.


– Desculpe. Sei que é tarde, mas eu...


– Não se desculpe. – ela abriu espaço para que ele passasse pela porta.


Sem dizer nada, ele caminhou para dentro da casa. Heather voltou a fechar a porta, trancando-a por dentro. Virou-se para ele e perguntou:


– O que está fazendo aqui?


– Bem, eu... Eu fui pego de surpresa por este incidente com a eletricidade. E como sei que você não se sente bem com o escuro, decidir verificar se...


– Como sabe que não gosto do escuro? – indagou, interrompendo-o.


– Li em sua ficha médica.


– Ah... – ela abaixou a cabeça, pensativa. – Espero que a eletricidade volte logo.


– Parece que afetou toda a cidade. – comentou ele. – Você está bem, Heather? Parece um pouco... Confusa.


– Sente-se. – Heather apontou para o sofá que se encontrava logo atrás dele. Trevor sentou-se e ela se ajeitou no sofá ao seu lado. Respirou fundo antes de começar a explicar. – Estive com pessoas. Pessoas que fizeram parte da vida de Emma.


– De que pessoas está falando?


– A melhor amiga, o ex-namorado, o sujeito que supostamente a amava...


– Tem certeza de que essas pessoas são as mesmas com as quais Emma convivera?


– Certeza absoluta. Ela mesma fez questão de me alertar a respeito deles.


– Não estou entendendo. – ele arqueou as sobrancelhas, confuso.


– Todas as vezes que tenho uma lembrança da vida dela... É porque ela quer me enviar um aviso. Ou quer que eu faça algo a respeito.


– Heather, eu ainda acho que... Bem, eu... Eu não quero ser grosseiro com você. Mas já considerou a possibilidade de tudo isso ser mera coincidência? Talvez estas alucinações sejam apenas fruto de sua imaginação. Talvez, antes de sofrer essa perda de memória, você tenha conhecido Emma e... Não sei. Sua mente pode ter tomado conta de todo o resto, criando ilusões, coisas que possivelmente jamais chegaram a acontecer.


Ela o encarou com seriedade e disse com firmeza em cada palavra:


– Emma foi assassinada da forma mais cruel que se possa imaginar. A minha missão aqui é descobrir quem foi o autor disso tudo.


Ela parecia tão forte e decidida. Trevor a observava com imensa admiração.


– Eu não quis ofendê-la.


– Precisaria se esforçar mais do que isso para conseguir me ofender, doutor. – abriu um sorriso sarcástico.


Trevor correu com os olhos por todos os cantos da sala iluminada apenas pela luz das lanternas.


– Me parece um bom lugar para se viver.


– Não ficarei aqui para sempre.


– Mesmo assim. – insistiu. – É esta a casa em que Emma vivia com o avô?


– Sim. Exatamente aqui.


– Heather, sabe que estou do seu lado, não é?


Hesitante, ela assentiu ao fazer um aceno positivo com a cabeça.


– Contudo, quero saber o que fez e por onde esteve durante os três meses em que não nos vimos.


Heather respirou fundo. E mais uma vez. Olhou para ele e teve a certeza de que não conseguiria evitar que ele voltasse a insistir no assunto. Depois de um curto e breve suspiro, ela começou a falar. Contou-lhe sobre seus feitos durante os últimos três meses, desde a explosão na Jones & Johnson. Ela se perguntou se ele desconfiava dela.


Certamente sim.


Mas era exatamente isso o que a deixava perplexa. Por que ele não a denunciara? Prometeu-lhe total apoio assim que se reencontraram em circunstâncias não muito agradáveis. Heather sentia-se incomodada toda vez que ele lhe dizia que queria ajudá-la. Havia algo de errado em suas intenções.


Ela estava segura de que ninguém a ajudaria sem pedir nada em troca. Ficou o encarando assim que terminara de contar a ele sobre o que havia feito recentemente. Fitando-a com uma expressão inquisitiva, Trevor disse-lhe com admiração:


– Jamais imaginei que você pudesse ser capaz de mudar sua vida de forma tão radical.


– Pois bem, minha intenção é essa. Surpreender. – respondeu ela.


– Heather, eu não sei se foi você quem provocou a explosão no hospital. – ele falava com muita calma, escolhendo bem suas palavras. – O que eu sei é que não pode seguir adiante sozinha. Por isso peço que confie em mim.


Ela assentiu brevemente.


– Você confia em mim?


A pergunta soou boba. Heather exibiu um sorriso no canto dos lábios.


– Me dê um bom motivo para confiar em você.


– Sou o único em quem você pode confiar no momento. Não deve negar.


Ele tinha razão. Heather jamais confiaria em qualquer um daquela cidade. Todos eram suspeitos. Todos. Não havia exceções. Todos eram pessoas com as quais Emma convivera. Todos a tinha conhecido. E ela a eles.


Heather ordenou seus pensamentos em questão de segundos. Havia se encontrado com as pessoas mais próximas de Emma. Mas ainda faltava alguém. Lembrou-se das palavras de Alex.


Amanda e Jodie. Eram as melhores amigas de Emma. Ela teve alguns problemas com essas pessoas.


– O que me diz a respeito das pessoas que você conheceu aqui? – a voz do Dr. Williams fez com que ela voltasse à realidade.


– Bem... Eu tenho algumas anotações. – ela inclinou-se para frente, pegando da mesa de centro um papel preenchido pela metade. – Amanda Thornton, Alex Montini e Frank Palmer. Essas eram as pessoas mais próximas de Emma. Com exceção de mais uma garota. Uma de suas melhores amigas.


– Ainda não a encontrou?


Heather balançou a cabeça em um gesto negativo.


– E você ao menos sabe como ela se chama?


– Jodie. – disse rapidamente. – Não me lembro bem de seu sobrenome.


– Sairei à procura dela pela manhã. – advertiu ele. – Assim poderei te informar onde encontrá-la.


Heather o encarou com suspeita.


– Por que raios está fazendo isso por mim?


Trevor olhou para baixo e depois voltou a pousar os olhos nela, seriamente.


– Não faço por você. Faço por mim.


– Não faço ideia do que está querendo dizer.


– Tudo bem. – emitiu um sorriso. – Ainda é cedo para que entenda.


Ela desistiu de tentar tirar qualquer conclusão daquela resposta subliminar.


Jodie estava na cozinha de sua casa, preparando uma refeição antes de deitar-se para dormir. Com velas espalhadas por todo canto, ela cantarolava distraidamente.


Ouviu alguém bater à sua porta. Deixou de fazer o que estava fazendo e seguiu para a sala, abrindo a porta.


– Se importa se eu passar a noite aqui, com você? – Frank Palmer abriu um sorriso e Jodie sentiu-se incapaz de negar tal pedido.


– Claro que não. – disse com infinita adoração.


Frank passou por ela, entrando na casa e fazendo comentários a respeito da falta de energia elétrica.


– Não sei bem o que houve. Decerto a energia estava sobrecarregada.


– Creio que sim. – Jodie sorriu.


– Vou pegar uma bebida. – ele fez menção de seguir rumo à cozinha, mas Jodie o deteve, segurando-o pela mão.


– Espera.


– O que foi?


Os lábios dela foram de encontro com os dele, deslizando devagar, com suavidade. Ela soltou um gemido fraco enquanto ele beijava com brutalidade toda a extensão do pescoço dela.


– Pro quarto, vem... – ele murmurou.


Era um pedido que Jodie jamais negaria. Nunca se tinha negado a ele. Já estava bastante habituada com maneira como ele dizia isso, e o modo brutal com o qual fazia amor com ela já não a chocava nem surpreendia mais.


Eles continuaram se beijando durante todo o caminho iluminado por velas que os levaria para o quarto. A parte de trás dos joelhos de Frank encontrou a borda da cama e ele se deixou cair, puxando Jodie pra vir com ele, fazendo seu corpo colidir sobre o dele. Em seguida, invertendo as posições, foi ele quem jogou seu corpo sobre o dela.


Deu um sorriso e a encarou. Jodie também sorria. Seu rosto estava corado e feliz. Frank inclinou-se lentamente para beijá-la mais uma vez.


Foi então que, repentinamente, ele sentiu que algo passava ao seu lado com pressa, em alta velocidade, causando-lhe um arrepio. Olhou ao redor, atônito. A escuridão do ambiente desfavorecia sua visão.


Ele não soube dizer se realmente não havia nada ali. Por fim, concluiu que estava agindo de forma estúpida. Eram apenas ele e Jodie. Não havia mais nada. Nem ninguém.


Com o corpo inclinado sobre o de Jodie, ele voltou a encará-la. Entretanto, a figura que agora se encontrava ali, deitada sobre a cama, não era Jodie. Não mais.


De um súbito, Frank saltou para fora da cama, levando uma mão sobre a boca devido ao susto. Com a pele pálida como papel e roupas encharcadas de água, a garota levantou-se da cama, caminhando na direção de Frank.


Seu rosto possuía uma expressão fechada e ameaçadora. Os olhos estavam fundos, sombrios. Gotas de água pingavam de seu vestido verde-claro conforme seus passos avançavam na direção dele. Frank permaneceu imóvel. Calado. Incrédulo. Parado no meio do quarto, envolto em completa escuridão. Não conseguia crer no que seus olhos presenciavam naquele momento. Era impossível.


Apesar de seu aspecto apagado, Frank a reconhecia muito bem. Seus olhos estavam fixos nos dele. Ela aproximou-se cada vez mais. Ao alcançá-lo, parou à sua frente. Ela esticou uma de suas mãos, tocando-o no ombro. Seu toque era frio como o gelo. Ela chegou ainda mais perto.


– Jamais o perdoarei... – sussurrou ela contra seu ouvido. Sua voz soava como uma melancólica e ao mesmo tempo apática melodia que fez com que Frank estremecesse.


Afastou-se dele, olhando-o diretamente nos olhos. Ele não foi capaz de emitir qualquer tipo de reação. Fechou os olhos e voltou a abri-los rapidamente assim que ouvira seu nome.


– Frank? – Jodie o chacoalhava, segurando-o pelos ombros. – Você está bem?


– Merda! – exclamou assim voltou a si.


– O que houve? – ela estava completamente confusa. – Fiz algo errado?


Olhou para ela com seus olhos esbugalhados, transbordando pânico.


– Agora tenho certeza... – murmurou.


– Do que está falando?


– Jodie, eu a vi. De novo. – fitou-a com um ar sério. – Ela estava bem aqui. Quer me enlouquecer.


Jodie o encarou, assustada. Sabia perfeitamente do que ele estava falando agora. Apavorada, lançou-se para os braços dele, se aninhando contra ele com força.


– O que ela quer de nós? – ela perguntou. Estava pelo menos tão assustada quanto Frank.


– Não sei. – respondeu. Fechou seus braços ao redor dela e respirou fundo.


Mas ele sabia. Sabia melhor do que qualquer outra pessoa.


Emma queria vingança.


Heather sentiu-se profundamente aliviada assim que a energia elétrica retornara à cidade. A sensação de estar em meio à escuridão fazia com que ela se sentisse vulnerável.


– Então você se casou e herdou toda essa fortuna em apenas três meses... – Trevor fez um comentário aleatório. Descobrir que ela havia, de fato, se casado com alguém causou nele um sentimento incógnito e até então inexplorado.


Ainda que ela tivesse deixado claro que não tivera qualquer ligação amorosa com seu falecido marido – além de respeito e carinho –, ele não pôde deixar de pensar na possibilidade de Heather estar lhe ocultado fatos a respeito do assunto.


– Sim. – ela confirmou. – O destino tem sido justo comigo. Pelo menos agora.


Ele passou os olhos por toda a sala – agora iluminada – até pousá-los na mesa de centro, onde havia um livro cuja capa era negra. Pegou o livro com uma de suas mãos.


– O Médico e o Monstro?


Heather emitiu um riso fraco.


– Foi um presente de Charles, meu falecido marido. – respondeu. – Disse-me que isto faria algum sentido para mim uma vez que eu coloque um fim em todos esses problemas.


– É... Talvez ele estivesse certo. – concluiu, dando um sorriso sem jeito.


Ela ouviu batidas contra a sua porta. Levantou-se e caminhou para a mesma, abrindo-a com hesitação. Com a mesma expressão indiferente carregada em olhos negros e frios, Alex Montini estava parado à porta, esperando que ela emitisse alguma reação ao vê-lo. Mas não. Heather não dissera nada. Ele sentiu-se obrigado a quebrar o silêncio.


– Eu a vi. – asseverou ele, diretamente. – Ela esteve em meu quarto.


Heather franziu a testa, confusa.


– Não entendo...


– Emma esteve em meu quarto esta noite. – ele disse em tom ríspido, porém seguro.


Surpresa, ela arregalou os olhos.


– Como assim?! – indagou.


– Eu... – a expressão fria desapareceu subitamente de seu rosto, dando lugar a um ar de preocupação e dúvida. – Eu não a vi exatamente, mas... Eu senti a presença dela. Ela... Ela estava lá. Sei que estava. – fitou-a nos olhos como num apelo mudo. – E-eu posso entrar?


– Não sei se seria uma boa ideia. – ela respondeu, duvidosa.


Trevor surgiu por detrás dela, lançando para Alex um olhar de desaprovação. Heather olhou para trás e depois voltou a encará-lo.


– Desculpe. – disse Alex. – Eu não... Não queria incomodar.


– Tudo bem.


– É que... Você é a única pessoa que está totalmente a par do assunto. Pensei que... Talvez... – houve uma pausa em suas palavras. Depois um suspiro. – Deixa pra lá.


– Falaremos a esse respeito amanhã de manhã.


– Certo. – concordou ele. – Ahn... Até mais. – virou-se e, descendo os poucos degraus da entrada da casa, afastou-se às pressas.


Heather voltou a fechar sua porta, ainda surpresa com aquela inesperada visita.


– O que aquele sujeito queria? – Trevor perguntou. Sua voz tinha o som de profunda animosidade.


Ela olhou para ele sem saber como interpretar aquela atitude. Cruzou os braços em frente ao peito e emitiu uma expressão de indiferença.


– Acho que já está na hora de você ir, doutor. – disse ela. – A eletricidade voltou e já é tarde. Preciso descansar.


– Entendo. – ele pareceu instantaneamente desapontado. – Bem, de qualquer forma, passarei aqui amanhã para ver como está.


– Já disse que não preciso de babá. – Heather assegurou em tom rude.


– Não vai se livrar de mim assim tão fácil. – sorriu ironicamente para ela.


Ela o conduziu até a porta, abrindo-a e esperando que ele passasse por ela. Antes de ir, porém, ele virou-se para ela mais uma vez e disse:


– Vai ficar bem?


– Vou sim, senhor. – Heather disse com sarcasmo. – Sei cuidar muito bem de mim mesma.


– Faço questão de sempre me certificar disso.


Ele sorriu novamente e virou-se, caminhando na direção de seu automóvel. Heather assistiu-o entrar no veículo. O carro arrancou e seguiu para longe, até que os olhos dela não puderam mais acompanhá-lo. Fechou a porta, dirigindo-se para a sala e deixando-se cair sobre o sofá. Heather abriu um sorriso espontâneo contra a sua vontade.


Depois seus pensamentos alcançaram outro assunto. Ela se perguntou como Alex afirmara com tanta certeza que Emma estivera em seu quarto. Não soube dizer se deveria passar a confiar nele ou mantê-lo na lista de suspeitos.


Com a mente carregada e cheia destes pensamentos, ela acabou caindo no sono.


A última coisa que pensara a respeito era no dia de amanhã.


Estava determinada a descobrir se Alex falara a verdade.


Se Emma realmente estivera no quarto dele.


 



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • ceeh Postado em 02/06/2014 - 21:48:29

    Sabe eu sinceramente adorei. A história é muito boa misturando tudo. Pensei até que o assassinato de Emma foi por Heather (nem sei escreve, repara não)e não entendi o porque de todos a adiarem daquele jeito. Eu mesma já me senti sozinha e muitas pessoas viraram as costas para mim mas eu nunca fiquei tão sozinha quanto Emma ficou. Ela criou uma segunda personalidade para se defender de tudo o que sofrera. Para não ser mais fraca. E como adorei tudo cada detalhe e como jogou com o leitor revelando alguns mistérios mas deixando outros ocultos. Gostaria muito de ler outra historias suas e finalmente li algo realmente bom. E você nem usou personagens famosos, sua historia é famosa e quem não leu só perdeu. De sua fã Ceeh.

  • ceeh Postado em 01/06/2014 - 14:19:15

    Aiin... Que web mais perfeita. Eu me senti como a própria personagem e você escreve bem demais. Por favor não abandone a história, eu já estou amando tudo nela principalmente os detalhes. Continue...


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