Fanfics Brasil - Capítulo XIV - Blinding Fixed At Zero

Fanfic: Fixed At Zero | Tema: Original, Originais, Terror, Horror, Suspense, Terror Psicológico, Thriller, Romance, Segredos, Pass


Capítulo: Capítulo XIV - Blinding

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MÚSICA TEMA DO CAPÍTULO.


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Encolhida no sofá de sua sala de estar, trêmula e ainda assustada, Heather estava com sua mente carregada de pensamentos a respeito do que acabara de acontecer.


Aquilo ocorrera bem ali, em sua casa. Agora ela estava ciente de que alguém estava disposto a até mesmo matá-la, se necessário. E isto porque seu envolvimento no assassinato de Emma havia provocado a ira desta mesma pessoa. Talvez fosse este o autor do crime.


Alex aproximou-se dela, depositando um cobertor sobre seus ombros e sentando-se ao seu lado no sofá.


– Então você não tencionava se matar... – comentou.


– Alguém tentou me matar. – Heather respondeu sem olhar para ele. – Não querem que eu descubra a verdade.


– Heather, eu... Você tem certeza de que isto tem alguma relação com sua investigação sobre a morte de Emma?


– O que está insinuando? – finalmente virou-se para ele, fitando-o com perplexidade.


– Não sei. Você não... Será que não se trata de alguma rivalidade ou intriga entre você e alguém? Alguém que não tenha nada a ver com Emma. Pode ser uma pessoa que...


– Não. – ela interrompeu-o. – Não querem que eu descubra quem matou Emma. Isso é tudo.


Ele abanou a cabeça, desistindo de discutir com ela.


– Bem, você se sente melhor?


Heather soltou um suspiro. Ainda tremia violentamente. Gotas d’água pingavam de seus cabelos, caindo sobre o tapete marrom no chão.


– Ficarei bem.


– Assim espero. – a voz dele tinha um quase imperceptível tom de preocupação. – Prometa que não vai desaparecer.


Ela olhou para ele e Alex pôde ver a confusão nos olhos dela.


– O que disse? – indagou.


– Você é minha única chance de descobrir quem matou Emma. – disse lentamente. – Por favor, não desapareça antes de resolvermos isso.


 Resolvermos? – Heather estava abismada com o rumo daquela conversa. Nada do que Alex dizia parecia fazer sentido.


– Sei que me considera suspeito. – ele respondeu com calma. – Mas estou contigo, Heather. Quero descobrir quem matou Emma, tanto quanto você quer.


Surpreendida pelo que acabara de ouvir, Heather sentiu-se incapaz de dizer qualquer coisa em resposta. Para seu espanto, Alex aproximou-se, pousando uma de suas mãos sobre a dela em um gesto de afeição que a deixou desconsertada. Fitando-a com os olhos negros muito intensos, ele se manteve calado.


– Heather...? – ouviu seu nome sendo chamado. Ao levantar os olhos, Heather deparou-se com o Dr. Williams parado na porta escancarada da sala. Com uma expressão perturbada no rosto, ele olhava para ambos, como se esperasse por uma explicação.


Heather recuou sua mão, colocando-a para longe de Alex rapidamente, desviando seu olhar do olhar severo que Trevor lhe dirigia.


– O que aconteceu? – ele perguntou, inquisitivo.


– Tentaram matar-me. – Heather respondeu de forma natural, mas em seu interior ainda estava aterrorizada.


– Oh, meu Deus, Heather! – exclamou com sua voz transbordando preocupação. Correu para ela, ajoelhando-se em frente ao sofá e tomando ambas suas mãos entre as dele. Estavam trêmulas, geladas. Alex sentiu uma ponta de incomodidade o invadindo. Afastou-se do casal, colocando-se em pé. Notou que Trevor Williams tencionava tomar mil e um cuidados para que Heather se recuperasse e então, sentiu-se dispensável. Sem dizer nada, virou-se e saiu pela porta que, minutos atrás, ele derrubara às pressas.


– Como foi que isto aconteceu? – Trevor a fitava atentamente. – Quem fez isto? E por quê?


– Foi um aviso. – Heather respondeu. – Não querem que eu continue nesta cidade.


Ele não disse nada. Estava claro como água. Heather correria grande risco se prosseguisse com sua pequena investigação. Ali, sentada no sofá, com o terror estampado em seus olhos, Heather parecia tão vulnerável e frágil que Trevor sentiu – quase sem querer – uma imensa vontade de reconfortá‑la e abraçá‑la. Mas ele não o fizera. Não apenas por respeito a ela, mas também por si mesmo.


Amanda Thornton convidara Jodie para encontrá-la em uma cafeteria da cidade. Jodie comparecera no local no exato horário combinado. Optaram por uma mesa próxima às janelas de vidro do estabelecimento. Jodie Adams sentou-se em frente à amiga com um olhar curioso em seu rosto.


– Sobre o que quer me falar? – Jodie estava sendo clara e direta.


– Se lembra de meu acidente? Aquele com o carro?


– Claro. Aconteceu há poucos dias.


– Jodie, eu não estava bêbada. – ela falava seriamente. – E eu não estava brincando quando disse que vi alguém entrar na frente de meu carro.


Jodie deu de ombros.


– Talvez tenha sido um engano.


– Mas de que diabos está falando? – Amanda alterou seu tom de voz, repentinamente, desesperada para convencer a amiga de que estava falando a mais pura verdade. – Eu a vi. Era ela, Jodie. Tenho completa certeza do que vi.


– Há várias possibilidades de você ter causado uma imensa confusão, Amanda. – disse indiferente. – Era noite, estava escuro...


– Mas que droga, Jodie! – a outra exclamou, recostando-se na cadeira e cruzando os braços, emburrada. – Não me admiraria se você também visse o que eu vi naquela noite.


De um súbito, a expressão no rosto de Jodie mudou. Encarou Amanda com um olhar sério.


– O que quer dizer?


– Você roubou o namorado dela. – assegurou rispidamente. – Obviamente Emma está furiosa com você.


Jodie arregalou os olhos, mas tentou comprimir suas emoções. Pigarreou e voltou a olhar para Amanda com seriedade.


– Emma está morta. – declarou. – Por Deus, Amanda! Está começando a me assustar.


– Não é a única que está começando a se assustar. – Amanda inclinou-se para frente e diminuiu o tom de sua voz. – Emma pode estar morta, mas seu espírito jamais nos deixará em paz.


– Por que diz isso?


– Porque partiu inconformada deste mundo. Ainda havia coisas que ela tencionava fazer. Mas algo a impediu.


– Está dizendo bobagens.


– Sabe que tenho razão, Jodie. Emma quer vingança. – olhou fixamente para ela. – E, pelo visto, a terá.


Jodie não respondeu. No fundo, temia que Amanda estivesse certa. Mas não esboçou nenhuma reação.


À noite, Heather utilizou todo o seu esforço e mais um pouco para convencer Trevor a deixá-la sozinha em casa. Contra a sua vontade, ele despedira-se dela, deixando-a no local.


Heather terminara de limpar todos os cômodos úmidos, um por um. Estava exausta. Tomara um banho quente e vestira roupas confortáveis, preparando-se para uma longa noite de sono. Não pretendia sair da cama tão cedo. Encarou o relógio na mesa de cabeceira. 3h00min. Deitou-se, enfiando-se debaixo de espessos cobertores que a cobriam dos pés à cabeça.


Confortável na cama de seu quarto, Heather permitiu-se cair no sono. Tinha sido um dia difícil. Ainda mais difícil do que os anteriores. Ela julgou que os dias se tornariam ainda mais complicados conforme ela seguisse com a investigação. Não se importava. Nada a faria parar. Nem ninguém.


Afundada em seus quentes cobertores, Heather dormia profundamente. Contudo, ela não deixara de ouvir o estranho som que soou longe, na sala de estar. Ficou totalmente desperta. O som voltou a soar. Instintivamente, Heather abriu a gaveta de seu criado-mudo, tirando dele um canivete que guardara ali por precaução no primeiro dia que passara naquela casa.


Pôs-se em pé, alerta. Caminhou lentamente na direção do corredor que a guiaria para a sala. Seguiu em passos mudos, atenta à cada movimento que fazia. Com as pernas flexionadas, andando com cautela pelo corredor escuro, ela ouviu o som novamente.


Ao chegar à sala, Heather deparou-se com uma sombra se dirigindo para o sofá. Sua bolsa estava lá. A pessoa parecia procurar por algo. Pegou a bolsa deixada sobre o sofá, abrindo-a, vasculhando-a com muita pressa. Heather aproximou-se.


O desconhecido vestia-se de preto por completo. Era impossível visualizar seu rosto. Este também estava coberto por uma máscara de esquiador.


Parou de fazer o que estava fazendo.


Petrificado ali, ele parecia ter sentido a presença de Heather. Fez menção de virar-se para ela, mas ela fora mais rápida. Atacando-o por trás, Heather apertava-lhe o pescoço com seus braços ao redor dele. Ele fez esforço para se livrar dos braços que lhe sufocavam, tentando de todas as formas, arrancá-la de cima de seus ombros.


– Diga-me quem é, maldito! – ordenou ela, apertando-lhe o pescoço com mais força.


Heather tentou tirar-lhe a máscara, mas ele jogou-se de costas contra a parede, fazendo com que ela batesse sua cabeça com força. Contudo, Heather não o soltou. Permaneceu grudada em seu pescoço, como um parasita.


Ele demonstrou que estava disposto a tentar fazer com que ela colidisse sua cabeça contra a parede mais uma vez. Rapidamente, Heather ergueu o canivete que segurava em uma das mãos e fincou-o no antebraço do desconhecido.


Viu sangue brotar do local onde ela o tinha ferido. Soltou-se dele, deixando-se cair no chão com o canivete em mãos. O sujeito pousou a outra mão sobre o braço machucado e correu para fora da casa. Heather colocou-se em pé, ainda atordoada pela pancada que levara na cabeça.


Tentou manter-se equilibrada, mas uma forte vertigem tomou conta dela, fazendo-a se afundar na escuridão, perdendo, assim, seus sentidos.


Ela voltou a abrir seus olhos quando os primeiros raios de sol invadiam sua casa através das janelas entreabertas. Era de manhã. Ao voltar a si, Heather teve a impressão de que havia dormido por anos. Sua cabeça ainda doía. Sentou-se no chão, encostando-se à parede atrás dela.


Olhou ao redor. Estava sozinha.


Abaixou a cabeça, fitando suas mãos. Para sua surpresa, estavam vazias. Procurou pelo canivete com os olhos, passando-os por todo o chão da sala. Não havia qualquer sinal do objeto. Tampouco havia sinais de sangue.


Aturdida, Heather deixou um profundo suspiro escapar. Levantou-se, caminhando até o sofá, onde se sentou e tomou posse de sua bolsa. Verificou se não havia nada faltando. O alívio a dominou assim que percebeu que nada faltava. Alguém bateu à sua porta. Colocando-se em pé, ela seguiu para a mesma, abrindo-a.


– Santo Deus, Heather! – Trevor Williams assustou-se com o aspecto que ela trazia no rosto. Os olhos estavam fundos, os cabelos desgrenhados e a boca seca. – O que aconteceu com você?


– Querem me matar... – a voz dela soou fraca. – Entraram aqui mais uma vez... Eu...


– Já chega. – interveio ele. – Telefonarei à polícia agora mesmo. – fez menção de colocar uma das mãos no bolso da calça, provavelmente para pegar seu telefone, mas Heather o impediu, segurando-o pelo braço.


– Não. Por favor.


– Está correndo perigo nesta casa.


– Ficarei bem. – assegurou Heather, esforçando um sorriso. – Eu só... Estou tão perdida. Não entendo mais o que se passa. Eu realmente não consigo entender.


– Conte-me o que aconteceu. – pediu.


– Alguém surgiu no meio da noite. Parecia procurar por algo. – ela fez uma curta pausa para se lembrar com clareza. – Acho que buscava informações a meu respeito. Querem saber quem sou eu. – concluiu. – Querem saber por que estou na cidade e quais são as minhas intenções.


– Heather, eu quero que fique longe dessa casa. – ele falava aquelas palavras em um desespero visível. – Quero que venha comigo para o hotel, onde não a encontr...


– Não. – ela o impediu de concluir a frase. – É aqui que ficarei até que tudo isso termine. Este é o lugar cujo qual eu me referia quando lhe disse que sabia onde encontrar as respostas para todas as perguntas que eu tinha em mente.


– Precisa me ouvir. – Trevor demonstrava total preocupação. – Não está segura aqui.


– Sei me defender. – respondeu em tom subitamente rude. – Não me impedirão de concluir minha missão neste lugar.


Ele balançou a cabeça negativamente, desaprovando a atitude dela. Temia por ela, por sua vida. E por como continuaria se algo acontecesse à ela.


Mais tarde, naquele mesmo dia, Heather saíra de casa para comprar medicamentos. A cabeça ainda lhe incomodava, latejando de forma incontrolável.


Chegou à uma farmácia, onde rapidamente fora atendida. Com uma sacola em mãos, Heather saiu do local e parou na calçada, colocando a embalagem de aspirina dentro de sua bolsa. Apesar de distraída, Heather não pôde deixar de reconhecer a voz que soou no ar, seguindo em sua direção.


Levantou o rosto e virou-se para o lado, deparando-se com Alex e a noiva. Ela parecia estupidamente feliz, com um sorriso bobo no rosto. Heather não pôde dizer o mesmo a respeito de Alex. Havia uma misteriosa obscuridade por trás de seus olhos que deixaram Heather intrigada desde que o vira pela primeira vez. Sério e com um olhar apático, Alex a cumprimentou:


– Olá.


Heather sorriu gentilmente e acenou com a cabeça para Rose.


– É bom vê-la novamente. – afirmou a garota sorridente. – Como tem passado?


Era uma pergunta estúpida. Heather se perguntou se Alex não teria informado a noiva a respeito do que acontecera quando ele a salvara. Mas estava óbvio. Ele não lhe dissera nada.


Por que não? Pensou.


– Muito bem. Estou bem. – Heather respondeu, por fim, disfarçando sua suspeita.


– Que bom. – Rose emitiu outro largo sorriso. – Alex e eu estamos saindo às compras para nosso casamento.


– Bem, divirtam-se. – disse com um tom de sarcasmo que Rose não conseguiu notar.


Mas Alex notara.


– Temos que ir. – declarou bruscamente. – Nos vemos em breve.


– Claro. – Heather confirmou, assentindo com a cabeça.


Alex também assentiu. Pegou a mão de Rose, entrelaçando seus dedos e fez menção de se afastar. Assim que ele efetuou tal ato, porém, Heather não pôde deixar de perceber algo que a deixou surpresa e intimidada.


Havia um curativo ao redor do antebraço esquerdo de Rose. Ainda que ela o cobrisse com a manga comprida da jaqueta que usava, Heather pôde ver o ferimento no momento em que Alex puxara a mão da noiva.


– Até mais, Heather. – ele disse, afastando-se dela e levando Rose consigo.


Parada no meio da calçada, Heather não soube dizer qual sentimento havia tomado conta dela primeiro. A suspeita, a surpresa e até mesmo o medo estavam presentes. E obviamente ela também estava confusa.


Lembrava-se muito bem de como ferira a pessoa que havia invadido sua casa na noite passada. Lembrava-se também do canivete fincado no antebraço esquerdo do desconhecido. Da forma frenética com a qual se atacaram.


Heather esperava que esta pessoa fosse uma das que estavam em sua lista. Mas aparentemente se enganara. Já não se tratava mais de apenas quatro suspeitos. E sim de cinco.


Mentalmente, Heather organizou seus pensamentos e incluiu mais um nome em sua lista.


Rose.



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • ceeh Postado em 02/06/2014 - 21:48:29

    Sabe eu sinceramente adorei. A história é muito boa misturando tudo. Pensei até que o assassinato de Emma foi por Heather (nem sei escreve, repara não)e não entendi o porque de todos a adiarem daquele jeito. Eu mesma já me senti sozinha e muitas pessoas viraram as costas para mim mas eu nunca fiquei tão sozinha quanto Emma ficou. Ela criou uma segunda personalidade para se defender de tudo o que sofrera. Para não ser mais fraca. E como adorei tudo cada detalhe e como jogou com o leitor revelando alguns mistérios mas deixando outros ocultos. Gostaria muito de ler outra historias suas e finalmente li algo realmente bom. E você nem usou personagens famosos, sua historia é famosa e quem não leu só perdeu. De sua fã Ceeh.

  • ceeh Postado em 01/06/2014 - 14:19:15

    Aiin... Que web mais perfeita. Eu me senti como a própria personagem e você escreve bem demais. Por favor não abandone a história, eu já estou amando tudo nela principalmente os detalhes. Continue...


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